O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, disse ontem&nbsp;(4/10), em Bras&iacute;lia, que a institui&ccedil;&atilde;o est&aacute; tomando as medidas necess&aacute;rias para evitar que os eleitores enfrentem filas no segundo turno das elei&ccedil;&otilde;es, a ser realizado em 30 de outubro.&nbsp;

No domingo (2/10), eleitores de diversas se&ccedil;&otilde;es eleitorais em todo o pa&iacute;s reclamaram de imensas filas para votar. As filas tamb&eacute;m foram observadas pela miss&atilde;o da Organiza&ccedil;&atilde;o dos Estados Americanos (OEA) que acompanhou a vota&ccedil;&atilde;o no Brasil.&nbsp;

Durante a abertura da primeira sess&atilde;o do TSE ap&oacute;s o primeiro turno, Moraes disse que os problemas que causaram as filas est&atilde;o sendo equacionados com os tribunais regionais eleitorais (TREs).&nbsp;

APELO

&quot;O TSE j&aacute; est&aacute; planilhando e tomando todas as medidas necess&aacute;rias para que as filas que ocorreram em algumas se&ccedil;&otilde;es eleitorais n&atilde;o voltem a acontecer no pr&oacute;ximo turno. Isso ser&aacute; realizado para que o eleitor tenha uma vota&ccedil;&atilde;o mais confort&aacute;vel&quot;, afirmou. Ele conclamou os eleitores para que participem do segundo turno.&nbsp;

&quot;O comparecimento de todos os eleitores &eacute; muito importante para que n&oacute;s possamos novamente demonstrar a maturidade da democracia brasileira e completar esse ciclo eleitoral das elei&ccedil;&otilde;es gerais de 2022&quot;, concluiu.&nbsp;

N&Uacute;MEROS DO PRIMEIRO TURNO

No discurso, Moraes tamb&eacute;m destacou o aumento de candidatos negros e mulheres que foram eleitas para a C&acirc;mara dos Deputados. Segundo o ministro, dos 513 parlamentares, 91 s&atilde;o mulheres, n&uacute;mero que representa 17,7% do total. 27 dos eleitos se declararam pretos (5,26%).

Dos 156 milh&otilde;es de eleitores que estavam aptos a votar, 123 milh&otilde;es (80%) compareceram &agrave;s urnas. A absten&ccedil;&atilde;o foi de 20,95%, n&uacute;mero que est&aacute; na m&eacute;dia registrada em elei&ccedil;&otilde;es anteriores, segundo o ministro.&nbsp;

Foram registrados 118 milh&otilde;es de votos v&aacute;lidos, 3,4 milh&otilde;es de nulos (2,82% do total) e 1,9 milh&atilde;o de brancos (1,59%).

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A&nbsp;S&iacute;ndrome de Morte S&uacute;bita Infantil (SMSI), que acomete beb&ecirc;s rec&eacute;m-nascidos aparentemente saud&aacute;veis, durante o sono, poder&aacute; ser evitada, em breve. Isso &eacute; o que indica um estudo feito por pesquisadores australianos. Eles conseguiram identificar um marcador bioqu&iacute;mico no sangue de beb&ecirc;s que morreram em decorr&ecirc;ncia da SMSI, descoberta&nbsp;importante que deve criar&nbsp;um caminho para interven&ccedil;&otilde;es futuras, visando evitar trag&eacute;dias.

Conforme o&nbsp;estudo, beb&ecirc;s que morreram de SMSI tinham n&iacute;veis menores de uma enzima chamada Butirilcolinesterase (BChE) - que atua na via de est&iacute;mulo ao c&eacute;rebro - pouco depois do nascimento. Baixos n&iacute;veis dessa enzima reduziriam a capacidade de um beb&ecirc; acordar&nbsp;ou responder ao ambiente.

A equipe de pesquisadores usou&nbsp;manchas de sangue seco coletadas no nascimento, dentro de um programa de triagem neonatal, para comparar&nbsp;n&iacute;veis de BChE em 26 beb&ecirc;s que posteriormente morreram de SMSI, al&eacute;m de 41 que morreram de outras causas e outros 655 que sobreviveram.

Quem liderou a pesquisa foi Carmel Harrington, do Hospital Infantil de Westmead, na Austr&aacute;lia, que ap&oacute;s perder o pr&oacute;prio filho para a SMSI, h&aacute; 29 anos,&nbsp;dedicou a carreira a estudar tal condi&ccedil;&atilde;o. Para ele, as descobertas mudam o panorama. Al&eacute;m de dar esperan&ccedil;a para o futuro, tamb&eacute;m trazem&nbsp;respostas para o passado.

&quot;Um beb&ecirc; aparentemente saud&aacute;vel dormindo e n&atilde;o acordando &eacute; o pesadelo de qualquer pai, e at&eacute; agora n&atilde;o havia absolutamente nenhuma maneira de saber qual beb&ecirc; passaria por isso&rdquo;, disse Harrington. &quot;Mas esse n&atilde;o &eacute; mais o caso. Descobrimos o primeiro marcador que indica vulnerabilidade antes da morte&quot;, disse Harrington, em comunicado.

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400 mil mortes por Covid-19 poderiam ter sido evitadadas caso o Brasil tivesse adotado medidas de controle como vacina&ccedil;&atilde;o eficiente e est&iacute;mulo ao uso de m&aacute;scaras e isolamento social. Quem fez essa afirma&ccedil;&atilde;o foi o&nbsp;epidemiologista Pedro Hallal , durante depoimento &agrave; CPI da Covid, nesta quinta-feira (24/6).&nbsp;O Brasil acumula mais de 507 mil vidas perdidas pela doen&ccedil;a.

Nesta quinta-feira, a Comiss&atilde;o ouviu especialistas para quantificar o impacto da pandemia e da aus&ecirc;ncia de medidas no n&uacute;mero de brasileiros mortos. Al&eacute;m de Hallal, professor e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas, tamb&eacute;m participou Jurema Werneck, coordenadora do Movimento Alerta e diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil.

Os dois&nbsp;apresentaram estudos a respeito do impacto da pandemia no Brasil e tamb&eacute;m proje&ccedil;&otilde;es de mortes que poderiam ter sido evitadas com a ado&ccedil;&atilde;o de certas medidas.

Hallal afirmou que quatro em cada cinco mortes no pa&iacute;s poderiam n&atilde;o ter ocorrido&nbsp;se os n&uacute;meros de infectados e mortes no Brasil seguissem o padr&atilde;o da pandemia em outros pa&iacute;ses. &quot;Ent&atilde;o, &eacute; um n&uacute;mero composto, s&atilde;o 400 mil vidas que poderiam ter sido salvas por diferentes mecanismos de a&ccedil;&atilde;o que o Brasil poderia ter adotado&rdquo;.

Jurema Werneck, por sua vez, apresentou um estudo que indica que 120 mil mortes por Covid-19 poderiam ter sido evitadas&nbsp;at&eacute; mar&ccedil;o deste ano.&nbsp;&quot;Se tiv&eacute;ssemos agido como era preciso, a gente poderia, ainda no primeiro ano de vida, ainda no primeiro ano de hist&oacute;ria da pandemia entre n&oacute;s, nas 52 primeiras semanas epidemiol&oacute;gicas, ter salvo 120 mil vidas&quot;, disse.

&quot;E n&atilde;o s&atilde;o n&uacute;meros. S&atilde;o pais, m&atilde;es, irm&atilde;os, sobrinhos, tios, vizinhos, s&atilde;o gente que eu n&atilde;o conhe&ccedil;o, mas habita este pa&iacute;s, como eu. A gente poderia ter salvo pessoas, se uma pol&iacute;tica efetiva de controle, baseada em a&ccedil;&otilde;es n&atilde;o farmacol&oacute;gicas, tivesse sido implementad&quot;, completou.

<center><img alt="image" border="0" src="https://i.ibb.co/S3Twt0w/image.png" /> 
Pesquisadora Jurema Werneck |&nbsp;divulga&ccedil;&atilde;o/Ag&ecirc;ncia Senado</center>

 
Levando em conta apenas a vacina&ccedil;&atilde;o, Hallal falou que at&eacute; 145 mil mortes poderiam ter sido evitadas caso o esquema de imuniza&ccedil;&atilde;o fosse r&aacute;pido e eficiente.

&quot;S&atilde;o 95,5 mil mortes especificamente relacionadas &agrave; demora na assinatura da Pfizer e da CoronaVac. Um outro estudo liderado por outros colegas da USP [Universidade de S&atilde;o Paulo] estimou em 145 mil mortes, mas a&iacute; levando em considera&ccedil;&atilde;o todas as a&ccedil;&otilde;es diversas que poderiam ter sido feitas em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; vacina&ccedil;&atilde;o. Por exemplo, o Brasil ter aderido ao menor percentual ao cons&oacute;rcio da OMS [Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de] e &agrave;s outras oportunidades de vacina que infelizmente o Brasil n&atilde;o optou por assinar antes&quot;.

Jurema tamb&eacute;m mostrou uma proje&ccedil;&atilde;o de que houve 305 mil mortes &#39;em excesso&#39;&nbsp;no Brasil (at&eacute; mar&ccedil;o),&nbsp;que podem ser pelo coronav&iacute;rus ou&nbsp;por outras causas. Por&eacute;m, a pesquisadora ressalta que esse dado pode estar diretamente ligado com a pandemia, uma vez que pacientes com outras doen&ccedil;as podem n&atilde;o ter tido acesso a tratamento.

<center><img alt="image" border="0" src="https://i.ibb.co/4ttS0cd/image.png" /> 
Roberto Suguino/Ag&ecirc;ncia Senado</center>

&nbsp;

MEDICAMENTOS INEFICAZES E VACINA&Ccedil;&Atilde;O INEFICIENTE&nbsp;

Tanto Hallal quanto Werneck&nbsp;atribu&iacute;ram ao governo federal, principalmente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido),&nbsp;a responsabilidade pela n&atilde;o ado&ccedil;&atilde;o das medidas adequadas e as consequentes mortes em decorr&ecirc;ncia da Covid-19.

&quot;Quem disse que vacina transforma a pessoa em jacar&eacute; foi o presidente da Rep&uacute;blica, n&atilde;o foi o governo federal. Quem disse que n&atilde;o ia comprar vacina da China foi o Presidente da Rep&uacute;blica&rdquo;, disse o epidemiologista. &quot;Com rela&ccedil;&atilde;o &agrave; pandemia, o presidente consegue estar errado em 100% dos casos&quot;, completou.

Eles tamb&eacute;m rebateram a no&ccedil;&atilde;o de um v&iacute;rus &quot;democr&aacute;tico&quot;, que teria impactado a popula&ccedil;&atilde;o de maneira uniforme, sem distin&ccedil;&atilde;o de classe social, apontando que as ditas&nbsp;minorias foram a parcela mais atingida pela pandemia.

Jurema Werneck apontou&nbsp;que apenas 14% da popula&ccedil;&atilde;o brasileira foi testada para a Covid-19, por exemplo, sendo a basicamente pessoas brancas e moradoras dos grandes centros.&nbsp;&quot;O v&iacute;rus procura oportunidade, mas a injusti&ccedil;a, a desigualdade, as iniquidades fizeram diferen&ccedil;a&rdquo;, afirmou Jurema.

Al&eacute;m disso, os dois especialistas criticaram a tese da imunidade de rebanho e a defesa de medicamentos sem comprova&ccedil;&atilde;o de efic&aacute;cia.&nbsp;Hallal disse que a imunidade de rebanho foi um equ&iacute;voco, inicialmente, mas com precedentes. Depois, contudo, tornou-se uma estrat&eacute;gia &quot;repugnante&quot;.

&quot;O Brasil fez promo&ccedil;&atilde;o de tratamentos ineficazes. E sobre esse tema gostaria desde j&aacute; de manifestar que muito menos que a discuss&atilde;o se um medicamento em espec&iacute;fico funciona ou n&atilde;o &eacute; a discuss&atilde;o da sensa&ccedil;&atilde;o de seguran&ccedil;a que foi passada para a popula&ccedil;&atilde;o brasileira: &lsquo;podem pegar o v&iacute;rus que tem um rem&eacute;dio que vai salv&aacute;-los&rsquo;&quot;, comentou.

&quot;FECHAR POR TR&Ecirc;S SEMANAS&quot;

Hallal acrescentou que, para vencer a pandemia e parar&nbsp;a circula&ccedil;&atilde;o do v&iacute;rus, o Brasil precisa urgentemente vacinar 1,5 milh&atilde;o de pessoas por dia e &quot;fechar por tr&ecirc;s semanas&quot;, assim como fez o munic&iacute;pio de Araraquara, em S&atilde;o Paulo.

CENSURA

Quando falou sobre o impacto da pandemia nas minorias, Pedro Hallal afirmou que o governo federal censurou um slide de sua apresenta&ccedil;&atilde;o feita no Pal&aacute;cio do Planalto, que mostrava diferen&ccedil;a de cont&aacute;gio pelo coronav&iacute;rus entre os grupos &eacute;tnicos, evidenciando a vulnerabilidade dos ind&iacute;genas.

&quot;Esse slide que apresentava diferen&ccedil;a pelos grupos &eacute;tnicos foi censurado na coletiva de imprensa no Pal&aacute;cio do Planalto, na qual eu apresentei os resultados dessa pesquisa&quot;, disse.

Ele tinha sido contratado por tr&ecirc;s meses para elaborar um monitoramento epidemiol&oacute;gico da pandemia, ainda na gest&atilde;o do ent&atilde;o ministro da Sa&uacute;de Luiz Henrique Mandetta. Por&eacute;m, pouco tempo depois desse evento no Planalto, o projeto foi encerrado no prazo, sem ser prorrogado.

&quot;Faltando quinze minutos para come&ccedil;ar a minha apresenta&ccedil;&atilde;o, no Pal&aacute;cio do Planalto, eu fui informado pela assessoria de comunica&ccedil;&atilde;o, de que o eslaide tinha sido retirado da apresenta&ccedil;&atilde;o. E logo depois, pouco tempo depois, o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de decidiu interromper o monitoramento por meio do Epicovid, sem qualquer justificativa t&eacute;cnica&quot;, completou o pesquisador.

Quando o&nbsp;vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) questionou sobre quem teria censurado o slide, o Pedro Hallal&nbsp;disse que seria o ent&atilde;o secret&aacute;rio-executivo &Eacute;lcio Franco, bra&ccedil;o-direito do ex-ministro Eduardo Pazuello.

Por fim, Hallal&nbsp;tamb&eacute;m disse considerar &quot;estranha&quot;&nbsp;a realiza&ccedil;&atilde;o de um novo mapeamento epidemiol&oacute;gico, ao custo de R$ 200 milh&otilde;es.

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