Em Salvador, os jogos da dupla Ba-Vi são sempre motivo de festa para além da alegria dos torcedores das respectivas equipes. Com alto movimento de chegada e saída nos estádios, comerciantes localizados nos arredores dos equipamentos esportivos tem conseguido realizar boas vendas e movimentar tanto o "esquente" quanto a "saideira" das partidas realizadas na cidade.

Entretanto, nem tudo é festa para alguns trabalhadores que tiram o seu sustento nos dias de futebol. Um vendedor que trabalha ao lado da Arena Fonte Nova denuncia o alto índice de notas falsas que vem circulando em dias de jogos do Tricolor de Aço, causando prejuízo para seu negócio e suas próprias economias.

"Só em um dia, eu recebi R$ 450,00 falso. Na semana passada aconteceu novamente... estou passando por muito constrangimento por conta disso e não aguento mais", afirma o comerciante, que prefere não se identificar com medo de sofrer algum tipo de retaliação dos golpistas.

Este vendedor realiza a venda de produtos alimentícios tanto nos confrontos do Bahia quanto do Vitória, mas relata que apenas nas partidas do Tricolor tem sido vítima do golpe das notas falsas. "Isso começou no início do ano, com R$ 450,00 em um dia apenas. Mas já tem umas duas semanas que voltou a acontecer. Já são mais de R$ 600,00 no total", completa.

Com o alto fluxo de vendas em dias dos jogos, é quase impossível conferir as notas no momento das transações. Isto faz com que somente na movimentação financeira para a compra de novos produtos o dinheiro falso seja reconhecido, o que causa um problema muito grande para este comerciante.

"Algumas notas descobri por conta do banco, mas outras eu fui fazer uma compra e como trabalho na rua sempre peço que confiram uma por uma. Porque me preocupo e não quero para os outros a mesma coisa que estou passando. Sou honesto, graças a Deus", desabafa.

O medo de andar e repassar as notas falsas tem sido tanto, que o vendedor tem tomado cuidado reforçado e se sentido constrangido mesmo em momentos de descontração. "Toda vez que vou em algum lugar, tenho que conferir o dinheiro para não passar vergonha. A semana passada fui almoçar com minha filha em um restaurante, ia pagar em dinheiro mas acabei usando o cartão pois fiquei com medo de estar com notas falsas. Ultimamente eu ando assim com medo, porque não é fácil você trabalhar tanto e passar por isso", lamenta.

De acordo com dados do Banco Central do Brasil, o golpe da nota falsa tem crescido no país. Em 2022, cerca de 400 mil cédulas falsas foram comercializadas. A Bahia é o estado do Nordeste com o maior número de apreensões.

Veja reportagem: 



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Comerciante do entorno da Fonte Nova denuncia golpe das notas falsas em dias de jogos do Bahia