Passado o Carnaval, o encontro com a dif&iacute;cil realidade. Chegou a Quarta de Cinzas para os programas de diversidade e inclus&atilde;o nas grandes empresas do mundo. Um exemplo &eacute; o que ocorre na Accenture, a gigante global em consultoria, que est&aacute; em mais de 120 pa&iacute;ses, com 743 mil colaboradores. O escrit&oacute;rio em S&atilde;o Paulo ocupa tr&ecirc;s andares inteiros num imponente pr&eacute;dio da Avenida Na&ccedil;&otilde;es Unidas, e muitos ainda n&atilde;o se recuperaram do baque.
Por ali, ainda tinha gente que n&atilde;o queria acreditar no que era &oacute;bvio e j&aacute; estava escrito n&atilde;o nas estrelas, mas nos memorandos da matriz h&aacute; quase um m&ecirc;s: acabavam as cotas de minorias, de trans, os programas de diversidades, nada mais de bandeira colorida, ou de grupos voltados para inclus&atilde;o. Muitos trocaram mensagens, cochicharam na copa, sufocaram indigna&ccedil;&atilde;o sem entregar os cargos. Ordem l&aacute; de cima.
O fim das pol&iacute;ticas de diversidade nas grandes corpora&ccedil;&otilde;es n&atilde;o &eacute; um acaso. Nem parece um lapso estrat&eacute;gico. &Eacute; um fen&ocirc;meno previs&iacute;vel, movido por uma equa&ccedil;&atilde;o simples: pol&iacute;tica, economia e pragmatismo empresarial.&nbsp;
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/3702ad6b-fcee-43b9-9e00-bc5a45f1bf99.png?width=1280&amp;height=768" alt="Fim Diversidade Empresas">
A decis&atilde;o da Accenture de descontinuar suas metas globais de diversidade e inclus&atilde;o &eacute; s&oacute; mais um marco de um processo inexor&aacute;vel. Google, Meta, McDonald 's, Microsoft, todas na mesma dire&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o &eacute; uma quest&atilde;o de "se", mas de "quando" outras seguir&atilde;o.
A narrativa corporativa sempre flertou com a diversidade como um diferencial competitivo. Executivos, relat&oacute;rios anuais e eventos de ESG (Enviromental, Social, Governance) venderam a inclus&atilde;o como um fator de inova&ccedil;&atilde;o, engajamento e retorno financeiro. Mas na pr&aacute;tica, quando os n&uacute;meros falham em sustentar essa tese e o ambiente pol&iacute;tico se torna hostil, o compromisso se desfaz como um slogan de campanha eleitoral. &nbsp;
Nos Estados Unidos, epicentro dessa mudan&ccedil;a, o Departamento de Justi&ccedil;a pressiona as empresas a revisarem suas iniciativas de diversidade sob risco de a&ccedil;&otilde;es legais. A Suprema Corte j&aacute; invalidou pol&iacute;ticas afirmativas em universidades. A cara enfezada contra a agenda ESG cresce em um cen&aacute;rio onde "diversidade" passou a ser entendida por setores conservadores como sin&ocirc;nimo de privil&eacute;gio e n&atilde;o de equidade. A resposta das empresas? Adapta&ccedil;&atilde;o. O risco jur&iacute;dico e a falta de impacto mensur&aacute;vel no balan&ccedil;o financeiro tornam a decis&atilde;o f&aacute;cil. &nbsp;&nbsp;
Nesse aspecto, a ascens&atilde;o de Donald Trump &eacute; mais sintoma do que causa. Ele n&atilde;o parece ser o ide&oacute;logo, mas o operador das jogadas. &nbsp;
As big techs, que um dia foram as maiores propagadoras da inclus&atilde;o como pilar estrat&eacute;gico, agora recuam. N&atilde;o porque s&atilde;o menos progressistas, mas porque s&atilde;o essencialmente pragm&aacute;ticas. A Microsoft dissolveu sua diretoria de diversidade alegando que a pol&iacute;tica "n&atilde;o &eacute; mais cr&iacute;tica para os neg&oacute;cios". O Zoom eliminou sua divis&atilde;o de diversidade menos de dois anos ap&oacute;s cri&aacute;-la. O Google e a Meta reduziram seus programas voltados para grupos minorizados.
E Elon Musk, que eu sempre vou me referir como o Vice Presidente do Mundo, pelo grau de influ&ecirc;ncia que hoje tem em qualquer na&ccedil;&atilde;o, foi mais direto (como sempre). Classificou essas iniciativas como "socialismo corporativo".&nbsp;
O caso da Accenture - que no Brasil tem entre 10 mil e 13 mil colaboradores - &eacute; emblem&aacute;tico. A consultoria construiu uma marca de excel&ecirc;ncia em diversidade e inclus&atilde;o, oferecendo at&eacute; servi&ccedil;os especializados no tema. Mas quando a mar&eacute; virou, as metas de representatividade foram descartadas. A justificativa oficial fala em "parar de contar as diferen&ccedil;as". Na pr&aacute;tica, significa encerrar programas estruturados que garantiam algum n&iacute;vel de inclus&atilde;o nas contrata&ccedil;&otilde;es e promo&ccedil;&otilde;es. O Brasil, ainda protegido por legisla&ccedil;&otilde;es locais, pode retardar esse movimento, mas a for&ccedil;a do realinhamento global &eacute; evidente. &nbsp;
O ponto central dessa guinada n&atilde;o &eacute; apenas pol&iacute;tico, mas econ&ocirc;mico. Para os acionistas, diversidade &eacute; interessante at&eacute; o momento em que deixa de gerar vantagem competitiva clara. Se o discurso da inclus&atilde;o tivesse impacto direto e mensur&aacute;vel nos lucros, esse movimento de retra&ccedil;&atilde;o n&atilde;o aconteceria. Mas, diante de incertezas econ&ocirc;micas, corte de custos e mudan&ccedil;as no perfil regulat&oacute;rio, os CEOs optam pelo &oacute;bvio: manter o que garante resultado imediato. &nbsp;&nbsp;
A li&ccedil;&atilde;o que fica &eacute; dura, mas necess&aacute;ria. No mundo corporativo, valores s&atilde;o negoci&aacute;veis. Inclus&atilde;o &eacute; bem-vista at&eacute; o momento em que se torna um passivo. E, quando os ventos mudam, o mercado n&atilde;o hesita em se ajustar. O desmonte das pol&iacute;ticas de diversidade n&atilde;o &eacute; um acidente ou um desvio tempor&aacute;rio. &Eacute; a constata&ccedil;&atilde;o de que, para muitas empresas, a inclus&atilde;o foi apenas um experimento &mdash; e um experimento que n&atilde;o passou no teste da realidade financeira e pol&iacute;tica.

Gerentes do Grupo Aratu receberam, nesta quarta-feira (31/1), representantes da Tim para conversar sobre práticas de ESG (sigla para "governança ambiental, social e corporativa", em inglês).
No encontro, o diretor comercial da Tim Nordeste, Bruno Talento, demonstrou entusiasmo com a inauguração de uma nova unidade da marca no Shopping Center Lapa, em Salvador, classificada pela consultoria Biomob como "loja acessível". No espaço há cadeiras adaptadas para pessoas com nanismo, além de comunicação em braile em produtos e aparelhos, com possibilidade de audiodescrição.
"A iniciativa começou em Teresina, no Piauí, e a ideia é avançar bastante na pauta da acessibilidade", afirmou Bruno Talento, acrescentando que a inauguração da loja na capital baiana ocorreu recentemente. "São adaptações que não impactam para quem não é uma pessoa com deficiência (PCD), mas fundamentais para quem é", completou.
Para a diretora de Marcas da Tim, Camila Ribeiro, também presente na reunião, o ESG não é um pilar. "Deve estar nos valores, para sermos inclusivos", destacou. Ela citou, em seguida, outra iniciativa da empresa, a da "loja segura", voltada principalmente ao público feminino, cujo modelo já foi testado no Rio de Janeiro e em São Paulo.
"Uma ferramenta que mostra, com um mapa, o caminho que a mulher passou e diz se é seguro ou não. Também expandimos para que nossas lojas fossem pontos de apoio, para que mulheres se sintam seguras e acolhidas, e até março deve estar chegando em Salvador", pontuou Camila, enfatizando que a ideia é transformar a sociedade, deixando-na segura.
O superintendente do Grupo Aratu, João Gomes, complementou que é importante que valores e propósitos empresariais acompanhem o avanço do mercado. "Avanços sociais, em paralelo à tecnologia, dão um ânimo".

Também participaram da reunião o especialista de Marketing da TIM Nordeste, Luiz Alexandre Dantas, e os gerentes de Jornalismo, Marketing e Comercial da Aratu, Glauber Matheus, Bruno Trindade e Vinícius Linhares, respectivamente.
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O Festival Descentraliza Impacto vai acontecer em Salvador na próxima terça-feira (19/9) no Colaborae, no Parque da Cidade, em Salvador. O evento tem como principal objetivo conectar atores locais a redes nacionais e globais. A ideia do projeto está voltado as iniciativas de ESG, práticas ambientais e de governanças que tem como principal preocupação critérios de sustentabilidade.

A programação contará com um painel sobre a descentralização da agenda de impactos em quatro setores da cidade: público, privado, terceiro setor e acadêmico, fazendo com que os novos atores consigam atuar dentro do seu setor. Após as discussões, acontecerá um Happy Hour para comemorar as conexões e uma feirinha com produtos de empreendedores da região.

SERVIÇO

O que: Festival Descentraliza Impacto
Quando: 19 de setembro de 2023 (terça-feira)
Horário: 14h
Onde: Parque da Cidade, Itaigara, em Salvador

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Com o mercado de trabalho cada vez mais disputado, diversas pessoas t&ecirc;m optado por come&ccedil;ar seu pr&oacute;prio neg&oacute;cio e apostado no empreendedorismo para conseguir sua renda. Mas como tirar uma ideia do papel e fazer com que ela tenha sucesso? Quem explica &eacute; a publicit&aacute;ria Mel Oliveira, em entrevista ao jornalista Pablo Reis, durante o programa Liga da Madruga, da TV Aratu.

&ldquo;O primeiro ponto &eacute;: n&atilde;o tenha medo! Entenda muito bem para quem voc&ecirc; quer vender. &Eacute; algo que a gente sempre diz &ldquo;n&atilde;o se apaixone pelo seu neg&oacute;cio, se apaixone pelo problema que o seu neg&oacute;cio quer resolver&rdquo;. Se voc&ecirc; quer abrir um sal&atilde;o de beleza, uma sorveteria, qual &eacute; o problema que voc&ecirc; quer resolver dessas pessoas?&rdquo;.

A especialista traz,&nbsp;ainda, dicas de como prosperar diante de um mercado cada vez mais atento e exigente &aacute;s&nbsp;quest&otilde;es de responsabilidades ligadas aos campos social e ambiental.&nbsp;&nbsp;&nbsp;

&lsquo;&Eacute; super poss&iacute;vel ter lucro e cuidar do mundo, cuidar das pessoas ao mesmo tempo. Todo mundo se pergunta o que &eacute; ESG, essa palavra que est&aacute; super na moda. Ela vem do ingl&ecirc;s, Environmental, Social and Governance, que s&atilde;o quest&otilde;es de ambiente, sociais e de governan&ccedil;a, sendo essa &uacute;ltima parte estrutural da empresa, o quanto ela &eacute; transparente, o quanto &eacute; organizada. O ambiental &eacute; como ela consegue produzir os produtos dela, sem agredir o meio ambiente; e quanto ela &eacute; socialmente respons&aacute;vel, de cuidar de seus funcion&aacute;rios, das pessoas que est&atilde;o envolvidas, como os clientes tamb&eacute;m&rdquo;, acrescenta.

CONFIRA A ENTREVISTA COMPLETA:&nbsp;

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