A audi&ecirc;ncia de instru&ccedil;&atilde;o e julgamento do lutador de boxe Victor Arthur Pinho Possobom est&aacute; marcada para esta quinta-feira (3/11),&nbsp;&agrave;s 15h15, na 1&ordf; Vara Criminal de Niter&oacute;i, regi&atilde;o metropolitana do Rio de Janeiro. Como o processo tramita em segredo de Justi&ccedil;a, a imprensa n&atilde;o poder&aacute; acompanhar.

O lutador foi preso ap&oacute;s ser flagrado agredindo o enteado de 4 anos de idade. Imagens de dois v&iacute;deos de c&acirc;meras de seguran&ccedil;a mostram as agress&otilde;es. Em um deles, h&aacute; o registro feito no elevador e outro na recep&ccedil;&atilde;o do condom&iacute;nio onde moravam no bairro de Icara&iacute;, em Niter&oacute;i. Al&eacute;m de bater na crian&ccedil;a, Victor Possobom sufoca o enteado.

A pris&atilde;o preventiva foi decretada pela ju&iacute;za Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, em exerc&iacute;cio na 1&ordf; Vara Criminal de Niter&oacute;i, no dia 16 de setembro. Na decis&atilde;o, a magistrada aceitou a den&uacute;ncia de tortura oferecida pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico e apontou a exist&ecirc;ncia de ind&iacute;cios suficientes de autoria e materialidade para a deflagra&ccedil;&atilde;o da a&ccedil;&atilde;o penal para um delito que considerou grave.

&ldquo;As imagens contidas na m&iacute;dia acautelada em cart&oacute;rio n&atilde;o deixam d&uacute;vidas. H&aacute; que se reconhecer que a autoria resultou claramente indiciada, assim como comprovados os ind&iacute;cios de materialidade delitiva acerca da pr&aacute;tica da conduta criminosa. H&aacute; n&iacute;tida superioridade f&iacute;sica do r&eacute;u face &agrave; v&iacute;tima, o que por si s&oacute; j&aacute; demonstra a crueldade da conduta e a condi&ccedil;&atilde;o de indefeso da mesma&rdquo;, disse a magistrada.

Dois dias depois da decreta&ccedil;&atilde;o, em audi&ecirc;ncia de cust&oacute;dia realizada na Central de Cust&oacute;dia de Benfica, na zona norte da capital, o juiz Antonio Luiz da Fons&ecirc;ca Lucchese manteve a pris&atilde;o preventiva de Victor Possobom pelo crime de tortura cometido contra o enteado.

Al&eacute;m do inqu&eacute;rito sobre as agress&otilde;es &agrave; crian&ccedil;a, a Pol&iacute;cia Civil do Rio de Janeiro j&aacute; tinha aberto mais cinco outros contra o lutador, nos quais foi denunciado por agredir a pr&oacute;pria m&atilde;e e namoradas. Um pedido de pris&atilde;o, feito pela Delegacia de Atendimento &agrave; Mulher (Deam) de Niter&oacute;i, se refere &agrave; viol&ecirc;ncia psicol&oacute;gica contra a chefe de cozinha J&eacute;ssica Jord&atilde;o, ex-companheira de Victor e m&atilde;e da crian&ccedil;a, que tamb&eacute;m foi agredida por ele.

As imagens das agress&otilde;es s&oacute; foram divulgadas em setembro, embora o crime tenha ocorrido em fevereiro, quando o s&iacute;ndico do pr&eacute;dio encaminhou os v&iacute;deos ao Conselho Tutelar e &agrave; delegacia de pol&iacute;cia do bairro.

Na den&uacute;ncia encaminhada no dia 16 de setembro, a 2&ordf; Promotoria de Justi&ccedil;a de Investiga&ccedil;&atilde;o Penal Territorial do N&uacute;cleo de Niter&oacute;i, do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), pediu a decreta&ccedil;&atilde;o de pris&atilde;o preventiva contra Possobom e a especial aten&ccedil;&atilde;o da Justi&ccedil;a aos direitos e interesses de prote&ccedil;&atilde;o &agrave; crian&ccedil;a e ao adolescente. Os promotores afirmaram que a crian&ccedil;a foi agredida no dia 20 de fevereiro, entre 14h e 14h30, no hall do pr&eacute;dio e no interior do elevador do pr&eacute;dio.

&ldquo;O denunciado, de forma livre e consciente, submeteu o enteado, e que se encontrava sob o seu poder e autoridade, a intenso e desnecess&aacute;rio sofrimento f&iacute;sico e mental, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de car&aacute;ter preventivo. Houve emprego de viol&ecirc;ncia, consistente em agress&otilde;es mediante socos e sess&otilde;es de sufocamento, inclusive prensando a cabe&ccedil;a do menor contra a parede do elevador&rdquo;, indicou o texto.

A den&uacute;ncia apontou ainda que, segundo relato do s&iacute;ndico, moradores e vizinhos j&aacute; comentavam, em tom de reclama&ccedil;&atilde;o, que o denunciado gritava com o enteado frequentemente, tendo, em diversas ocasi&otilde;es, escutado a v&iacute;tima aos berros, pelas viol&ecirc;ncias sofridas.

Os promotores tamb&eacute;m destacaram que a m&atilde;e do menino, na ocasi&atilde;o, j&aacute; ex-companheira de Possobom, foi ouvida na delegacia e descreveu com detalhes a vida de agress&atilde;o tamb&eacute;m sofrida por ela durante a rela&ccedil;&atilde;o conjugal. &ldquo;A ex-namorada de Victor Possobom relatou ainda que sofreu um aborto por conta das agress&otilde;es praticadas por ele, e que havia engravidado em decorr&ecirc;ncia de abuso sexual. Por fim, afirmou que desconhecia que seu companheiro, &agrave; &eacute;poca, agredia seu filho&rdquo;, informou o MPRJ na &eacute;poca.

Possobom, que estava sendo considerado fugitivo, se entregou na noite do dia 16 de setembro, na sede da Corregedoria Geral da Pol&iacute;cia Militar de Niter&oacute;i, ap&oacute;s as tentativas de pris&atilde;o realizadas por agentes da pol&iacute;cia em endere&ccedil;os referentes ao acusado.

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Lutador que agrediu criança de 4 anos será julgado nesta quinta-feira