O caso do bebê de um ano e três meses que ingeriu haxixe, em Salvador, na última sexta-feira (9/6), levantou alguns questionamentos, como em relação aos efeitos causados no organismo da criança, que segue internada.
Para entender mais sobre a situação, a TV Aratu entrevistou o diretor do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (Ciatox-BA), Juscelino Nery, nesta terça-feira (13). Ele explicou que o haxixe também é extraído da cannabis sativa, assim como a maconha, mas com maior concentração do princípio ativo, o THC (de quatro a seis vezes mais). Por isso, os efeitos são mais intensos.
"Pode gerar desde sonolência à agitação, convulsão, fraqueza muscular, perda dos reflexos e dificuldade de ter equilíbrio", iniciou o diretor, destacando que, em casos mais graves, pode evoluir para coma e causar alterações cardiovasculares, insuficiência renal e/ou parada cardíaca.
Quanto a prováveis sequelas, Nery disse que se a criança em questão foi atendida rapidamente e está sendo acompanhada adequadamente, a tendência é de que se recupere bem.
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Continua internado em Salvador Miguel, criança de um ano e três meses que engoliu haxixe, droga derivada da maconha, considera como “extremamente forte” pelas autoridades. Na manhã desta segunda-feira (12/6), o pai do bebê, que não quis se identificar, decidiu se pronunciar e defendeu a madrasta da vítima, presa em flagrante no último sábado (10).
Segundo o homem, ele não estava em casa no momento da ingestão e o menino estava sob os cuidados de Andressa, sua madrasta. “Ela me ligou chorando, dizendo que não sabia o que fazer. Fui correndo de volta pra casa, pois havia saído apenas para comprar um lanche”, afirmou.
Separado da mãe de Miguel, o pai geralmente fica com o filho em alguns finais de semana e afirmou que tem o costume de arrumar o quarto para acomodar a visita. “Eu e Andressa estávamos arrumando o quarto, tirando diversas coisas de lá e a droga acabou se perdendo”, relatou.
No momento do incidente, a vítima foi levada até um hospital. Segundo Erlanderson Bonfim, advogado de defesa do casal, a droga ingerida não chegou a 0,25 gramas. “O caso não pode ser tratado como homicídio, pois temos provas da boa relação de Andressa com a vítima. A defesa vê como negligência”.
Segundo o pai, a droga foi comprada por ele há duas semanas para consumo em um evento. “Não sou usuário frequente e sempre em pequena quantidade. Mas acabou acontecendo”, revelou.
Ainda segundo ele, a tentativa de envenenamento é algo que não deve ser cogitada. “Andressa cuida muito bem do meu filho. Ela não tem motivo para fazer isso com ele e muito menos comigo”, defendeu.
Porém, o discurso da avó materna do garoto acabou divergindo. “Ela não gostava do meu neto, a criança passou mal e ela não falou no hospital o que ele ingeriu. Ela é culpada.”, acusou.
O caso é investigado pela Delegacia de Repressão de Crimes Contra Criança e Adolescentes (DERCA), mesmo local onde Andressa aguarda para ser deslocada até uma penitenciária. No momento, sua prisão passou de flagrante para preventiva.
Miguel está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e, segundo a equipe médica, está reagindo bem ao tratamento. Os cuidados consistem em limpar o trato digestivo do bebê e estimular sua reação.
https://youtu.be/qLxKG12zmys
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