O n&uacute;mero de crian&ccedil;as que n&atilde;o aprenderam a ler nem a escrever saltou de 1,4 milh&atilde;o em 2019 para 2,4 milh&otilde;es em 2021. Isso &eacute; o que aponta a nota t&eacute;cnica <a href="https://todospelaeducacao.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2022/02/digital-nota-tecnica-alfabetizacao-1.pdf" target="_blank">&ldquo;Impactos da pandemia na alfabetiza&ccedil;&atilde;o de crian&ccedil;as&rdquo;</a>, do Todos Pela Educa&ccedil;&atilde;o, divulgada na quarta-feira (8/2). A estimativa &eacute; que o aumento foi de 66,3%.&nbsp;

Quando precisou ficar em casa por conta do distanciamento social &ndash; imposto com mais for&ccedil;a no in&iacute;cio da pandemia &ndash;, a <a href="https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-faculdades/fisioterapia/noticias/?p=aratuon" target="_blank">fisioterapeuta</a> Marianna Carvalho, 31, teve que se colocar no lugar das professoras da filha, que estava no per&iacute;odo de <a href="https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-faculdades/alfabetizacao-e-letramento-educacao-infantil-eou-series-iniciais/?p=aratuon" target="_blank">alfabetiza&ccedil;&atilde;o,</a> Anna Vit&oacute;ria, de seis anos, e cuidar para que ela n&atilde;o ficasse ainda mais prejudicada por conta da suspens&atilde;o das aulas presenciais.

E gra&ccedil;as &agrave; m&atilde;e, a pequena Anna, felizmente, n&atilde;o entrou nos dados que apontam um aumento de 1 milh&atilde;o entre as crian&ccedil;as com idade semelhante &agrave; dela que n&atilde;o aprenderam a ler nem escrever durante a pandemia. Mesmo com aux&iacute;lio da <a href="https://www.educamaisbrasil.com.br/escolas/?p=aratuon" target="_blank">escola</a> que mandava os exerc&iacute;cios, Marianna ainda sentia que era insuficiente. &ldquo;Para mim ainda era pouco. Por isso, usei o recurso da internet para buscar alternativas para ela come&ccedil;ar a desenvolver a escrita, a leitura e treinar as habilidades j&aacute; conquistadas antes da pandemia&rdquo;, conta.

DIFEREN&Ccedil;AS

Falta de equipamentos em casa como computadores, notebooks ou tablet, ou at&eacute; mesmo de internet contribu&iacute;ram para o afastamento de muitas crian&ccedil;as da escola. A nota t&eacute;cnica mostrou que dentre as crian&ccedil;as mais pobres, o percentual das que n&atilde;o sabiam ler e escrever aumentou de 33,6% para 51,0%, entre 2019 e 2021. Dentre as crian&ccedil;as mais ricas, o aumento foi de 11,4% para 16,6%.&nbsp;

A pandemia tamb&eacute;m contribuiu para a disparidade de aprendizagem entre crian&ccedil;as brancas e crian&ccedil;as pretas e pardas. &ldquo;Os percentuais de crian&ccedil;as pretas e pardas de 6 e 7 anos de idade que n&atilde;o sabiam ler e escrever passaram de 28,8% e 28,2% em 2019 para 47,4% e 44,5% em 2021, sendo que entre as crian&ccedil;as brancas o aumento foi de 20,3% para 35,1% no mesmo per&iacute;odo&rdquo;, diz o documento.&nbsp;

Em texto publicado no site do Todos Pela Educa&ccedil;&atilde;o, o l&iacute;der de pol&iacute;ticas educacionais da institui&ccedil;&atilde;o, Gabriel Corr&ecirc;a, explica que o aumento da disparidade fica ainda pior quando olhado pela perspectiva de que ele agrava problemas hist&oacute;ricos da educa&ccedil;&atilde;o brasileira.&nbsp;

&ldquo;A alfabetiza&ccedil;&atilde;o na idade correta &eacute; etapa fundamental na trajet&oacute;ria escolar de uma crian&ccedil;a, e por isso esse preju&iacute;zo nos preocupa tanto. E porque os danos podem ser permanentes, uma vez que a alfabetiza&ccedil;&atilde;o &eacute; condi&ccedil;&atilde;o pr&eacute;via para os demais aprendizados escolares. &nbsp;Precisamos urgentemente de pol&iacute;ticas consistentes para a retomada das aulas, para que essas crian&ccedil;as tenham condi&ccedil;&otilde;es de serem alfabetizadas e sigam estudando. &Eacute; inadmiss&iacute;vel retrocedermos em n&iacute;veis de alfabetiza&ccedil;&atilde;o e escolaridade&rdquo;, afirma.

Para chegar aos n&uacute;meros reunidos na nota, o Todos Pela Educa&ccedil;&atilde;o utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic&iacute;lios Cont&iacute;nua (Pnad Cont&iacute;nua), de 2012 a 2021, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), que questionou durante a pesquisa aos pais e/ou respons&aacute;veis se suas crian&ccedil;as sabiam ou n&atilde;o ler e escrever.

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