Uma situa&ccedil;&atilde;o esdr&uacute;xula envolvendo um idoso de 90 anos movimentou o Distrito Federal, a ponto de o governo local ser condenado a indenizar em R$ 40 mil &agrave; fam&iacute;lia do senhor em quest&atilde;o,&nbsp;Arlindo Gomes de Ara&uacute;jo. Isso porque&nbsp;havia a suspeita de que ele morreu ap&oacute;s ter&nbsp;os aparelhos respirat&oacute;rios desligados por outro paciente, ambos internados na ala de Covid-19 do Hospital de Taguatinga (HRT).

Segundo reportagem do Correio Braziliense, a&nbsp;fam&iacute;lia do idoso contou&nbsp;que ele&nbsp;passou mal em casa, relatando leve falta de ar, e foi&nbsp;encaminhado ao HRT pelo servi&ccedil;o de emerg&ecirc;ncia. Na unidade, precisou ser intubado e sedado.

Na sala vermelha dentro da interna&ccedil;&atilde;o do hospital, os m&eacute;dicos solicitaram um teste para Covid-19. De acordo com o filho de seu Arlindo, ele &quot;n&atilde;o sa&iacute;a de casa, estando em isolamento absoluto&quot;, com &quot;chance m&iacute;nima&quot; de ser infectado. Ainda assim,&nbsp;&ldquo;a orienta&ccedil;&atilde;o era deixar o paciente na ala do covid at&eacute; o resultado do exame&rdquo;, explicou o filho.

O idoso morreu cinco dias depois de&nbsp;ter sido intubado e sedado, e o teste PCR apontou que ele n&atilde;o estava com Covid-19. Contudo, ainda conforme&nbsp;o Correio Braziliense, a&nbsp;certid&atilde;o de &oacute;bito indicava que seu Arlindo teve insufici&ecirc;ncia respirat&oacute;ria como causa da morte e, com isso, entrou na estat&iacute;stica de v&iacute;timas do coronav&iacute;rus.

NOVIDADE NO CASO

Quando o corpo do idoso j&aacute; estava no Instituto de Medicina Legal (IML), a fam&iacute;lia dele&nbsp;descobriu que o caso estava sendo apurado, porque&nbsp;a m&eacute;dica plantonista prestou depoimento &agrave; pol&iacute;cia afirmando que, na manh&atilde; de 26 de junho, foi acionada por enfermeiros do HRT alegando que seu Arlindo n&atilde;o tinha mais sinais de vida. Ela percebeu, ent&atilde;o, que os aparelhos respirat&oacute;rios do idoso estavam desligados da tomada. Segundo a&nbsp;m&eacute;dica, procedimentos de reanima&ccedil;&atilde;o foram realizados, sem sucesso.

Ela ainda contou que outro paciente, 79 anos, internado ao lado de Arlindo, assumiu que desligou os aparelhos. Na &eacute;poca, ao&nbsp;ser questionado do porqu&ecirc; ter feito isso, esse paciente disse havia constatado que os pacientes n&atilde;o necessitavm mais do respirador mec&acirc;nico, por&nbsp;&ldquo;estarem bem&rdquo;.

N&atilde;o havia ningu&eacute;m na ala&nbsp;no momento em que o idoso de 79 anos tirou os fios da tomada. Assim, ningu&eacute;m presenciou a cena. Ainda no depoimento, a m&eacute;dica falou ao delegado que a equipe plantonista anterior relatou que o paciente que retirou da tomada o aparelho respirat&oacute;rio de Arlindo &ldquo;vinha dando muito trabalho&rdquo;.

&quot;Trata-se de um dos casos mais graves envolvendo erro m&eacute;dico, omiss&atilde;o do estado e a pandemia da Covid-19. O GDF foi condenado em primeira inst&acirc;ncia e aguarda-se a decis&atilde;o do TJDFT compreendendo que, pela gravidade dos fatos, a condena&ccedil;&atilde;o deve ser mantida e majorada&rdquo;, afirmou o advogado da fam&iacute;lia, Renato Ara&uacute;jo, &agrave; referida reportagem.

Ap&oacute;s&nbsp;comprova&ccedil;&atilde;o de que seu Arlindo n&atilde;o estava com Covid-19, foi colocada a frase &quot;a esclarecer&quot; na certid&atilde;o de &oacute;bito, para que o corpo pudesse ser liberado.

O outro idoso, que teria desligado o aparelho, tamb&eacute;m veio a palecer posteriormente, mas a causa da morte n&atilde;o foi divulgada.

DECIS&Atilde;O JUDICIAL

Depois de analisar o caso, o&nbsp;juiz Lizandro Garcia Gomes Filho condenou o Distrito Federal a pagar R$ 40 mil a t&iacute;tulo de indeniza&ccedil;&atilde;o por danos morais. O recurso do GDF deve ser analisado na pr&oacute;xima semana.&nbsp;

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