O vereador Gabriel Monteiro (PL) teve o seu mandato cassado pela C&acirc;mara Municipal do Rio de Janeiro. A sess&atilde;o foi realizada nesta &uacute;ltima quinta-feira (18) e durou seis horas e meia. O placar final foi de 48 votos favor&aacute;veis &agrave; cassa&ccedil;&atilde;o e 2 votos contr&aacute;rios. Era necess&aacute;rio um m&iacute;nimo de 34 votos, do total de 50 parlamentares presentes.&nbsp;

Monteiro foi julgado por quebra do decoro parlamentar, por tr&ecirc;s motivos: encena&ccedil;&atilde;o com uma menor de idade em um shopping, agress&atilde;o contra um morador de rua convidado para a encena&ccedil;&atilde;o de um roubo na Lapa e rela&ccedil;&atilde;o sexual gravada em v&iacute;deo com uma menor de idade, que posteriormente teve as imagens vazadas na internet.&nbsp;

Tamb&eacute;m houve, durante os trabalhos da Comiss&atilde;o de &Eacute;tica, den&uacute;ncias de assessores do vereador por importuna&ccedil;&atilde;o sexual e estupro, mas esses crimes, como n&atilde;o faziam parte da den&uacute;ncia inicial, n&atilde;o foram inseridos no relat&oacute;rio final. O vereador Chico Alencar (Psol), relator do processo por quebra de decoro de Gabriel Monteiro no Conselho de &Eacute;tica da C&acirc;mara, leu parte do relat&oacute;rio aprovado pelo conselho, pedindo a cassa&ccedil;&atilde;o do mandato.

Alencar disse que v&iacute;deos foram editados de forma a abusar de pessoas vulner&aacute;veis. &quot;A filmagem da rela&ccedil;&atilde;o sexual com uma menor de idade, &agrave; &eacute;poca com 15 anos de idade, choca a todos. O v&iacute;deo &eacute; impublic&aacute;vel, com agress&atilde;o f&iacute;sica a mulher. Isso est&aacute; filmado. Isso &eacute; impublic&aacute;vel&rdquo;, disse o relator.

&ldquo;A conduta do vereador de filmar cenas de sexo com menores &eacute; crime. Est&aacute; no Estatuto da Crian&ccedil;a e do Adolescente. &Eacute; crime fotografar, filmar, cenas de sexo envolvendo crian&ccedil;as e adolescentes. Armazenas v&iacute;deo, fotografia, com cena de sexo expl&iacute;cito &eacute; crime. Os v&iacute;deos t&ecirc;m di&aacute;logos estarrecedores&rdquo;.

A defesa de Monteiro sustentou que a encena&ccedil;&atilde;o com a adolescente no shopping foi consentida pela m&atilde;e da jovem, que a grava&ccedil;&atilde;o com o morador de rua era um experimento social e que ele teria sido agressivo, e que o vereador n&atilde;o sabia que a menina com quem se relacionava era menor de idade.

O advogado Sandro Figueredo tamb&eacute;m argumentou que Monteiro estava sendo v&iacute;tima de uma conspira&ccedil;&atilde;o da chamada m&aacute;fia do reboque, empresa que teria sido denunciada por ele.&nbsp;

A quase totalidade dos vereadores que ocuparam a tribuna criticou Monteiro, famoso em seu canal de YouTube por fiscaliza&ccedil;&otilde;es em hospitais, abrigos e escolas p&uacute;blicas, al&eacute;m de supostas a&ccedil;&otilde;es contra criminosos, por ter sido contra os princ&iacute;pios que devem nortear a conduta parlamentar.&nbsp;

Monteiro foi o &uacute;ltimo a falar. Ele disse que havia errado por n&atilde;o aprender com os colegas mais velhos e que era muito jovem. Monteiro disse que n&atilde;o havia cometido crimes nos fatos narrados e pediu para n&atilde;o ser jogado na cova dos le&otilde;es. &nbsp;

&ldquo;Eu n&atilde;o sou condenado a nada, eu sei que tomar uma posi&ccedil;&atilde;o contra minha posi&ccedil;&atilde;o aqui &eacute; muito doloroso porque a persegui&ccedil;&atilde;o que vir&aacute; sobre os senhores ser&aacute; muito grande. Mas pior &eacute; entregar a cabe&ccedil;a de um dos seus pares, mesmo sem uma condena&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse Monteiro.

Paralelo ao processo de cassa&ccedil;&atilde;o, os supostos crimes de Monteiro correm na justi&ccedil;a criminal. O vereador deve concorrer a deputado federal, quando esses crimes migrar&atilde;o, caso ele seja eleito, para inst&acirc;ncia superior, pelo foro especial por prerrogativa de fun&ccedil;&atilde;o. Com isso, poder&aacute; levar ainda alguns anos at&eacute; que ele perca o mandato, caso condenado.

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Câmara do Rio cassa mandato de Gabriel Monteiro; vereador foi julgado por quebra de decoro parlamentar