Agência Brasil
Criar uma cultura de cuidado emocional, proporcionando informações e apoio para indivíduos, famílias, instituições e comunidades em geral, é a proposta da campanha Janeiro Branco, que visa a alertar para os cuidados com a saúde mental e emocional da população a partir da prevenção de doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) lembra que também entram no rol transtornos de humor, esquizofrenia e transtorno bipolar que, muitas vezes, fazem com que as pessoas se tornem impossibilitadas (temporária ou permanentemente) de exercer suas funções laborais. A concessão de benefícios, no entanto, está sujeita a critérios específicos.
O benefício por incapacidade temporária, antigo auxílio-doença, é concedido a pessoas que estão temporariamente incapacitadas para o trabalho em razão de doença mental. Já o benefício por incapacidade permanente, antiga aposentadoria por invalidez, é concedido a pessoas permanentemente incapacitadas para o trabalho por causa de doença mental.
Para solicitar o benefício ao INSS, é preciso agendar a perícia médica no aplicativo, no site ou pelo telefone 135. No dia do atendimento, é necessário apresentar documentos médicos (atestados, relatórios, exames) e documentos pessoais. É importante ressaltar que o perito médico é quem irá avaliar se o trabalhador tem direito ao benefício.
Caso o benefício seja concedido, o trabalhador receberá uma carta de concessão de começa a receber na agência bancária em que o INSS depositar o valor. Após receber o primeiro pagamento, o beneficiário pode alterar a agência bancária de recebimento.
Cuidados com a saúde mental
O INSS destaca que um dos primeiros passos para cuidar da saúde mental é ter cautela com as expectativas. É importante estabelecer metas tangíveis, com prazos mais curtos, ou metas divididas em etapas. Também não é necessário esperar uma época específica, como dezembro ou janeiro, para traçar planos ou avaliar o percurso.
“Criar metas que impliquem mudanças de vida, rotina ou hábitos, sem o devido planejamento ou sem considerar as possibilidades reais e os recursos necessários, pode torná-las inatingíveis, gerando frustração e, consequentemente sofrimento emocional”.
O instituto alerta ainda que ter uma atitude de autocobrança exagerada nesta época do ano pode dificultar o reconhecimento dos esforços e conquistas ao longo dos meses subsequentes. “O ideal é que o exercício de auto-observação seja cotidiano e realizado com generosidade e auto-acolhimento”.
“É natural que os acontecimentos, por vezes, não ocorram como esperado ou que as prioridades mudem no meio do caminho. Nesse caso, é fundamental reconhecer as qualidades, habilidades e recursos internos para lidar com as adversidades e, se necessário, ‘reprogramar a rota’”.
Outra boa estratégia é manter consciência sobre os sentimentos. “Identificar as emoções é fundamental para fazer mudanças em direção ao bem-estar, já que elas têm a função de comunicar sobre os gostos e necessidades individuais. Assim, ao reconhecer as emoções e o fluxo de pensamentos que as acompanham, é possível determinar de forma mais consciente o modo de agir e lidar com situações diversas”.
“Dê atenção ao momento presente. Pensar constantemente em coisas que já aconteceram ou poderão acontecer é grande desencadeador de angústia. Portanto, é importante focar nas ações possíveis, naquilo que está no controle e aproveitar as experiências atuais.”
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Falar e cuidar da sa&uacute;de mental nunca foi t&atilde;o importante. J&aacute; pensou, ent&atilde;o, um momento para receber mensagens de carinho e incentivo, de forma at&eacute; inesperada?&nbsp;Essa &eacute; a ideia do &quot;Cantinho do Desabafo&quot;,&nbsp;que acontece nesta ter&ccedil;a-feira (12/7), das 16h30 &agrave;s 19h30, na Esta&ccedil;&atilde;o de Metr&ocirc; de Brotas, em Salvador, com volunt&aacute;rios do Instituto Help.

A iniciativa &eacute; gratuita e visa &agrave;&nbsp;escuta e acolhimento emocional de clientes e moradores de comunidades vizinhas do Sistema Metrovi&aacute;rio de Salvador e Lauro de Freitas, na regi&atilde;o metropolitana (RMS). A realiza&ccedil;&atilde;o&eacute; do Instituto CCR e&nbsp;CCR Metr&ocirc; Bahia.

A a&ccedil;&atilde;o integra&nbsp;o Programa Caminhos para a Sa&uacute;de, da concession&aacute;ria, com foco em Sa&uacute;de Mental. Al&eacute;m do atendimento, ser&atilde;o distribu&iacute;das at&eacute; 5 mil cartas com mensagens de apoio e incentivo.

&quot;Montamos essa estrutura especial de atendimento para as pessoas que estejam passando por uma situa&ccedil;&atilde;o de vulnerabilidade emocional e que precisem conversar, serem acolhidas. Esse servi&ccedil;o &eacute; muito importante e precisa ser acess&iacute;vel a todos&quot;, explica Luana Xavier, analista de Sustentabilidade da CCR Metr&ocirc; Bahia.

INSTITUTO HELP

O projeto foi criado em 2017, com a finalidade de ajudar pessoas que t&ecirc;m depress&atilde;o, ansiedade, entre outras quest&otilde;es emocionais. Atualmente, o Help conta com mais de 5 mil volunt&aacute;rios em todo o pa&iacute;s que ajudam e orientam pessoas que sofrem com os problemas que um dia eles, volunt&aacute;rios, tamb&eacute;m sofreram e superaram.

PARCERIA COM O CVV

A CCR, em parceria com o Centro de Valoriza&ccedil;&atilde;o da Vida (CVV), disponibiliza tamb&eacute;m o Plant&atilde;o de Escuta, de segunda a sexta-feira, das 10h &agrave;s 16h, na Esta&ccedil;&atilde;o de Metr&ocirc; Acesso Norte. Qualquer pessoa pode ter acesso ao servi&ccedil;o de acolhimento e apoio emocional, que &eacute; gratuito e com total privacidade. Os atendimentos no espa&ccedil;o s&atilde;o individuais.

SERVI&Ccedil;O

Cantinho do Desabafo e &nbsp;distribui&ccedil;&atilde;o de at&eacute; 5 mil cartas com mensagens de apoio e incentivo 
Quando:&nbsp;ter&ccedil;a-feira (12/7), das 16h30 &agrave;s 19h30 
Onde: Esta&ccedil;&atilde;o de Metr&ocirc; Brotas, Salvador

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O que era pra ser uma corrida comum acabou transformando a vida do motorista de aplicativo Ademilton Neri, conhecido como Germano. Mas o que mudou mesmo foi&nbsp;a vida, literalmente, de uma passageira. A mulher, que se identificou&nbsp;apenas como Alessandra, deixou um coment&aacute;rio na p&aacute;gina do trabalhador no aplicativo InDriver, onde escreveu: &quot;&oacute;timo motorista, salvou minha vida, literalmente! Eu tava indo cometer um suic&iacute;dio e ele n&atilde;o deixou&quot;.

Germano conversou com o Aratu On para contar como usa seu trabalho para ajudar as pessoas que passam pelo seu carro todos os dias. &quot;Eu s&oacute; ouvi, somos meio que psic&oacute;logos ali [...] Todos os dias a gente fala alguma coisa pra algu&eacute;m, todo santo dia&quot;, resume.&nbsp;

&quot;A gente que trabalha com aplicativo de transporte de pessoas tem que ter uma responsabilidade muito grande.&nbsp;A partir do momento em que aceitamos um chamado, a gente j&aacute; passa a observar o comportamento do ve&iacute;culo, seja por seguran&ccedil;a ou apenas para puxar um assunto, pra que n&atilde;o seja uma viagem chata, inc&ocirc;moda. [...] Ao chegar, eu senti nela [Alessandra] algo diferente&quot;, lembra.

Ao perceber esse estranhamento, ele tentou conversar com a passageira, que aparentava ter cerca de 25 anos. &quot;Ela falou que n&atilde;o queria que eu falasse nada, apenas a levasse at&eacute; a esta&ccedil;&atilde;o de metr&ocirc; Tamburugy. S&oacute; que eu olhei pra ela e disse &#39;poxa, eu estou muito preocupado com voc&ecirc;&#39;.&nbsp;Algo em mim mesmo me chamou a aten&ccedil;&atilde;o de que eu n&atilde;o podia parar naquele ponto. Eu falei &#39;se voc&ecirc; quiser desabafar, eu vou levar o carro bem lentamente e voc&ecirc; fala pra mim, que se eu puder te ajudar eu vou te ajudar&#39;. Foi ai que ela disse que estava indo para tirar a vida dela&quot;, narra.

Na inten&ccedil;&atilde;o de ajudar, Germano come&ccedil;ou a contar sua vida, sobre suas esposa e filhos, e sua maneira de enxergar a passagem pela Terra. &quot;Eu comecei a falar algumas coisas pra ela, da import&acirc;ncia do presente, da vida que Deus deu pra gente. Disse pra ela que eu n&atilde;o ia deix&aacute;-la no ponto, mas sim lev&aacute;-la at&eacute; uma praia&quot;, aconselhou.

O motorista lembra ainda que, ao chegarem na praia, estava chovendo fortemente. &quot;Deixei ela no carro pensando e sa&iacute; do carro, na chuva. Quando eu retornei ao carro ela disse: &#39;me leva pra casa&#39;, e eu fiquei muito feliz&quot;, recorda.

Como as regras da pandemia n&atilde;o permitem abra&ccedil;o, ele apenas deixou a jovem em casa e deu seu n&uacute;mero de contato para que, caso tivesse ideias semelhantes, dessem mais uma volta. Ele ainda aguardou uma nova liga&ccedil;&atilde;o, mas, at&eacute; o fechamento da reportagem, ela n&atilde;o havia discado seu n&uacute;mero.&nbsp;

REPERCUSS&Atilde;O

Com o fim da corrida, Germano voltou pra casa, comentando&nbsp;apenas com a esposa&nbsp;o ocorrido. Por&eacute;m, nos dias seguintes, descobriu a mensagem deixada por Alessandra em sua p&aacute;gina: outros passageiros, que acessavam o local para buscar informa&ccedil;&otilde;es sobre seu trabalho, j&aacute; entravam no carro perguntando sobre o ocorrido.

&quot;Eu n&atilde;o sabia que ela ia dar esse relato, n&atilde;o sabia que ia dar essa repercuss&atilde;o toda. T&aacute; sendo uma surpresa pra mim, porqu&ecirc; todos os dias algu&eacute;m comenta&quot;, brinca.&nbsp;

Por outro lado, a fama de &quot;psic&oacute;logo&quot; tamb&eacute;m acabou com ele se tornando uma press&atilde;o. O trabalhador contou que, recentemente, uma outra passageira lhe pediu que desse conselhos para a filha. &quot;Eu falei pra ela, &#39;senhora, eu n&atilde;o sou psic&oacute;logo&#39;, mas ele dizia &#39;eu vi o coment&aacute;rio da menina l&aacute; e a minha filha sofre de depress&atilde;o&#39;&quot;, desabafa.

DICA

Germano ainda deu uma dica para os leitores do Aratu On que estiverem passando por momentos dif&iacute;ceis. &quot;Eu acho que n&oacute;s temos que ser bastante felizes, porque a vida &eacute; importante, o momento e importante o presente &eacute; importante. Ent&atilde;o temos que viver de forma intensa o agora, sem criar expectativas para o futuro ou at&eacute; em outras pessoas, porque criar expectativas em outras pessoas lhe deixam frustrado. &Eacute; viver intensamente, com foco, objetivo e sorrir&quot;.&nbsp;

N&atilde;o apenas durante o setembro amarelo, m&ecirc;s de incentivo a preven&ccedil;&atilde;o do suic&iacute;dio, mas por todo o ano, a recomenda&ccedil;&atilde;o &eacute; que voc&ecirc; busque ajuda m&eacute;dica. Outra dica para quem j&aacute; pensou, em algum momento, em desistir de viver, &eacute; discar 188 e conversar com um volunt&aacute;rio do Centro de Valoriza&ccedil;&atilde;o a Vida (CVV).

V&Iacute;DEO

A reportagem do Aratu On tamb&eacute;m preparou uma entrevista audiovisual com o trabalhador. Ele deu detalhes sobre aquele dia que mudaria (ou salvaria) a vida de sua passageira.&nbsp;

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