O corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, suspendeu nesta sexta-feira (12/4) norma que regulamentou o uso de vestimentas para entrar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. O dispositivo foi aprovado em fevereiro deste ano e provocou debate entre usuários das redes sociais.
Pela instrução normativa, está proibido o acesso de pessoas às dependências do tribunal usando shorts, bermuda, blusas sem manga, trajes de banho e de ginastica (legging) e blusas cropped (que expõem a barriga).
Os trajes permitidos são terno, camisa social e gravata para pessoas que se identificam com o gênero masculino e vestido, blusa com calça ou saia "de natureza social" para quem se identifica com gênero feminino.
CONSTRANGIMENTOS
Na decisão, o corregedor entendeu que as restrições podem causar constrangimentos ao público feminino.
"Verifica-se possível inobservância a tais normativos e diretrizes em seus efeitos, uma vez que, cediço [usual, corriqueiro, sabido de todos] é que especificações alusivas a roupas sumárias e outros trajes como, por exemplo, blusas sem manga ou trajes sumários - são utilizados como meio de abordagem e possível constrangimento ligados ao gênero feminino", decidiu Salomão.
OUTRO LADO
Em nota, o STJ informou que não foi notificado e que considerou "estranha" a decisão de suspensão porque o prazo para responder ao procedimento instaurado pelo CNJ ainda está aberto.
Segundo o tribunal, o relator do caso, conselheiro Giovanni Olsson havia pedido informações aos tribunais do país sobre as regras sobre vestimentas.
"Na última segunda-feira, o STJ encaminhou consulta ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), pedindo orientação em relação ao regulamento que disciplina o tema, considerando que há quase 40 regras no país que tratam sobre vestimenta e circulação em prédios do Judiciário", informou o STJ.
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Eles reagiram: após verem as mulheres usando e abusando dos croppeds por anos, se salvando do calorão e ainda ficando na moda, os homens começaram a trazer a peça para seus guarda-roupas.
No BBB 23, já deu para ver que o cropped deixou de ser uma peça exclusiva para mulheres. Lá na casa, Gabriel Santana, Fred Nicácio e Ricardo "Alface" não tiveram medo de aparecer na TV de milhões de pessoas de cropped e barriga de fora.
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VEJA ALGUMAS IMAGENS:
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A peça pode até estar se popularizando entre o público masculino agora, mas não é novidade. Entre os anos 1980 e 1990, o cropped, que já era um queridinho das mulheres, também era usado por homens mais ousados e do meio artístico, como é o caso de Fred Nicácio e Gabriel Santana, do BBB.
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Fora do Brasil, quem já apareceu de cropped em grandes eventos televisionados, ensaios fotográficos e shows foram os cantores Harry Styles e Shawn Mendes, por exemplo. Em entrevistas, Shawn chegou a falar que a moda é uma forma de expressão e que cada um deve vestir o que quiser, sem preconceitos de gênero. "Ficam ótimos em homens. Não tenham medo de usar, pessoal. Eles ficam ótimos", acrescentou o cantor.
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Rodrigo Faro, João Guilherme e Vittao também já usaram a peça no Brasil. Porém, ainda hoje, em 2023, há quem ache que o cropped tira a masculinidade do homem. "Mulheres héteros são tipo: 'Prefiro casar com um homem que usa camisa de time, me trai com minha amiga, não lava um prato dentro de casa, do que com um homem que usa cropped'", apontou um internauta.
"Tenho a impressão de que essa nova moda que está surgindo é para algumas mulheres aprenderem a valorizar o cara que sai com a camisa do time dele", comentou outro. "Ou você é homem, ou usa cropped. Não há meio termo", reclamou uma usuária do Twitter.

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