A economista Daniella Marques Consentino tomou posse nesta ter&ccedil;a-feira (5/7) como presidente da Caixa Econ&ocirc;mica Federal. Daniella j&aacute; havia sido eleita pelo Comit&ecirc; de Elegibilidade do banco estatal na semana passada. A cerim&ocirc;nia ocorreu na sede nacional da empresa, em Bras&iacute;lia, e contou com a presen&ccedil;a do presidente Jair Bolsonaro, do ministro da Economia, Paulo Guedes, do presidente da C&acirc;mara dos Deputados, Arthur Lira, e de diversas autoridades.&nbsp;

Ex-secret&aacute;ria especial de Produtividade e Competitividade do Minist&eacute;rio da Economia, a economista substituir&aacute; Pedro Guimar&atilde;es, que pediu demiss&atilde;o na quarta-feira (29/6), ap&oacute;s den&uacute;ncias de ass&eacute;dio sexual que est&atilde;o sendo investigadas pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) e pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho (MPT). Ele negou as acusa&ccedil;&otilde;es na carta de ren&uacute;ncia.

DI&Aacute;LOGO 
Em coletiva de imprensa, ap&oacute;s assumir o cargo, a nova presidente da Caixa refor&ccedil;ou o compromisso de abrir um canal de di&aacute;logo com focos nas mulheres que trabalham na empresa.&nbsp;

&quot;Estou abrindo hoje um canal de di&aacute;logo com os empregados, o Di&aacute;logo Seguro Caixa. Vai ser um canal de di&aacute;logo aberto exclusivamente para as mulheres, nos pr&oacute;ximos 30 dias, onde todas as mulheres - e s&atilde;o 35 mil que trabalham na Caixa - ser&atilde;o acolhidas, ouvidas, protegidas, para que eu entenda um pouco e me aprofunde em cima dos ind&iacute;cios que est&atilde;o sendo apresentados&quot;, afirmou.&nbsp;

Al&eacute;m disso, a executiva destacou a aprova&ccedil;&atilde;o, pelo Conselho de Administra&ccedil;&atilde;o do banco, de um plano de a&ccedil;&atilde;o que envolve a revis&atilde;o de todas as pol&iacute;ticas de integridade, preven&ccedil;&atilde;o de ass&eacute;dio, assim como a estrutura de governan&ccedil;a de risco, a Ouvidoria e Corregedoria da Caixa. &quot;&Eacute; natural que os processos sejam revisados, aprimorados e aprofundados e &eacute; isso que a gente vai fazer&quot;.&nbsp;

Daniella Consentino tamb&eacute;m confirmou que trocar&aacute; todos os 26 cargos de consultoria estrat&eacute;gica que est&atilde;o diretamente ligados &agrave; presid&ecirc;ncia da Caixa. Desses, seis j&aacute; deixaram o cargo, incluindo o chefe de gabinete. Al&eacute;m destes postos, dois vice-presidentes tamb&eacute;m foram afastados nos &uacute;ltimos dias. Uma empresa de consultoria externa tamb&eacute;m ser&aacute; contratada para atuar na investiga&ccedil;&atilde;o das den&uacute;ncias de ass&eacute;dio dentro da empresa. Daniella informou que ainda n&atilde;o h&aacute; previs&atilde;o de quando o trabalho de apura&ccedil;&atilde;o ser&aacute; conclu&iacute;do.&nbsp;

CR&Eacute;DITO PARA MULHERES 
A nova presidente da Caixa anunciou que, al&eacute;m das medidas internas, deve promover um programa de combate e preven&ccedil;&atilde;o ao ass&eacute;dio e &agrave; viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica e de est&iacute;mulo ao empreendedorismo feminino para os 148 milh&otilde;es de clientes do banco, que &eacute; o principal operador dos programas sociais do governo federal, como o Aux&iacute;lio Brasil.

&quot;A gente vai bancar a causa das mulheres, queremos ser o grande promoter desta causa, atuar com afinco para proteger e promover mulheres. Hoje, a mulher &eacute; dona de 80% das decis&otilde;es de consumo e s&oacute; 20% do cr&eacute;dito, e a gente quer dar conta, com toda nossa estrutura de rede, apoiando e protegendo as mulheres em todas as dimens&otilde;es&quot;, observou. Terceira maior institui&ccedil;&atilde;o financeira do pa&iacute;s, a Caixa est&aacute; presente em mais de 5 mil munic&iacute;pios, com 14 mil ag&ecirc;ncias e cerca de 27 mil postos f&iacute;sicos de atendimento.&nbsp;

PEQUENOS NEG&Oacute;CIOS 
Daniella Consentino afirmou que pretende seguir desenvolvendo a plataforma de microcr&eacute;dito da Caixa, com foco em financiamento de pequenas empresas e microempreendedores.&nbsp;

&quot;Esse &eacute; um foco estrat&eacute;gico nosso, estar perto dos micro e pequenos empres&aacute;rios, dos microempreendedores individuais. Est&aacute; vindo agora a renova&ccedil;&atilde;o dos fundos garantidores da Uni&atilde;o, de at&eacute; R$ 90 bilh&otilde;es em cr&eacute;dito, n&atilde;o para micro e pequenas empresas, mas tamb&eacute;m para MEIs [microempreendedores individuais], e a gente pretende fazer um trabalho muito forte de difus&atilde;o e opera&ccedil;&atilde;o desse fundos.&quot;&nbsp;

PRIVATIZA&Ccedil;&Atilde;O 
Questionada, a presidente do banco afirmou que n&atilde;o h&aacute; nenhuma orienta&ccedil;&atilde;o de privatiza&ccedil;&atilde;o da Caixa, e que isso n&atilde;o &eacute; objeto nem de discuss&atilde;o neste momento. A venda de ativos, incluindo a plataforma de bancariza&ccedil;&atilde;o digital Caixa TEM, tamb&eacute;m n&atilde;o est&aacute; no radar da economista.&nbsp;

&quot;Ao longo desse processo de &#39;bancariza&ccedil;&atilde;o&#39;, de tanta gente no pagamento e opera&ccedil;&atilde;o do Aux&iacute;lio Emerg&ecirc;ncia, foi desenvolvido junto um banco digital, que obviamente tem muito valor, mas ainda preciso me reunir com a governan&ccedil;a do banco, vou respeitar os ritos de governan&ccedil;a do banco para saber se gera valor para Caixa ou n&atilde;o estar desinvestindo, mas n&atilde;o &eacute; algo que est&aacute; em discuss&atilde;o neste momento. Nem a privatiza&ccedil;&atilde;o da Caixa nem a venda de algum ativo&quot;, assegurou.&nbsp;

PERFIL 
No governo desde janeiro de 2019, Danielle Consentino foi chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estrat&eacute;gicos do Minist&eacute;rio da Economia. Uma das principais auxiliares do ministro Paulo Guedes, ela assumiu a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade no in&iacute;cio do ano.

Com forma&ccedil;&atilde;o em administra&ccedil;&atilde;o de empresas pela Pontif&iacute;cia Universidade Cat&oacute;lica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), a nova presidente da Caixa tem MBA em finan&ccedil;as pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) e uma carreira no mercado financeiro. Foi diretora-executiva da Oren Investimentos e diretora de Risco e Compliance, s&oacute;cia e gestora de Renda Vari&aacute;vel da Mercatto Investimentos. Antes de entrar no governo, foi s&oacute;cia do ministro Guedes na Bozano Investimentos, onde foi diretora de Compliance e Opera&ccedil;&otilde;es e Financeiras.

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