Na &uacute;ltima segunda-feira (27/9), foi celebrado o Dia Nacional do Doador de &Oacute;rg&atilde;os. E justamente nesta semana, o Hospital S&atilde;o Rafael, refer&ecirc;ncia na Bahia para transplantes de &oacute;rg&atilde;os e tecidos,&nbsp;atingiu o marco hist&oacute;rico de 100 transplantes renais realizados de janeiro de 2019 a setembro deste ano.

O resultado alcan&ccedil;ado pela unidade hospitalar &eacute; cinco vezes maior do que o praticado antes desse per&iacute;odo. Segundo o Grupo Rede D&#39;Or, que administra o local, o&nbsp;feito se deve &agrave; renova&ccedil;&atilde;o de equipes multidisciplinares, reestrutura&ccedil;&atilde;o e implementa&ccedil;&atilde;o de novos protocolos.

Nesta pandemia de Covid-19,&nbsp;a recusa da fam&iacute;lia pela doa&ccedil;&atilde;o de &oacute;rg&atilde;os cresceu 10% na Bahia, de acordo com a Central de Notifica&ccedil;&atilde;o, Capacita&ccedil;&atilde;o e Distribui&ccedil;&atilde;o de &Oacute;rg&atilde;os da Bahia (CNCDO). Mesmo assim, o hospital conseguiu&nbsp;realizar, em agosto, o maior n&uacute;mero de transplantes de rins deste ano,&nbsp;cinco no total, quando a m&eacute;dia mensal tem sido e 1 a 2 procedimentos. Al&eacute;m de transplantes renais, o S&atilde;o Rafael tamb&eacute;m realiza o procedimento com f&iacute;gado e medula.

Segundo a nefrologista Dra. Ana Paula Baptista, coordenadora de transplante renal da unidade de sa&uacute;de, &quot;quanto maior o n&uacute;mero de pessoas declaradas doadoras, maiores s&atilde;o as chances de aumentar o n&uacute;mero de transplantes&quot;. Ela refor&ccedil;a, tamb&eacute;m, a import&acirc;ncia do di&aacute;logo. &quot;Campanhas como o Setembro Verde s&atilde;o essenciais para ampliar o acesso &agrave; informa&ccedil;&atilde;o e contribuir para que as fam&iacute;lias compreendam a relev&acirc;ncia desse ato. &Eacute; importante ter essa conversa em casa, avisar se voc&ecirc; quer ser um doador. Somente na Bahia, s&atilde;o quase duas mil pessoas na esperan&ccedil;a de ser um receptor compat&iacute;vel&quot;, completou.

PROTOCOLOS

Obrigat&oacute;rio para as unidades hospitalares com mais de setenta leitos, o Hospital S&atilde;o Rafael conta com Comiss&atilde;o Intra-Hospitalar de Doa&ccedil;&atilde;o de &Oacute;rg&atilde;os e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). Ligado ao CNCDO, a Comiss&atilde;o atua no ambiente hospitalar atrav&eacute;s de uma equipe multiprofissional respons&aacute;vel pela organiza&ccedil;&atilde;o, rotinas e protocolos que possibilitem o processo de doa&ccedil;&atilde;o. Havendo um doador, a capta&ccedil;&atilde;o do &oacute;rg&atilde;o ou tecido &eacute; feita pela Secretaria da&nbsp;Sa&uacute;de do Estado da Bahia (Sesab) para os tr&acirc;mites necess&aacute;rios &agrave; valida&ccedil;&atilde;o da doa&ccedil;&atilde;o ao paciente em fila de espera em todo o Estado, um trabalho que tamb&eacute;m contribui para a conscientiza&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o sobre a import&acirc;ncia de ser um doador. &nbsp;

COMO SER DOADOR DE &Oacute;RG&Atilde;OS?

Bom, para ser doador(a) &eacute; simples. Basta informar sobre tal desejo aos seus familiares. &Eacute; preciso deixar claro que eles devem autorizar a doa&ccedil;&atilde;o, pois, n&atilde;o h&aacute;, pela legisla&ccedil;&atilde;o brasileira, como garantir efetivamente a vontade do doador. Contudo, de acordo com o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de (MS), observa-se que, na maioria dos casos, quando a fam&iacute;lia tem conhecimento, o desejo &eacute; respeitado.

Existem dois tipos de doadores. o falecido e o vivo. O primeiro deve ser&nbsp;paciente com morte encef&aacute;lica, geralmente v&iacute;tima de cat&aacute;strofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).&nbsp;Conforme estabelece a Lei 9.434, a doa&ccedil;&atilde;o de tecidos (c&oacute;rnea, pele e musculoesquel&eacute;tico, por exemplo, pode ser feita somente ap&oacute;s a parada cardiorrespirat&oacute;ria.

O doador vivo pode ser qualquer pessoa que concorde com a doa&ccedil;&atilde;o, desde que n&atilde;o prejudique a sua pr&oacute;pria sa&uacute;de. Neste caso, &eacute;&nbsp;poss&iacute;vel doar um dos rins, parte do f&iacute;gado, parte da medula &oacute;ssea ou parte do pulm&atilde;o.&nbsp;Pela lei, parentes at&eacute; o quarto grau e c&ocirc;njuges podem ser doadores, caso compat&iacute;veis.&nbsp;

COMO FUNCIONA&nbsp;

De acordo com informa&ccedil;&otilde;es do MS, os &oacute;rg&atilde;os doados v&atilde;o para pacientes que necessitam de um transplante e est&atilde;o aguardando em lista &uacute;nica, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Sa&uacute;de de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

Depois de retirado, cada &oacute;rg&atilde;o tem um tempo espec&iacute;fico para ser transplantado, chamado de &ldquo;tempo de isquemia&rdquo;. A lista abaixo demonstra o tempo de isquemia aceit&aacute;vel para alguns.

Confira:

Cora&ccedil;&atilde;o - 4 horas 
Pulm&atilde;o - 4 a 6 horas 
Rim - 48 horas 
F&iacute;gado - 12 horas 
P&acirc;ncreas - 12 horas

C&oacute;rneas, tecidos e a pele - o maior &oacute;rg&atilde;o do corpo humano - tamb&eacute;m podem ser doados.

SUCESSO

Ainda conforme o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, o Brasil &eacute; refer&ecirc;ncia mundial na &aacute;rea de transplantes e possui o maior sistema p&uacute;blico de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o pa&iacute;s s&atilde;o financiados pelo SUS. Em n&uacute;meros absolutos, o &eacute; o segundo maior transplantador do planeta, atr&aacute;s apenas dos EUA. Os pacientes rtamb&eacute;m recebem assist&ecirc;ncia integral e gratuita, incluindo exames preparat&oacute;rios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos p&oacute;s-transplante.

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