Pilotos e comiss&aacute;rios de voo que atuam nas principais companhias a&eacute;reas do pa&iacute;s aprovaram a deflagra&ccedil;&atilde;o de uma greve nacional, com in&iacute;cio na pr&oacute;xima&nbsp;segunda-feira (19/12). A decis&atilde;o de cruzar os bra&ccedil;os, conforme publicou a Ag&ecirc;ncia Brasil, foi tomada em assembleia geral da categoria nesta&nbsp;quinta-feira (15/12), segundo informou o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).&nbsp;<img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1498779&amp;o=node" /><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1498779&amp;o=node" />

Ainda de acordo com a publica&ccedil;&atilde;o, a paralisa&ccedil;&atilde;o, que ser&aacute; por tempo indeterminado, ocorrer&aacute; sempre das 6h &agrave;s 8h, nos aeroportos de S&atilde;o Paulo, Rio&nbsp;de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Bras&iacute;lia, Belo Horizonte e Fortaleza, os maiores do pa&iacute;s. A medida deve gerar um efeito cascata de atrasos e poss&iacute;veis cancelamentos de voos.&nbsp;

O motivo para a greve, segundo a categoria, &eacute; a &quot;frustra&ccedil;&atilde;o das negocia&ccedil;&otilde;es da renova&ccedil;&atilde;o da Conven&ccedil;&atilde;o Coletiva de Trabalho&quot;. O acordo ainda est&aacute;&nbsp;em discuss&atilde;o entre os sindicatos dos trabalhadores do setor e das empresas a&eacute;reas. A greve n&atilde;o atingir&aacute; voos com &oacute;rg&atilde;os para transplante, vacinas ou pacientes em atendimento m&eacute;dico, assegurou o SNA.&nbsp;

Os aeronautas reivindicam recomposi&ccedil;&atilde;o das perdas inflacion&aacute;rias, al&eacute;m de um ganho real nos sal&aacute;rios e benef&iacute;cios. O sindicato da categoria argumenta que os altos pre&ccedil;os das passagens a&eacute;reas&nbsp;t&ecirc;m gerado crescentes lucros para as empresas. De janeiro a outubro deste ano, por exemplo, o pre&ccedil;o m&eacute;dio das passagens subiu 35%, segundo dados do &Iacute;ndice Nacional de Pre&ccedil;os ao Consumidor Amplo (IPCA). Os profissionais do setor a&eacute;reo reivindicam ainda melhorias nas condi&ccedil;&otilde;es de trabalho para renova&ccedil;&atilde;o da Conven&ccedil;&atilde;o Coletiva de Trabalho, como a defini&ccedil;&atilde;o dos hor&aacute;rios de in&iacute;cio de folgas e proibi&ccedil;&atilde;o de altera&ccedil;&otilde;es nas mesmas, al&eacute;m do cumprimento dos limites j&aacute; existentes do tempo em solo entre etapas de voos.

&quot;&Eacute; importante destacar que as pr&oacute;prias empresas apontam em seus informes ao mercado, assim como tamb&eacute;m demonstram not&iacute;cias publicadas na imprensa, que o setor a&eacute;reo vem se recuperando aceleradamente, com lucros maiores do que os do per&iacute;odo pr&eacute;-pandemia. Al&eacute;m disso, a procura por passagens a&eacute;reas aumentou e os pre&ccedil;os impostos aos passageiros subiram drasticamente. No entanto, as empresas continuam intransigentes, se recusando a conceder uma remunera&ccedil;&atilde;o mais digna aos tripulantes, al&eacute;m de propor que pilotos e comiss&aacute;rios trabalhem mais horas. Os pilotos e comiss&aacute;rios de voo do Brasil contam com a compreens&atilde;o da sociedade e com o bom senso das companhias a&eacute;reas para evitar transtornos&quot;, informou o sindicato, em nota.

A&nbsp;Ag&ecirc;ncia Brasil&nbsp;procurou o Sindicato Nacional das Empresas Aerovi&aacute;rias (SNEA), que enviou uma nota oficial na noite desta quinta, em nome das a&eacute;reas. No texto, a entidade afirma que ofereceu reajuste de 100% do &Iacute;ndice Nacional de Pre&ccedil;o ao Consumidor (INPC) para o piso salarial, mesma corre&ccedil;&atilde;o para as di&aacute;rias nacionais, seguro de vida e vale alimenta&ccedil;&atilde;o, al&eacute;m da garantia da data base de 1&ordm; de dezembro e todas as cl&aacute;usulas financeiras e sociais da Conven&ccedil;&atilde;o Coletiva enquanto as negocia&ccedil;&otilde;es estivessem em curso. At&eacute; o momento, no entanto, o sindicato patronal informou n&atilde;o ter recebido contraproposta dos trabalhadores.&nbsp;

Sobre o aumento das passagens a&eacute;reas, a entidade argumentou o pre&ccedil;o &quot;foi fortemente afetado nos &uacute;ltimos anos por conta de pandemia, conflitos na Europa, desvaloriza&ccedil;&atilde;o do real frente ao d&oacute;lar e aumento do pre&ccedil;o do petr&oacute;leo&quot;. Al&eacute;m disso, o SNEA enfatizou que o querosene de avia&ccedil;&atilde;o (QAV) aumentou 118% na compara&ccedil;&atilde;o com o ano de 2019 e hoje representa mais de 50% dos custos.

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Pilotos decretam greve para segunda-feira e medida deve gerar atrasos em aeroportos