Quem nunca fez uma fofoquinha na sala de caf&eacute; no trabalho ou n&atilde;o tem um "grupo da fofoca" com os colegas mais pr&oacute;ximos, que atire a primeira pedra. Mas, por mais comum em ambientes profissionais, a fofoca pode ultrapassar o limite do aceit&aacute;vel e gerar consequ&ecirc;ncias graves, incluindo a demiss&atilde;o por justa causa. A pr&aacute;tica, quando causa preju&iacute;zos &agrave; imagem de colegas, ao clima organizacional ou &agrave; reputa&ccedil;&atilde;o da empresa, pode ser enquadrada como falta grave com base na Consolida&ccedil;&atilde;o das Leis do Trabalho (CLT), segundo informa&ccedil;&otilde;es do JusBrasil.
Neste contexto, a justa causa representa a penalidade mais severa ao empregado, sendo aplicada em situa&ccedil;&otilde;es de quebra de confian&ccedil;a. &ldquo;A fofoca &eacute; a divulga&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es &ndash; verdadeiras ou n&atilde;o &ndash; sobre outra pessoa, geralmente sem sua permiss&atilde;o&rdquo;, explica o artigo. No ambiente corporativo, isso pode envolver boatos sobre promo&ccedil;&otilde;es, demiss&otilde;es, decis&otilde;es da empresa ou relacionamentos pessoais.
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Nem toda fofoca &eacute; pun&iacute;vel com justa causa. No entanto, quando o comportamento resulta em ofensa, constrangimento ou conflitos relevantes, pode ser considerado um atentado aos princ&iacute;pios de respeito e conviv&ecirc;ncia no trabalho. &ldquo;Quando isso ocorre, o comportamento deixa de ser inofensivo e passa a prejudicar o bom andamento do trabalho, violando princ&iacute;pios de respeito, &eacute;tica e conviv&ecirc;ncia saud&aacute;vel&rdquo;, indicou o portal &Acirc;mbito Jur&iacute;dico.
<h3 style="text-align: justify;">Amparo legal</h3>
A CLT n&atilde;o trata diretamente do termo &ldquo;fofoca&rdquo;, mas permite sua interpreta&ccedil;&atilde;o em diferentes dispositivos do artigo 482. As hip&oacute;teses mais comuns s&atilde;o:
<ul style="text-align: justify;">
<li>
Letra &ldquo;k&rdquo;: ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no servi&ccedil;o contra qualquer pessoa;
</li>
<li>
Letra &ldquo;b&rdquo;: incontin&ecirc;ncia de conduta ou mau procedimento;
</li>
<li>
Letra &ldquo;h&rdquo;: indisciplina ou insubordina&ccedil;&atilde;o.
</li>
</ul>
Se a fofoca levar a humilha&ccedil;&atilde;o, quebra de sigilo, danos morais ou tumultos no ambiente de trabalho, esses dispositivos podem ser invocados para justificar a demiss&atilde;o.
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<h3 style="text-align: justify;">Crit&eacute;rios para configurar justa causa</h3>
Para que a demiss&atilde;o por justa causa seja v&aacute;lida, a Justi&ccedil;a do Trabalho exige que alguns requisitos sejam cumpridos:
<ul style="text-align: justify;">
<li>
Gravidade da conduta: o ato precisa ser suficientemente s&eacute;rio para romper a confian&ccedil;a entre empregado e empregador.
</li>
<li>
Atualidade: a penalidade deve ser aplicada logo ap&oacute;s a ci&ecirc;ncia da falta.
</li>
<li>
Proporcionalidade: a empresa deve avaliar se advert&ecirc;ncias ou suspens&otilde;es seriam medidas mais adequadas.
</li>
<li>
Aus&ecirc;ncia de perd&atilde;o: se o empregador perdoar o ato, n&atilde;o pode aplicar a puni&ccedil;&atilde;o posteriormente.
</li>
<li>
Provas: testemunhos, mensagens, e-mails ou grava&ccedil;&otilde;es s&atilde;o necess&aacute;rios para comprovar a conduta.
</li>
</ul>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/5089f13f-7767-4158-b3f5-5593acf45b5e.jpg?width=5516&amp;height=3677" alt="Foto: Ilustrativa/Pexels">
<h3 style="text-align: justify;">Exemplos pr&aacute;ticos</h3>
Alguns casos ilustram situa&ccedil;&otilde;es em que a fofoca pode justificar a demiss&atilde;o por justa causa:
<ul style="text-align: justify;">
<li>
Boato ofensivo sobre promo&ccedil;&atilde;o: um funcion&aacute;rio espalha que uma colega foi promovida por ter um relacionamento com um superior, sem provas.
</li>
<li>
Grupos para difamar a empresa: empregado utiliza redes sociais ou aplicativos de mensagem para criticar de forma desrespeitosa a empresa ou colegas.
</li>
<li>
Divulga&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es sigilosas: partilha de dados internos com terceiros sem autoriza&ccedil;&atilde;o.
</li>
</ul>
<h3 style="text-align: justify;">Quando a justa causa n&atilde;o se aplica</h3>
Em situa&ccedil;&otilde;es de menor gravidade, a justa causa pode ser desproporcional. Isso inclui:
<ul style="text-align: justify;">
<li>
Coment&aacute;rios triviais, sem inten&ccedil;&atilde;o de prejudicar;
</li>
<li>
Fofocas isoladas e sem impacto significativo;
</li>
<li>
Aus&ecirc;ncia de provas que confirmem a autoria da fofoca.
</li>
</ul>
Nesses casos, o mais indicado &eacute; a aplica&ccedil;&atilde;o de advert&ecirc;ncia verbal ou escrita. Se a justa causa for aplicada sem fundamentos adequados, pode ser revertida judicialmente. Ou seja: se for falar do coleguinha, fale com responsabilidade!

Quatro policiais foram mortos a tiros na madrugada deste domingo (14/5), dentro da Delegacia Regional de Camocim, no interior do Ceará.
Na ocasião, um colega da corporação, que estava de folga, entrou no local e efetuou diversos disparos com uma arma de fogo.
Segundo informações da Band, três policiais foram atingidos dentro da delegacia, enquanto o outro recebeu o tiro quando estava na portaria de entrada. Após cometer os crimes, o policial fugiu em uma viatura da delegacia e abandonou o veículo em uma unidade de saúde da região.
Até o momento, o suspeito não teve sua identidade revelada.
Em sua página no Twitter, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), lamentou as mortes dos policiais.
"Estou absolutamente consternado diante do trágico episódio ocorrido na delegacia de Camocim, quando quatro policiais civis perderam a vida após ataque de um colega, segundo registro policial. Manifesto a minha solidariedade às famílias, amigos e profissionais da Segurança Pública do estado. O governo do Ceará dará todo o apoio necessário aos familiares das vítimas", escreveu o governador.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará e seus órgãos vinculados, em especial a Polícia Civil do estado (PC-CE), lamentaram a tragédia, que vitimou mortalmente os escrivães Antônio Cláudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira. “O suspeito, também policial civil, foi preso. A ocorrência está em andamento. O local está isolado e passa por perícia”, diz a nota.
Além disso, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social se solidarizou com os familiares e amigos das vítimas.
O motivo do crime está sendo investigado. O autor dos assassinatos se entregou no quartel da Polícia Militar, onde permanece preso e deverá prestar depoimento às autoridades.

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