A divulga&ccedil;&atilde;o de pesquisas eleitorais pode ser proibida no dia e na v&eacute;spera das elei&ccedil;&otilde;es, conforme a minuta do novo C&oacute;digo Eleitoral, que est&aacute; sendo discutido pela C&acirc;mara dos Deputados. Al&eacute;m disso, tamb&eacute;m seria criado um &quot;percentual de acertos&quot; dos institutos, calculado com base nas pesquisas realizadas nas &uacute;ltimas cinco elei&ccedil;&otilde;es.

As mudan&ccedil;as no C&oacute;digo Eleitoral que envolvem as duas medidas citadas s&atilde;o de autoria da deputada federal Margarete Coelho (PP-PI) e devem ser votadas nas pr&oacute;ximas semanas. O texto &eacute; uma das prioridades do presidente da C&acirc;mara, Arthur Lira (PP-AL).

Para que as medidas sejam adotadas j&aacute; nas elei&ccedil;&otilde;es de 2022, &eacute; necess&aacute;rio que as mudan&ccedil;as sejam aprovadas pela C&acirc;mara e Senado e sancionadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) at&eacute; outubro deste ano.&nbsp;

CR&Iacute;TICAS

As mudan&ccedil;as s&atilde;o criticadas por especialistas que atuam em pesquisas eleitorais. &ldquo;Os institutos n&atilde;o fazem progn&oacute;sticos, eles apontam a realidade daquele momento. Ent&atilde;o, mesmo que seja uma pesquisa feita na v&eacute;spera da elei&ccedil;&atilde;o, entre a divulga&ccedil;&atilde;o da pesquisa e a chegada do eleitor na urna ocorrem muitas coisas&quot;, afirma o diretor-geral do Datafolha, segundo a Folha de S. Paulo.

Ele ainda ressalta que a medida &eacute; impratic&aacute;vel. &ldquo;&Eacute; um atraso, &eacute; uma falta de sintonia dos que redigiram esse item com a ci&ecirc;ncia estat&iacute;stica, com n&oacute;s que fazemos o trabalho e entendemos do assunto. &Eacute; uma exig&ecirc;ncia que n&atilde;o tem como ser cumprida&quot;, diz.

Para Duilio Novaes, presidente da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep), as pesquisas apontam tend&ecirc;ncias, por&eacute;m n&atilde;o &#39;cravam&#39; o resultado eleitoral. &ldquo;Dificilmente a pesquisa diz que vai ser 48,2% e a urna d&aacute; 48,2%. Ela vai dar dentro da margem de erro, 49%, 50% ou 46%, 47%. Isso &eacute; super natural&rdquo;, destaca.

DEFESA

A relatora do texto, deputada Margarete Coelho, defende que ser&aacute; poss&iacute;vel analisar a correla&ccedil;&atilde;o entre os dados informados pelos institutos e o resultado das elei&ccedil;&otilde;es para medir &quot;se captaram satisfatoriamente as tend&ecirc;ncias do eleitorado, inclusive os movimentos de alta ou de queda de determinadas candidaturas&quot;.

A deputada tamb&eacute;m diz que o eleitorada est&aacute; suscet&iacute;vel a fortes oscila&ccedil;&otilde;es em favor de determinados candidatos, quando as pesquisas eleitorais s&atilde;o divulgadas nos tr&ecirc;s dias que antecedem as elei&ccedil;&otilde;es.&nbsp;

&ldquo;&Eacute; quando pesquisas podem sugerir tend&ecirc;ncias de alta ou de queda de candidaturas que influem decisivamente sobre as escolhas dos eleitores. Um erro na pesquisa durante esse per&iacute;odo pode insuflar artificialmente uma candidatura, por isso a restri&ccedil;&atilde;o se justifica, evitando movimentos de alta ou de queda ilus&oacute;rios, que n&atilde;o correspondem &agrave; realidade, mas que acabam por influenciar os eleitores mais indecisos&quot;, explica.

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Novo código eleitoral discutido pela Câmara pode proibir divulgação de pesquisas eleitorais na véspera das eleições