Com a mudança climática dos últimos meses, mais de 20 mil atendimentos foram realizados, em Salvador, entre abril e maio, para pessoas com síndromes respiratórias.

Em geral, as crianças são as mais afetadas. O período traz um aumento do número de ocorrências dessas enfermidades. Em entrevista à reportagem do telejornal Bom dia Bahia, da TV Aratu, a infectologista Adielma Nizarala comentou a situação.

"A partir de março, quando a gente começa a entrar no outono, começa a ter esse aumento de temperatura com chuva. Isso favorece, não só a aglomeração de pessoas, como também a disseminação de vírus respiratórios", explicou.

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Reconhecida internacionalmente por sua atua&ccedil;&atilde;o na defesa da sustentabilidade, Marina Silva afirmou, em discurso que durou cerca de uma hora, que o Brasil virou um p&aacute;ria ambiental e que, nos &uacute;ltimos anos, houve um esvaziamento das estruturas de combate ao desmatamento e de pol&iacute;ticas de mudan&ccedil;a do clima.

Uma das novidades anunciadas pela ministra &eacute; a cria&ccedil;&atilde;o da Autoridade Nacional de Seguran&ccedil;a Clim&aacute;tica, autarquia que ficar&aacute; vinculada &agrave; pasta, que agora passa a se chamar Minist&eacute;rio do Meio Ambiente e Mudan&ccedil;a do Clima, mantendo a sigla MMA. A cria&ccedil;&atilde;o da Autoridade Nacional de Seguran&ccedil;a Clim&aacute;tica foi uma proposta trazida por Marina ainda durante as elei&ccedil;&otilde;es e acolhida pelo ent&atilde;o candidato Lula. Segundo a ministra, o projeto deve estar constitu&iacute;do at&eacute; o fim de mar&ccedil;o. Tamb&eacute;m haver&aacute; um conselho de governo exclusivo para tratar do tema, sob comando do presidente da Rep&uacute;blica.

&quot;At&eacute; mar&ccedil;o deste ano, ser&aacute; formalizada a cria&ccedil;&atilde;o da Autoridade Nacional de Seguran&ccedil;a Clim&aacute;tica, no &acirc;mbito do Minist&eacute;rio do Meio Ambiente, al&eacute;m da cria&ccedil;&atilde;o de um conselho sobre mudan&ccedil;a do clima, a ser comandado pelo pr&oacute;prio presidente da Rep&uacute;blica, e com a participa&ccedil;&atilde;o de todos os minist&eacute;rios que est&atilde;o agora nesta Esplanada, da sociedade civil, dos estados e munic&iacute;pios. O conselho ser&aacute; o locus [lugar] central da concerta&ccedil;&atilde;o e pactua&ccedil;&atilde;o das pol&iacute;ticas brasileiras sobre mudan&ccedil;a do clima e vai al&eacute;m da esfera federal&quot;, afirmou.

&quot;A emerg&ecirc;ncia clim&aacute;tica se imp&otilde;e. Queremos destacar aquele que &eacute; o maior desafio global presentemente para a humanidade. Pa&iacute;ses, pessoas e ecossistemas mostram-se cada vez menos capazes de lidar com as consequ&ecirc;ncias. Comprovadamente, os mais pobres s&atilde;o os mais afetados&quot;, argumentou a ministra. De imediato, na nova estrutura ministerial institu&iacute;da por decreto nesta semana, foi recriada a Secretaria Nacional de Mudan&ccedil;a Clim&aacute;tica, que inclui departamento de pol&iacute;tica para o oceano e gest&atilde;o costeira.

Sobre a Autoridade Nacional, que tratar&aacute; das emerg&ecirc;ncias clim&aacute;ticas., Marina Silva explicou que ter&aacute; como finalidade produzir subs&iacute;dios para a execu&ccedil;&atilde;o e implementa&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica nacional do clima, regular e monitorar a implementa&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&otilde;es relativas &agrave;s pol&iacute;ticas e metas setoriais de mitiga&ccedil;&atilde;o, adapta&ccedil;&atilde;o, promo&ccedil;&atilde;o da resili&ecirc;ncia &agrave;s mudan&ccedil;as do clima, e supervisionar instrumentos, programas e a&ccedil;&otilde;es para a implementa&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica nacional sobre mudan&ccedil;a do clima e seus planos setoriais. &ldquo;A decis&atilde;o do governo &eacute; que o desenho dessa autarquia seja submetido ao Congresso Nacional at&eacute; o final do m&ecirc;s de abril&quot;, anunciou.

Marina Silva abriu o discurso criticando a desestrutura&ccedil;&atilde;o sofrida pelo MMA nos &uacute;ltimos anos, quando perdeu fun&ccedil;&otilde;es para outras pastas. &quot;O que constatamos foi um profundo processo de esvaziamento e enfraquecimento de &oacute;rg&atilde;os ambientais. O MMA perdeu o Servi&ccedil;o Florestal Brasileiro e a Ag&ecirc;ncia Nacional de &Aacute;guas. A &aacute;rea de pol&iacute;ticas de promo&ccedil;&atilde;o do uso sustent&aacute;vel da sociobiodiversidade e do extrativismo, praticado por povos e comunidades tradicionais, tamb&eacute;m foram deslocados do MMA.&quot; Na oportunidade, Marina tamb&eacute;m agradeceu e homenageou servidores p&uacute;blicos e parlamentares que atuaram na resist&ecirc;ncia contra o desmonte da agenda ambiental. &nbsp;

Tamb&eacute;m foram criados na pasta departamentos voltados para a execu&ccedil;&atilde;o da pol&iacute;tica nacional de recursos h&iacute;dricos e de prote&ccedil;&atilde;o e defesa dos direitos animais. &quot;O governo do presidente Lula, com o decreto da nova estrutura do MMA, p&otilde;e fim &agrave; usurpa&ccedil;&atilde;o dessas fun&ccedil;&otilde;es que tinham o objetivo, diga-se a verdade, enfraquecer a gest&atilde;o p&uacute;blica na &aacute;rea ambiental&quot;, afirmou.&nbsp;

Estar&atilde;o vinculados ao minist&eacute;rio o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renov&aacute;veis (Ibama), o Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), o Jardim Bot&acirc;nico do Rio de Janeiro, o Servi&ccedil;o Florestal Brasileiro, a Ag&ecirc;ncia Nacional das &Aacute;guas (ANA) e, futuramente, a Autoridade Nacional de Seguran&ccedil;a Clim&aacute;tica.

Outra novidade &eacute; a cria&ccedil;&atilde;o da Secretaria Extraordin&aacute;ria de Controle do Desmatamento e Ordenamento Territorial e Fundi&aacute;rio. Por diversas vezes, Marina Silva falou da necessidade da pol&iacute;tica ambiental ser executada de forma transversal entre as diferentes pastas. Ela prometeu retomar a realiza&ccedil;&atilde;o da Confer&ecirc;ncia Nacional do Meio Ambiente e tamb&eacute;m da Confer&ecirc;ncia Infantojuvenil do Meio Ambiente. &quot;Quero retomar o nosso compromisso e reconhecimento da participa&ccedil;&atilde;o social como elemento estrat&eacute;gico da atua&ccedil;&atilde;o do Estado brasileiro em sua rela&ccedil;&atilde;o com a sociedade&quot;.

&quot;N&atilde;o vamos nos tornar agricultura de baixo carbono da noite para o dia. N&atilde;o &eacute; m&aacute;gica. N&atilde;o vamos fazer a transi&ccedil;&atilde;o energ&eacute;tica da noite para o dia. N&atilde;o &eacute; m&aacute;gica. N&atilde;o vamos conseguir a reindustrializa&ccedil;&atilde;o de base sustent&aacute;vel da noite para o dia. N&atilde;o &eacute; m&aacute;gica, mas vamos colocar as pilastras, num trabalho conjunto, unidos, todos n&oacute;s.&quot;

Marina ainda defendeu a necessidade de parcerias internacionais e de uma inser&ccedil;&atilde;o do Brasil na agenda multilateral, para que o pa&iacute;s deixe de ser visto como &quot;p&aacute;ria ambiental&quot; para ser considerado parceiro estrat&eacute;gico na produ&ccedil;&atilde;o de bens sustent&aacute;veis.

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