<a href="https://aratuon.com.br/esportes/2024-08-01/boxeadora-italiana-desiste-de-lutar-contra-atleta-trans-durante-as-olimpiadas-de-paris/">Uma luta de boxe nos Jogos Olímpicos de Paris 2024</a> criou um alto debate sobre a elegibilidade de atletas trans na competição internacional. Entretanto, a boxeadora Imane Khelif - alvo de críticas que vieram até da Primeira-Ministra da Itália, Giogia Meloni - é uma mulher cisgênero que carrega um nível de testosterona próximo ao masculino, tornando-a um alvo de debate entre as federações esportivas do mundo todo.

Nascida mulher e identificada com o genêro, Khelif foi criada em uma vila rural na Árgelia e desde cedo brincou em esportes como futebol e boxe. Entretanto, sofria restrições da própria família, com um pai que não aprovava que mulheres praticassem o esporte. “Muitos pais desconhecem as vantagens do esporte e como ele pode melhorar não apenas sua aptidão física, mas também seu bem-estar mental”, afirmou a atleta em entrevista ao site da UNICEF, onde se tornou embaixadora da entidade.

Entretanto, o que faz Imane e outras atletas cisgênero sofrerem restrições de disputa em modalidades esportivas é a medição de testosterona e material genético de seus corpos, medida que vem sendo realizada desde o início do século 20 e que já foi alvo de polêmicas durante toda a história esportiva mundial. Atletas cis de países africanos, por exemplo, são maior alvo deste tipo de exame e excluídas de competições. Em muitos casos, elas precisam provar serem mulheres cis em exames invasivos e que questionam sua história e sua condição. 

Hoje, o COI utiliza critérios para determinar a elegibilidade de atletas femininas nas disputas esportivas. Estes critérios são inclusive alvo de críticas de ONGs dos direitos humanos, que consideram o Comitê Olímpico e outras entidades esportivas como preconceituosas com as mulheres cis, trans e intersexo. No caso de Khelif, a pugilista foi reprovada pela Associação Internacional de Boxe (IBA) por "falhar os critérios de elegibilidade" do Mundial de Boxe 2023. 

Estes exames não seguem os padrões do COI e foram envoltos em polémica por não terem sido divulgados pela entidade e nem apresentarem qualquer tipo de qualificação do nível de testosterona ou feminilidade da atleta. Em 2018, três atletas que foram medalhistas nos Jogos do Rio 2016 foram desqualificadas para Tóquio 2020 por conta da redução do limite permitido pela Federação Internacional de Atletismo.

Entretanto, o presidente da federação - Umar Kremlev - afirmou em entrevistas que os teste de DNA da atleta argelina (e da taiwanesa Yu-Ting) apresentavam o cromossomo XY, o que as classificaria supostamente como masculinas. Porém, a aparição deste cromossomo também é determinada pelos chamados Disturbios do Desenvolvimento Sexual, que faz com que algumas mulheres tenham cromossomos XY e nível de testosterona elevado. Para a disputa de competições esportivas, estes níveis precisam ser testados e cumprir os critérios necessários. Além disso, a entidade foi desfiliada do COI por inúmeros casos de falta de ética e lisura em suas normas e determinações. Recentemente, foram descobertos casos de fraude nas notas dos juízes na disputa de eventos que eram delegados pela entidade

Desta maneira, para o COI e entidades esportivas, um alto nível de testosterona inviabiliza atletas femininas e pode até significar como doping, pois beneficiaria aqueles que excedem o limite permitido. Se Khelif e Yu-Ting foram elegíveis para o evento, tem seus níveis dentro dos limites permitidos e podem disputar o torneio.

“Isso faz parte do modo como a ciência foi projetada desde os séculos 18 e 19. Ocorre um reducionismo: você reduz um corpo inteiro a partes. Você tem características que melhoram isso ou aquilo. Mas eu vejo como muito pobre a gente pegar um único fator biológico, que é o que acontece hoje com a testosterona, e dizer que foi por ele que o atleta ganhou. Existe um monte de variáveis. O esporte trabalha com a diversidade corporal ou, ao menos, deveria.”, afirma Waleska Vigo Francisco, pesquisadora no Grupo de Estudos Olímpicos da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP.

Com todo debate acendido com o assunto, o Comitê Olímpico divulgou carta oficial sobre o caso e pediu discernimento ao debate realizado na esfera social.

Veja abaixo a carta do COI:
<div id="chunk-bsvos">
<div class="mc-column content-text active-extra-styles" data-block-type="raw" data-block-weight="5" data-block-id="64">
<div class="content-intertitle">
<h2>Carta do Comitê Olímpico Internacional</h2>
</div>
</div>
</div>
<div id="chunk-7ag5t">
<div class="mc-column content-text active-extra-styles " data-block-type="unstyled" data-block-weight="10" data-block-id="65">
Toda pessoa tem o direito de praticar esporte sem discriminação.

</div>
</div>
<div id="chunk-78b0b">
<div class="mc-column content-text active-extra-styles " data-block-type="unstyled" data-block-weight="59" data-block-id="66">
Todos os atletas participando no torneio de boxe dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 cumprem com as regulações de elegibilidade e entrada da competição, assim como todas as regulações médicas aplicáveis determinadas pela Unidade de Boxe de Paris 2024 (PBU). Como em competições olímpicas de boxe prévias, a idade e o gênero dos atletas são baseados nos seus passaportes.

</div>
</div>
<div id="chunk-4r6uq">
<div class="mc-column content-text active-extra-styles " data-block-type="unstyled" data-block-weight="84" data-block-id="67">
Estas regras também se aplicaram durante o período de classificação, incluindo os torneios de boxe dos Jogos Europeus, Jogos Asiáticos, Jogos Pan-Americanos e Jogos Pacíficos de 2023, os torneios africanos de classificação de 2023 em Dakar (SEN) e dois torneios classificatórios mundiais realizados em Busto Arsizio (ITA) e Bangkok (TAI) em 2024, que envolveram um total de 1.471 boxeadores diferentes dos 172 comitês olímpicos nacionais (NOCs), o time de refugiados de boxe e atletas individuais neutros, e destacaram mais de 2.000 lutas de classificação.

</div>
</div>
<div id="chunk-9g68a">
<div class="mc-column content-text active-extra-styles " data-block-type="unstyled" data-block-weight="71" data-block-id="68">
A PBU usou as regras de boxe de Tóquio 2020 como base para desenvolver os regulamentos para Paris 2024. Isto foi para minimizar o impacto nas preparações dos atletas e garantir consistência entre Jogos Olímpicos. Estas regras de Tóquio 2020 foram baseadas nas regras pós-Rio 2016, que estavam em vigência antes da suspensão da federação internacional de boxe pelo COI em 2019 e da subsequente retirada de seu reconhecimento em 2023.

</div>
</div>
<div id="chunk-89u40">
<div class="mc-column content-text active-extra-styles " data-block-type="unstyled" data-block-weight="54" data-block-id="70">
Vimos em reportagens informações enganadoras sobre duas atletas femininas competindo nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. As duas atletas vêm competindo em competições internacionais de boxe por muitos anos na categoria feminina, incluindo nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, no Campeonato Mundial da Associação Internacional de Boxe (IBA) e em torneios sancionados pela IBA.

</div>
</div>
<div id="chunk-18uj0">
<div class="mc-column content-text active-extra-styles " data-block-type="unstyled" data-block-weight="31" data-block-id="71">
Estas duas atletas foram vítimas de uma decisão súbita e arbitrária da IBA. Próximo ao fim do Campeonato Mundial da IBA em 2023, elas foram repentinamente desclassificadas sem qualquer processo justo.

</div>
</div>
<div id="chunk-da7j5">
<div class="mc-column content-text active-extra-styles " data-block-type="unstyled" data-block-weight="71" data-block-id="72">
De acordo com as minutas da IBA disponíveis no seu website, a decisão foi tomada inicialmente somente pelo Secretário Geral e CEO da IBA. O Conselho da IBA apenas ratificou a decisão depois e apenas subsequentemente pediu que um procedimento a se seguir em casos similares no futuro fosse estabelecido e refletido nos Regulamentos da IBA. As minutas também dizem que a IBA deveria "estabelecer um procedimento claro para testes genéticos".

</div>
</div>
<div id="chunk-136p8">
<div class="mc-column content-text active-extra-styles " data-block-type="unstyled" data-block-weight="36" data-block-id="73">
A atual agressão contra essas duas atletas é baseada completamente nesta decisão arbitrária, que foi tomada sem nenhum procedimento próprio - especialmente considerando que essas atletas vinham competindo em competição de alto nível por muitos anos.

</div>
</div>
<div id="chunk-9md4k">
<div class="mc-column content-text active-extra-styles " data-block-type="unstyled" data-block-weight="8" data-block-id="74">
Uma abordagem assim é contrária à boa governança.

</div>
</div>
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no <a href="http://www.aratuon.com.br/aovivo">www.aratuon.com.br/aovivo</a>. Siga a gente no <a href="https://instagram.com/aratuonline">Insta</a>, <a href="https://www.facebook.com/aratuon/">Facebook</a> e <a href="https://twitter.com/aratuonline?ref_src=twsrc%5Egoogle%7Ctwcamp%5Eserp%7Ctwgr%5Eauthor">Twitter</a>.  Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Durante todo o m&ecirc;s de junho, o N&uacute;cleo de Pr&aacute;tica Jur&iacute;dica (NPJ) da Faculdade Baiana de Direito, em Salvador,&nbsp;atender&aacute; pessoas trans e travestis que requisitem gratuidade no registro do nome social. A unidade est&aacute; situada na R. Dr. Jos&eacute; Peroba, no Costa Azul.

Esse registro &eacute; um direito garantido pelo Decreto Federal n&ordm; 8727, de 18 de abril de 2016, que disp&otilde;e sobre o uso do nome social e reconhece a identidade de g&ecirc;nero de pessoas travestis e transexuais no &acirc;mbito da administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica.&nbsp;

Para o auxiliar de entregas Yuri Carvalho, que h&aacute; tr&ecirc;s anos participou de um mutir&atilde;o para registrar o nome, o processo foi simples. Depois de receber a nova certid&atilde;o de nascimento, n&atilde;o teve dificuldade para retificar nome e g&ecirc;nero nos demais documentos. O que n&atilde;o &eacute; t&atilde;o simples &eacute; a mudan&ccedil;a no tratamento dado a ele depois da transi&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Ainda tenho amigos de inf&acirc;ncia que me tratam com o apelido que eu tinha&hellip; &Eacute; um processo&rdquo;, conta. &ldquo;Quando me chamam pelo meu nome social sinto que est&atilde;o me vendo como eu me vejo, como realmente sou. &Eacute; uma felicidade sem tamanho&rdquo;, comemora.

De acordo com a legisla&ccedil;&atilde;o brasileira, &ldquo;a pessoa travesti ou transexual poder&aacute; requerer, a qualquer tempo, a inclus&atilde;o de seu nome social em documentos oficiais e nos registros dos sistemas de informa&ccedil;&atilde;o, de cadastros, de programas, de servi&ccedil;os, de fichas, de formul&aacute;rios, de prontu&aacute;rios e cong&ecirc;neres dos &oacute;rg&atilde;os e das entidades da administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica federal direta, aut&aacute;rquica e fundacional&rdquo;.

H&aacute; tr&ecirc;s anos, a assistente social Thati Teylon teve reconhecido pelo Estado o nome pelo qual ela atende desde os 12 anos de idade. &ldquo;Por incr&iacute;vel que pare&ccedil;a, foi tranquilo e r&aacute;pido&rdquo;, diz. Atualmente o nome que consta nos documentos dela &eacute; o mesmo com o qual ela orgulhosamente se apresenta. &ldquo;Eu fui o primeiro caso da minha cidade [Madre de Deus] a retificar nome e g&ecirc;nero. Fiquei muito emocionada! Existiram outros casos depois do meu, sinto que eu abri as portas&rdquo;, conclui a assistente social que hoje trabalha no Centro de Promo&ccedil;&atilde;o e Defesa dos Direitos LGBT (CPDD-LGBT).

Para participar do mutir&atilde;o de registro do nome social da Faculdade Baiana de Direito, basta entrar em contato atrav&eacute;s de um dos canais abaixo. O NPJ atende exclusivamente por agendamento pessoas residentes em Salvador e que possuam renda familiar de at&eacute; tr&ecirc;s sal&aacute;rios m&iacute;nimos.

N&uacute;cleo de Pr&aacute;tica Jur&iacute;dica 
Telefone: (71) 3205-7708 
Whatsapp: 7(1) 99910-3321 
E-mail: <a href="mailto:atendimentonpj@faculdadebaianadedireito.com.br">atendimentonpj@faculdadebaianadedireito.com.br</a> 
Hor&aacute;rios de agendamento (exclusivamente por telefone): segunda &agrave; sexta, das 8h &agrave;s 12h, e das 14 &agrave;s 18h

Acompanhe nossas transmiss&otilde;es ao vivo no&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/aovivo/aratuon" target="_blank">www.aratuon.com.br/aovivo</a>. Nos siga no&nbsp;<a href="https://www.instagram.com/aratuonline/" target="_blank">Instagram</a>,&nbsp;<a href="https://www.facebook.com/aratuon/" target="_blank">Facebook</a>&nbsp;e&nbsp;<a href="https://twitter.com/aratuonline?ref_src=twsrc%5Egoogle%7Ctwcamp%5Eserp%7Ctwgr%5Eauthor" target="_blank">Twitter</a>. Quer mandar uma den&uacute;ncia ou sugest&atilde;o de pauta, mande WhatsApp para&nbsp;<a href="tel:(71) 99940 - 7440">(71) 99940 - 7440</a>. Nos insira nos seus grupos!&nbsp;

Durante oito anos, Alex Brito sofreu ataques verbais do vizinho por conta de sua orienta&ccedil;&atilde;o sexual. Alex deixou de frequentar mercados, restaurantes e estabelecimentos do pr&oacute;prio bairro para evitar o vizinho, mas n&atilde;o denunciou os ataques. Em maio do ano passado, o agressor tentou atropel&aacute;-lo e, tendo falhado, avan&ccedil;ou para o jovem com um fac&atilde;o que levava no carro, mas n&atilde;o acertou o golpe.

&nbsp;

Alex declara que, ao prestar queixa, policiais e delegados questionaram se o ataque foi motivado por homofobia, atribuindo a viol&ecirc;ncia a uma briga de vizinhos, desconfigurando a natureza do crime. &ldquo;Conhe&ccedil;o outras pessoas que sofreram homofobia, mas n&atilde;o denunciaram por conta da impunidade. O estado &eacute; muito omisso&rdquo;, comenta.&nbsp;

&nbsp;

O caso de Alex ganhou notoriedade por levantar o debate sobre a realidade da homofobia ap&oacute;s a criminaliza&ccedil;&atilde;o dessa pr&aacute;tica. Enquanto Alex espera o julgamento do caso, ele vive na mesma casa, em Salvador, e ainda convive com o agressor, que n&atilde;o lhe direciona mais ataques.&nbsp;

LEGISLATIVO

Ap&oacute;s anos de tentativas do poder legislativo para criminalizar a homofobia, em 2019 o Supremo Tribunal Federal (STF) finalmente decidiu que a homofobia pode se enquadrar como crime via Lei Antirracismo. Essa decis&atilde;o alterou a Lei 7.716/1989 e inclui a discrimina&ccedil;&atilde;o por sexo, orienta&ccedil;&atilde;o sexual ou identidade de g&ecirc;nero na legisla&ccedil;&atilde;o. A pena para esse crime inclui multa e reclus&atilde;o, que pode durar de 1 a 5 anos.

No mesmo ano foi sancionada em Salvador a Lei Municipal 9.498/2019, conhecida como Lei Teu Nascimento, que caracteriza como infra&ccedil;&atilde;o o ato discriminat&oacute;rio contra pessoas em raz&atilde;o da orienta&ccedil;&atilde;o sexual e identidade de g&ecirc;nero.

Apesar da prote&ccedil;&atilde;o legal, os &iacute;ndices relacionados aos crimes de homofobia no pa&iacute;s n&atilde;o ca&iacute;ram. Segundo relat&oacute;rio lan&ccedil;ado na &uacute;ltima quarta-feira (11) pelo Observat&oacute;rio de Mortes e Viol&ecirc;ncias contra LGBTI+, ao todo o Brasil somou 316 mortes de pessoas LGBT em 2021. Esse n&uacute;mero representa 33,33% a mais do que no ano anterior.&nbsp;

&quot;O desafio maior dessa comunidade, no Brasil, n&atilde;o &eacute; exatamente a legisla&ccedil;&atilde;o, embora ainda se possam discutir melhorias e avan&ccedil;os nesse sentido. Mas, quando pensamos no combate &agrave; homofobia e a toda forma de discrimina&ccedil;&atilde;o contra as pessoas LGBTQIA+, vemos que, embora a decis&atilde;o do STF de 2019 tenha sido uma importante conquista em termos de garantia da prote&ccedil;&atilde;o legal, seus efeitos permanecem ainda muito simb&oacute;licos, uma vez que a efic&aacute;cia da medida de criminaliza&ccedil;&atilde;o deixa a desejar no dia a dia de quem mais sofre&rdquo;, avalia Carolina Grant, professora da Faculdade Baiana de Direito e pesquisadora nas &aacute;reas de Direito, G&ecirc;nero e Sexualidade.

VIOL&Ecirc;NCIA

Um caso ainda mais recente desta discrimina&ccedil;&atilde;o ganhou a m&iacute;dia esse m&ecirc;s quando a presidenta da Associa&ccedil;&atilde;o Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Keila Simpson, foi impedida de entrar no M&eacute;xico, onde representaria o Brasil num evento internacional. Devido n&atilde;o ter seus documentos retificados ap&oacute;s a transi&ccedil;&atilde;o de g&ecirc;nero, ela foi enviada de volta para o Brasil e n&atilde;o p&ocirc;de participar presencialmente do F&oacute;rum Social Mundial da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Organiza&ccedil;&otilde;es N&atilde;o Governamentais (Abong).

Embora originalmente o termo &ldquo;homofobia&rdquo; se refira ao preconceito em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; sexualidade, a palavra tamb&eacute;m &eacute; utilizada para designar de forma ampla o preconceito contra pessoas LGBTQIA+. De acordo com pesquisa publicada na semana passada, em 2021 a Bahia registrou 30 homic&iacute;dios motivados por homofobia, ocupando o segundo lugar no ranking nacional. Em primeiro lugar est&aacute; o estado de S&atilde;o Paulo com 42 &oacute;bitos.

Homens gays representaram a maioria das mortes da comunidade LGBTQIA+ (45,89%), seguidos de travestis e mulheres trans (43,9%) e mulheres l&eacute;sbicas (3,8%). Homens trans somam 2,53% desse percentual e bissexuais, 0,95%. O relat&oacute;rio foi produzido com dados coletados por ONGs devido a inexist&ecirc;ncia de registros governamentais com recorte para viol&ecirc;ncia contra pessoas LGBTQIA+.&nbsp;

&ldquo;Para que sejam elaboradas pol&iacute;ticas p&uacute;blicas que tragam resultados efetivos &agrave; comunidade LGBTQIA+ &eacute; preciso coletar dados sobre essa popula&ccedil;&atilde;o, identificar suas reais demandas e, para isso, criar ferramentas sens&iacute;veis aos marcadores sociais envolvidos (como g&ecirc;nero e sexualidade). Com esses marcadores &eacute; poss&iacute;vel mapear a realidade e formular a&ccedil;&otilde;es que atendam a quem mais sofre com a discrimina&ccedil;&atilde;o. Enquanto n&atilde;o existirem dados oficiais do governo sobre essas viol&ecirc;ncias, o &uacute;nico caminho ser&aacute; usar os dados produzidos pela pr&oacute;pria comunidade, como forma de ouvi-la e inclu&iacute;-la no processo, at&eacute; que sejam revistos os marcadores usados nas estat&iacute;sticas oficiais&rdquo;, pondera a pesquisadora.

As informa&ccedil;&otilde;es publicadas no Observat&oacute;rio de Mortes e Viol&ecirc;ncias contra LGBTI+ foram coletadas em parceria pela Acontece - Arte e Pol&iacute;tica LGBTI+, a Associa&ccedil;&atilde;o Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de L&eacute;sbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT). A aus&ecirc;ncia de n&uacute;meros oficiais relacionados a crimes de homofobia indicam uma prov&aacute;vel subnotifica&ccedil;&atilde;o dos casos - o que significa que h&aacute; mais v&iacute;timas do que se p&ocirc;de calcular.

<img alt="lgbt1" src="https://i.ibb.co/sCwt6wX/lgbt1.jpg" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 500px; height: 435px;" /> <img alt="lgbt2" src="https://i.ibb.co/KV48k4k/lgbt2.jpg" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 500px; height: 680px;" /> <img alt="lgbt3" src="https://i.ibb.co/qrVwbhY/lgbt3.jpg" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 500px; height: 645px;" /> <img alt="lgbt4" src="https://i.ibb.co/0CjLZMq/lgbt4.jpg" style="border-width: 0px; border-style: solid; width: 500px; height: 344px;" />

<a href="https://observatoriomorteseviolenciaslgbtibrasil.org/wp-content/uploads/2022/05/Dossie-de-Mortes-e-Violencias-Contra-LGBTI-no-Brasil-2021-ACONTECE-ANTRA-ABGLT-1.pdf" target="_blank">Clique aqui para acessar&nbsp;o Observat&oacute;rio de Mortes e Viol&ecirc;ncias contra LGBTI+</a>

Para evitar a omiss&atilde;o desses crimes, &eacute; poss&iacute;vel fazer den&uacute;ncias pelos seguintes canais:

Centro de Promo&ccedil;&atilde;o e Defesa dos Direitos LGBT (CPDD-LGBT) 
Vinculado &agrave; Secretaria de Justi&ccedil;a 
Endere&ccedil;o: Rua do Tijolo, n&ordm; 08, no Pelourinho - Salvador 
Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 8h &agrave;s 17h

Centro de Apoio Especial aos Direitos Humanos (CAODH) 
Vinculado ao Minist&eacute;rio P&uacute;blico 
Telefones: (71) 3103-6729 (Promotoria de Direitos Humanos) | (71) 3103-6400 (Geral) 
Endere&ccedil;o: Avenida Joana Ang&eacute;lica, n&ordm; 1.312, Nazar&eacute; - Salvador/BA

Centro Municipal de Refer&ecirc;ncia LGBT+ Vida Bruno 
Telefone: (71) 3202-2750 
Endere&ccedil;o: Av. Oce&acirc;nica, n&ordm; 3731 &ndash; Rio Vermelho - Salvador/BA 
Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 8h &agrave;s 17h

Observat&oacute;rio da Discrimina&ccedil;&atilde;o Racial e LGBT 
Telefone: (71) 3202-2759 | Whatsapp: (71) 98622-5494 
Endere&ccedil;o: Av. Carlos Gomes, no Clube de Engenharia da Bahia (n&ordm; 31) - Salvador/BA 
Atendimento: Segunda a sexta-feira, das 8h &agrave;s 17h 
<a href="http://observatorioracialelgbt.salvador.ba.gov.br/denunciar" target="_blank">Clique aqui para denunciar</a>:

Den&uacute;ncia contra Direitos Humanos (Governo Federal) 
Disque 100

*Colabora&ccedil;&atilde;o para o&nbsp;Aratu On.

Acompanhe nossas transmiss&otilde;es ao vivo no&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/aovivo/aratuon" target="_blank">www.aratuon.com.br/aovivo</a>. Nos siga no&nbsp;<a href="https://www.instagram.com/aratuonline/" target="_blank">Instagram</a>,&nbsp;<a href="https://www.facebook.com/aratuon/" target="_blank">Facebook</a>&nbsp;e&nbsp;<a href="https://twitter.com/aratuonline?ref_src=twsrc%5Egoogle%7Ctwcamp%5Eserp%7Ctwgr%5Eauthor" target="_blank">Twitter</a>. Quer mandar uma den&uacute;ncia ou sugest&atilde;o de pauta, mande WhatsApp para&nbsp;<a href="tel:(71) 99940 - 7440">(71) 99940 - 7440</a>. Nos insira nos seus grupos!

Tudo sobre: cis

Envolvida em polêmica, boxeadora argelina é cisgênero e tem alto nível de testosterona; Entenda o caso

Faculdade realiza mutirão para registro gratuito de nome social de pessoas trans e travestis

Criminalização da homofobia completa três anos no Brasil; confira canais de denúncia