Na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira (5), o<a href="https://aratuon.com.br/politica/lula-sanciona-a-lei-que-libera-recursos-e-fortalece-a-ciencia-nacional"> presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva</a> instituiu a nova Estrat&eacute;gia Nacional de Ciberseguran&ccedil;a (E-Ciber), com o objetivo de refor&ccedil;ar a prote&ccedil;&atilde;o de cidad&atilde;os, empresas e institui&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas contra amea&ccedil;as digitais. A medida tamb&eacute;m visa aumentar a capacidade do Brasil de prevenir, responder e se recuperar de incidentes cibern&eacute;ticos.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/dcf14865-e022-4965-a5cc-be6ecb99c19b.png?width=1920&amp;height=1080" alt="Entenda sobre ciberseguran&ccedil;a. Foto: Freepik ">
Segundo dados do Centro de Preven&ccedil;&atilde;o, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibern&eacute;ticos de Governo (CTIR Gov), mais de 4,8 mil ataques cibern&eacute;ticos foram registrados somente neste ano na Administra&ccedil;&atilde;o P&uacute;blica. Dentre esses, cerca de 3 mil envolvem vazamento de dados.
Diante desse cen&aacute;rio, o Aratu On preparou este guia para ampliar a compreens&atilde;o sobre crimes digitais, principais tipos de golpe, formas de preven&ccedil;&atilde;o e orienta&ccedil;&otilde;es sobre o que fazer caso seja v&iacute;tima de um incidente.
<h2>Ciberseguran&ccedil;a</h2>
Ciberseguran&ccedil;a &eacute; o conjunto de estrat&eacute;gias, pr&aacute;ticas e tecnologias voltadas &agrave; prote&ccedil;&atilde;o de sistemas, redes e dados sens&iacute;veis contra amea&ccedil;as digitais.
Ela abrange desde pol&iacute;ticas internas de seguran&ccedil;a at&eacute; ferramentas como firewalls, antiv&iacute;rus, criptografia e autentica&ccedil;&atilde;o multifator. O objetivo &eacute; preservar a integridade, confidencialidade e disponibilidade das informa&ccedil;&otilde;es, prevenindo acessos n&atilde;o autorizados, vazamentos de dados e ataques cibern&eacute;ticos, como phishing, ransomware e invas&otilde;es a sistemas corporativos e governamentais.
<h2>Prote&ccedil;&atilde;o de dados pessoais</h2>
Voc&ecirc; sabe <a href="https://aratuon.com.br/seguranca/lgpd-na-pratica-conheca-seus-direitos-e-como-proteger-seus-dados-pessoais">como proteger seus dados pessoais</a>? A Lei Geral de Prote&ccedil;&atilde;o de Dados Pessoais (LGPD), criada em 2018 e em vigor desde 2020, assegura direitos fundamentais de liberdade, privacidade e autonomia individual.
Entre os principais direitos garantidos pela LGPD est&atilde;o:
- Acesso aos dados coletados;
- Corre&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es incorretas;
- Exclus&atilde;o de dados desnecess&aacute;rios;
- Portabilidade (transfer&ecirc;ncia para outro servi&ccedil;o);
- Revoga&ccedil;&atilde;o do consentimento de uso.
<h2>Como proteger seus dados</h2>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/b8a57e74-7e36-4943-927b-4191769a54c2.png?width=1920&amp;height=1080" alt="Foto: Freepik">
Para ajudar a popula&ccedil;&atilde;o, o governo lan&ccedil;ou um guia com orienta&ccedil;&otilde;es pr&aacute;ticas para garantir maior seguran&ccedil;a digital. As principais recomenda&ccedil;&otilde;es s&atilde;o:
- Criar backups dos dados, preferencialmente em nuvem: manter c&oacute;pias de seguran&ccedil;a dos arquivos &eacute; fundamental para evitar perdas em caso de ataques, falhas t&eacute;cnicas ou extravios. A recomenda&ccedil;&atilde;o &eacute; utilizar servi&ccedil;os de armazenamento em nuvem, que oferecem mais seguran&ccedil;a e acessibilidade.
- Ativar a criptografia em discos e m&iacute;dias externas, como pendrives: a criptografia protege as informa&ccedil;&otilde;es armazenadas, tornando-as inacess&iacute;veis para terceiros n&atilde;o autorizados. &Eacute; uma medida essencial especialmente em dispositivos m&oacute;veis, suscet&iacute;veis a extravio ou roubo.
- Criar senhas fortes, com combina&ccedil;&atilde;o de caracteres especiais, n&uacute;meros, letras mai&uacute;sculas e min&uacute;sculas: Senhas complexas reduzem as chances de acesso indevido &agrave;s contas. O ideal &eacute; evitar combina&ccedil;&otilde;es &oacute;bvias e reutiliza&ccedil;&atilde;o de senhas em diferentes plataformas.
- Habilitar a verifica&ccedil;&atilde;o em duas etapas sempre que poss&iacute;vel: autentica&ccedil;&atilde;o de dois fatores adiciona uma camada extra de prote&ccedil;&atilde;o. Mesmo que a senha seja descoberta, o acesso ser&aacute; bloqueado se o segundo fator, como um c&oacute;digo por SMS, n&atilde;o for fornecido.
- Instalar apenas aplicativos de fontes e lojas oficiais: baixar apps de sites n&atilde;o verificados aumenta o risco de infec&ccedil;&atilde;o por softwares maliciosos. Utilizar lojas oficiais, como Google Play e App Store, reduz a exposi&ccedil;&atilde;o a aplicativos comprometidos.
- Manter o sistema operacional e aplicativos sempre atualizados: atualiza&ccedil;&otilde;es costumam corrigir falhas de seguran&ccedil;a exploradas por cibercriminosos. Ignor&aacute;-las pode deixar o dispositivo vulner&aacute;vel a ataques.
- Apagar dados pessoais antes de descartar equipamentos e dispositivos: &eacute; essencial remover de forma segura todos os dados antes de se desfazer de celulares, computadores ou pendrives. Isso evita que informa&ccedil;&otilde;es confidenciais sejam acessadas por terceiros.
- Desconfiar de links recebidos via mensagens: criminosos usam links maliciosos para aplicar golpes e instalar malwares sem o conhecimento do usu&aacute;rio. O ideal &eacute; verificar a origem da mensagem antes de clicar.
- Limitar a exposi&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&otilde;es pessoais na internet: evitar o compartilhamento excessivo de dados em redes sociais e sites ajuda a dificultar a a&ccedil;&atilde;o de fraudadores, que usam essas informa&ccedil;&otilde;es para personalizar ataques.
- Cuidar com redes Wi-Fi p&uacute;blicas: conex&otilde;es abertas e sem senha podem permitir que terceiros monitorem a atividade online do usu&aacute;rio. O ideal &eacute; evitar o uso de servi&ccedil;os banc&aacute;rios ou envio de dados sens&iacute;veis nessas redes.
<h2>Golpes banc&aacute;rios</h2>
Quando medidas de seguran&ccedil;a n&atilde;o s&atilde;o adotadas corretamente, os criminosos aproveitam para aplicar diversos golpes, &nbsp;especialmente os banc&aacute;rios.&nbsp;
Segundo pesquisa da Federa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Bancos (Febraban), a ocorr&ecirc;ncia de fraudes ou tentativas de <a href="https://aratuon.com.br/seguranca/golpes-bancarios-veja-dicas-para-nao-cair-em-fraudes-financeiras">golpes banc&aacute;rios</a> subiu de 33%, em setembro de 2024, para 38%, em mar&ccedil;o de 2025.
Veja os golpes mais recorrentes:
- WhatsApp clonado: o criminoso se passa por um conhecido da v&iacute;tima para pedir dinheiro via Pix.
- Falso suporte banc&aacute;rio: os golpistas fingem ser atendentes e induzem a transfer&ecirc;ncias via Pix.
- Pix errado: a v&iacute;tima &eacute; convencida a devolver um suposto Pix recebido por engano, mas acaba sofrendo nova retirada de valores por meio do Mecanismo Especial de Devolu&ccedil;&atilde;o (MED).
- Falsa venda: p&aacute;ginas e perfis falsos simulam lojas online para aplicar golpes com promo&ccedil;&otilde;es inexistentes.
- Phishing: envio de links maliciosos com v&iacute;rus para capturar dados pessoais.
- Troca de cart&atilde;o: em estabelecimentos f&iacute;sicos, o cart&atilde;o da v&iacute;tima &eacute; trocado por outro ap&oacute;s observarem a senha digitada.
<h2 class="text-[2rem] font-bold leading-10">Seguran&ccedil;a online para idosos</h2>
Entre 2016 e 2024, o n&uacute;mero de idosos que utiliza a internet saltou de 6,5 milh&otilde;es para 24,5 milh&otilde;es, segundo o IBGE, um aumento de 278%. Apesar do crescimento digital, um alerta surge com esses dados:<a href="https://aratuon.com.br/seguranca/seguranca-online-para-idosos-prevenindo-golpes-digitais-na-terceira-idade"> a seguran&ccedil;a online para idosos</a>.
Al&eacute;m dos crimes financeiros, um golpe que atinge esse grupo com frequ&ecirc;ncia &eacute; o do "Falso Amor": criminosos fingem envolvimento emocional com a v&iacute;tima para obter vantagens financeiras por meio de manipula&ccedil;&atilde;o.
<h2>Como identificar um golpe e o que fazer</h2>
Alguns sinais indicam poss&iacute;vel vazamento de dados ou tentativa de golpe, como:
- Liga&ccedil;&otilde;es de servi&ccedil;os que voc&ecirc; n&atilde;o contratou;
- Compras n&atilde;o reconhecidas no cart&atilde;o;
- Mensagens suspeitas com dados pessoais;
- Cobran&ccedil;as indevidas.
Se notar algo estranho, investigue e utilize sites que informam se seus dados foram vazados. Se confirmado o golpe:
- Altere suas senhas imediatamente;
- Registre um boletim de ocorr&ecirc;ncia;
- Notifique a empresa envolvida;
- Denuncie &agrave; Autoridade Nacional de Prote&ccedil;&atilde;o de Dados (ANPD) pelo site www.gov.br/anpd.
No caso de fraude financeira, entre em contato com seu banco e formalize a ocorr&ecirc;ncia policial. A pr&aacute;tica &eacute; crime e deve ser registrada.
<h2>Gloss&aacute;rio de termos em ciberseguran&ccedil;a</h2>
 Ciberseguran&ccedil;a &ndash; Conjunto de a&ccedil;&otilde;es, estrat&eacute;gias e tecnologias que protegem sistemas e dados contra amea&ccedil;as digitais.
Phishing &ndash; T&eacute;cnica de fraude que engana o usu&aacute;rio para que ele revele informa&ccedil;&otilde;es confidenciais, geralmente por meio de links falsos.
Ransomware &ndash; Tipo de v&iacute;rus que bloqueia o acesso a dados ou sistemas e exige pagamento de resgate para libera&ccedil;&atilde;o.
Criptografia &ndash; T&eacute;cnica que transforma informa&ccedil;&otilde;es em c&oacute;digos secretos, dificultando o acesso por pessoas n&atilde;o autorizadas.
Firewall &ndash; Sistema que monitora e controla o tr&aacute;fego de dados entre redes, funcionando como uma barreira de prote&ccedil;&atilde;o.
Autentica&ccedil;&atilde;o multifator (MFA) &ndash; Sistema que exige mais de uma forma de verifica&ccedil;&atilde;o para conceder acesso a uma conta ou sistema.
Backup &ndash; C&oacute;pia de seguran&ccedil;a de dados para evitar perdas em caso de falhas, ataques ou exclus&otilde;es acidentais.
Verifica&ccedil;&atilde;o em duas etapas &ndash; Recurso que adiciona uma camada extra de seguran&ccedil;a ao exigir um segundo c&oacute;digo al&eacute;m da senha.
Mecanismo Especial de Devolu&ccedil;&atilde;o (MED) &ndash; Procedimento criado pelo Banco Central que permite o estorno de valores via Pix em casos de fraude.
LGPD (Lei Geral de Prote&ccedil;&atilde;o de Dados Pessoais) &ndash; Lei brasileira que regula o uso de dados pessoais e assegura direitos ao cidad&atilde;o sobre suas informa&ccedil;&otilde;es.
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/seguranca/grupo-criminoso-e-investigado-por-fraudes-contra-empresa-de-seguros">Grupo criminoso &eacute; investigado por fraudes contra empresa de seguros</a>

A criação de uma agência nacional e o aumento do orçamento para o combate ao cibercrime são algumas das propostas que constam do documento Contribuições da Sociedade Civil e dos Setores Produtivos para a Estratégia Nacional de Cibersegurança, que será apresentado hoje (1º) ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), na capital paulista.

O relatório é a primeira contribuição para a elaboração de projetos que ajudem o país na construção da nova Estratégia Nacional de Segurança Cibernética, elaborada pelo GSI, por meio do Comitê Nacional de Cibersegurança (CNCiber).

Em entrevista ontem (31/7) à Agência Brasil, a fundadora e CEO do Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime (INCC), Luana Tavares, disse que o relatório é fruto de oito meses de trabalho, período em que foram levantados dados sobre a situação de cibersegurança brasileira.

“O plano parte do princípio de que, para que um país tenha um grau mais alto de resiliência cibernética, ele precisa ter uma política ou uma estratégia nacional que seja tão robusta e complexa quanto é esse problema”, disse Luana, no seminário Mulheres e Cibersegurança, nesta quarta-feira (31), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

De acordo com a fundadora do instituto, o Brasil é um dos países que mais sofrem com os crimes cibernéticos em todo o mundo.

“O Brasil é o segundo país mais atacado do mundo. Existem diversas pesquisas que mostram os números. Aliás, esse é um ponto que criticamos no documento: não existem pesquisas ou dados públicos sobre o assunto. Isso, inclusive, se tornou um dos pilares do documento, que é a informação e o conhecimento especializado. Precisamos que os dados estejam sob o poder do Estado para começarmos a gerar estatísticas”, afirmou.

Propostas

O documento mostra a necessidade de investimentos para o combate ao crime e para orientar a atividade de segurança cibernética. “Quando a gente compara com os Estados Unidos e o Reino Unido, por exemplo, que já estão mais avançados na questão, o Brasil investe proporcionalmente 49 vezes menos do que os EUA e 15 vezes menos que o Reino Unido, já ajustando para o PIB [Produto Interno Bruto]. O orçamento é muito pequeno e é óbvio que, quando falamos no momento de crise de arrocho fiscal ou de ajuste fiscal para atingir as metas fiscais, é muito complexo se falar em investimento. Porém, essa é uma pauta que tem gerado muitas perdas.”

Outra questão é a proposta de criação de uma estrutura central de cibersegurança. “Esse é o caminho que os países mais desenvolvidos estão trilhando, ou seja, a criação de uma agência ou de um centro nacional de cibersegurança que tenha como olhar e viés uma abordagem de educação e conscientização, e não apenas de regulamentação. Seria um centro para educar a sociedade para maior consciência em relação à cibersegurança”, defendeu.

Segundo a especialisttas, os crimes cibernéticos, principalmente os golpes aplicados por meio do celular, atingem muitas pessoas no país, mas poucos sabem como se prevenir. “Cerca de 62% dos brasileiros não sabem o que é um e-mail. Não tem noção básica dos dados da segurança cibernética. Esse é um nível de consciência muito aquém do esperado para um tema que tem acometido os brasileiros diariamente, como é o caso das tentativas de golpe e de fraude. Por isso eu defendo que agência tenha como papel principal a educação da sociedade. Este não é um problema que o Estado consegue enfrentar sozinho.”

Estratégia

Outra contribuição que o documento apresenta para a Estratégia Nacional de Segurança Cibernética é com relação à legislação.

“É um desafio criar a tipificação correta ou a qualificação dos crimes de forma mais adequada em relação àqueles que são aplicados por meios eletrônicos. Hoje, a gente tem na legislação a lei do ciberbullying e a legislação, que pune o estelionato eletrônico cometido por meios eletrônicos. É o que hoje tem sido mais utilizado pelas forças de segurança nos boletins de ocorrência para reportar alguns tipos de crime cometidos nesse ambiente. Porém isso não consegue compreender a complexidade e o número de diferentes tipos de crime que existem no ambiente cibernético. Por isso, a discussão sobre o Código Penal no Congresso precisa ser feita como um novo marco, e não apenas como uma discussão que acaba sendo gerada conforme o crime acontece”, disse.

Outra questão que é levantada pelo documento é a proposta de criação de uma Política Nacional de Compartilhamento de Dados de Incidentes. De acordo com Luana, é preciso que seja criado um centro nacional de cibersegurança e que este centro ou agência consiga centralizar os dados de incidentes para gerar estatísticas e novas formas de combate a esse tipo de crime.

“Hoje as empresas acabam tendo uma certa insegurança. Têm uma série de questões ligadas a LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais], sobre o que se pode compartilhar de dados em relação a um incidente, mas também tem a questão de imagem, de impacto do valor daquela empresa quando ela sofre um crime cibernético. Só que ao mesmo tempo a gente precisa ter esses dados para que nós saibamos os tipos novos de incidentes que estão acontecendo e a gente consiga gerar inteligência tanto para a prevenção quanto resposta dos incidentes”, explicou.

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