A Bahia se consolidou como líder nacional na redução do desmatamento no bioma Cerrado, na região do Matopiba — que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — com uma queda de 63,3% no período entre agosto de 2023 e julho de 2024. A conquista foi anunciada em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quarta-feira (6/11), com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, da ministra do Meio Ambiente Marina Silva, e do secretário estadual do Meio Ambiente da Bahia (Sema), Eduardo Sodré, além de outras autoridades.

Sodré destacou o esforço coletivo e atribuiu o sucesso à atuação da equipe ambiental do estado. “Esse resultado é fruto de um trabalho em equipe, orientado pelo nosso governador Jerônimo, mas de responsabilidade de cada um dos servidores e servidoras do sistema ambiental. Juntos, aplicando a viabilidade ambiental e técnicas corretas de licenciamento e combate a incêndios florestais, enfrentamos o desmatamento como ele merece”, afirmou, em conteúdo enviado pela assessoria de imprensa da Sema.

[caption id="attachment_398452" align="alignnone" width="700"]<img class="wp-image-398452" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/11/bahia.jpeg" alt="" width="700" height="525" /> Imagem: divulgação/Sema[/caption]

Além da Bahia, outros estados do Matopiba registraram quedas no desmatamento no mesmo período: Maranhão com 15,1%, Piauí com 10,1% e Tocantins com 9,6%, contribuindo para uma redução total de 76,4% na região. No plano nacional, o desmatamento caiu 30,6% na Amazônia e 25,7% no Cerrado. Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), a destruição do Cerrado gerou emissões de mais de 135 milhões de toneladas de CO₂ entre janeiro de 2023 e julho de 2024, equivalente a cerca de 1,5 vezes as emissões anuais do setor industrial brasileiro.

Durante o evento, o Governo Federal e os estados da região firmaram um pacto para combater o desmatamento e os incêndios ilegais nos biomas, reforçando o compromisso com a preservação. A parceria inclui investimentos em iniciativas de desenvolvimento sustentável, como novas unidades de conservação e a retomada do Fundo Amazônia.
<h2>PACTO INTERFEDERATIVO</h2>
O Pacto Interfederativo para a Prevenção e Controle do Desmatamento Ilegal e Incêndios Florestais no Cerrado, assinado pelo secretário Eduardo Sodré e representantes do governo federal e dos estados do Matopiba, visa reduzir a perda de vegetação nativa no Cerrado, bioma essencial para a agricultura e a conservação dos recursos hídricos no Brasil. O acordo prevê a identificação e punição de responsáveis por desmatamento ilegal, fortalecimento da transparência e intercâmbio de dados entre governos, além da criação de um grupo de trabalho para estratégias de conservação. A iniciativa integra o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas no Cerrado, promovendo a sustentabilidade e a proteção ambiental na região.

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Nos primeiros 12 dias de setembro, o Brasil já registrou 49.266 focos de queimadas, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados na quinta-feira (12/9). O número supera o total de queimadas registrado em todo o mês de setembro de 2023, que teve 46.498 focos.
O levantamento, feito pelo Programa Queimadas, aponta que a média de incêndios por dia neste mês é a maior para setembro desde 2007, quando foram registrados 141 mil focos (média de 4.707 diários). Até agora, setembro de 2024 apresenta uma média de 4.105 focos diários.
Focos por bioma nesse período:
1 - Amazônia: 24.803
2 - Cerrado: 18.023
3 - Mata Atlântica: 3.841
4 - Pantanal: 1.401
5 - Caatinga: 1.163
6 - Pampa: 35
AGOSTO
O mês de agosto já havia apresentado números preocupantes, com 68 mil focos de queimadas, o maior número para o mês desde 2010, representando um aumento de 145% em relação a agosto de 2022. A área queimada no mês chegou a 110 mil km², ultrapassando o território de nove estados brasileiros.
A fumaça resultante desses incêndios florestais atingiu diversas grandes cidades ao longo do mês. Em São Paulo, agosto foi histórico, com um pico recorde de mais de 2,6 mil focos de queimadas em apenas três dias, entre 22 e 24 de agosto.

O aumento das queimadas ocorre em um contexto de extrema seca, a mais grave desde 1982, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o que facilita a propagação do fogo.

Biomas como o Cerrado, o Pantanal e a Amazônia estão entre os mais afetados pela escassez de chuvas nos últimos 12 meses.
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A Bahia teve a segunda maior área de desmatamento do Cerrado em setembro. Alcançando um total de 90,5 km², o estado fica atrás somente do Maranhão, que possui 155,6 km² da área desmatada. A região de MATOPIBA, acrônimo com as primeiras sílabas que denominam Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é a porção mais reservada do bioma, mas, nos últimos anos, tem sido foco do maior desmatamento do Cerrado.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ( Inpe) divulgados nesta sexta-feira (6/10), o mês de setembro foi registrado como um dos maiores índices de desmatamentos da região do Cerrado no Brasil. Ao todo, foram desmatadas 516,7 km², um aumento de 89% em relação ao ano anterior, em 2022.  O bioma é o segundo maior do Brasil, correspondendo a quase um quarto de todo o território nacional, com 23,3%.

De acordo com o Código Florestal, o desmatamento do Cerrado acontece, principalmente, em propriedades privadas por conta da possibilidade de desmatar até 80% da área, ou até 65%, em locais de transição para a floresta amazônica.

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