O papa Francisco pediu desculpas, nesta terça-feira (28/5), após fazer uma recomendação para os bispos: que eles não acolham tanto pessoas homossexuais em seminários religiosos. A justificativa é que "já haveria 'bichisse' demais na igreja", segundo o pontífice.
O termo foi utilizado pelo papa para reafirmar a proibição do Vaticano de permitir que homens gays entrassem em seminários e fossem ordenados padres. O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que "o papa nunca teve a intenção de ofender ou de se expressar em termos homofóbicos".
"Ele estende as suas desculpas àqueles que se sentiram ofendidos pelo uso de um termo que foi denunciado por outros", disse Bruni.
A declaração foi dada na segunda-feira (26/5), enquanto Francisco discursava em uma assembleia da Conferência dos Bispos Italianos, que aprovou recentemente um novo documento que descreve a formação para seminaristas italianos. Os representantes da igreja, que não foram identificados, disseram que Francisco usou o termo "bicha" em tom de brincadeira enquanto falava em italiano durante o encontro.
Em comunicado enviado à imprensa, Bruni lembrou também que Francisco insiste para que há "espaço para todos" na Igreja. Em julho de 2013, questionado sobre o posicionamento dele acerca da união civil entre pessoas do mesmo sexto, o papa disse: "Se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?".
Francisco reforçou, no entanto, que, para a Igreja, o casamento entre pessoas do mesmo é considerado um ato pecaminoso.
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A partir do m&ecirc;s de dezembro, casos de abuso sexual cometido por cl&eacute;rigos contra adultos tamb&eacute;m ser&aacute; tipificado e criminalizado, segundo o papa Francisco. Com isso, ap&oacute;s 14 anos de estudos sobre as mudan&ccedil;as necess&aacute;rias, bispos e superiores religiosos podem ser responsabilizados por omiss&atilde;o ou neglig&ecirc;ncia.&nbsp;

O C&oacute;digo de Direito Can&ocirc;nico previa como delito apenas casos envolvendo crian&ccedil;as e adolescentes. As den&uacute;ncias relacionadas a crimes contra maiores de idade tamb&eacute;m passam a ser obrigat&oacute;rias para evitar acobertamentos. Caso eles se calem, a puni&ccedil;&atilde;o pode ser a demiss&atilde;o do estado clerical.

Vale lembrar que crimes sexuais contra adultos j&aacute; est&atilde;o previstos no C&oacute;digo Penal brasileiro, a exemplo de viol&ecirc;ncia sexual mediante fraude (artigo 215) e ass&eacute;dio sexual (artigo 216A).

&quot;Os crimes de abuso sexual ofendem Nosso Senhor, causam danos f&iacute;sicos, psicol&oacute;gicos e espirituais &agrave;s v&iacute;timas e lesam a comunidade dos fi&eacute;is. Para que tais fen&ocirc;menos, em todas as suas formas, n&atilde;o aconte&ccedil;am mais, &eacute; necess&aacute;ria uma convers&atilde;o cont&iacute;nua e profunda dos cora&ccedil;&otilde;es, atestada por a&ccedil;&otilde;es concretas e eficazes que envolvam a todos na Igreja, de modo que a santidade pessoal e o empenho moral possam concorrer para fomentar a plena credibilidade do an&uacute;ncio evang&eacute;lico e a efic&aacute;cia da miss&atilde;o da Igreja&quot;, diz a carta apost&oacute;lica sob forma de motu pr&oacute;prio &quot;Vos estis lux mundi&quot;, assinada pelo papa Francisco.

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O papa Francisco decidiu revogar privil&eacute;gios de bispos e cardeais que trabalham no Vaticano. Com a determina&ccedil;&atilde;o, essas duas categorias ser&atilde;o julgadas pelo mesmo tribunal comum que analisa outros casos criminai, e n&atilde;o mais por um painel de prelados de elite. A informa&ccedil;&atilde;o foi divulgada nesta &uacute;ltima sexta (30/4).

Na decis&atilde;o, Francisco emitiu um decreto revogando uma cl&aacute;usula no C&oacute;digo Penal Civil do Vaticano, segundo o qual bispos e cardeais eram julgados apenas pelo Tribunal de Cassa&ccedil;&atilde;o, um &oacute;rg&atilde;o superior formado por cardeais e outros cl&eacute;rigos de alto escal&atilde;o. No entanto, foi observando, nos &uacute;ltimos anos, que pessoas de fora da igreja, pegas em investiga&ccedil;&otilde;es criminais, foram julgadas e condenadas pelo tribunal comum (composto por n&atilde;o cl&eacute;rigos), emquanto que cardeais envolvidos nos mesmos casos n&atilde;o foram julgados ou receberam tratamento especial.

No decreto, o papa Francisco pontuou que o direito civil dentro do Vaticano deve ser &quot;sem privil&eacute;gios de tempos atr&aacute;s&quot; e que n&atilde;o est&aacute; mais em &quot;conson&acirc;ncia&quot; com as responsabilidades individuais. O papa ainda ter&aacute; que aprovar o in&iacute;cio de qualquer investiga&ccedil;&atilde;o ou julgamento.

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