Apesar de ser obrigat&oacute;ria para rec&eacute;m-nascidos, a vacina BCG - que protege contra as formas graves da tuberculose - tem registrado baixos &iacute;ndices de cobertura. Segundo o Datasus, do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, a cobertura vacinal do imunizante caiu de 105%, em 2015, para 68,6% em 2021. A BCG faz parte do Programa Nacional de Imuniza&ccedil;&atilde;o (PNI) e &eacute; indicada para ser aplicada logo ap&oacute;s o nascimento da crian&ccedil;a.

Segundo a integrante do Departamento Cient&iacute;fico de Imuniza&ccedil;&otilde;es da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Tania Petraglia, a vacina protege, principalmente, contra a tuberculose miliar, que ocorre quando o bacilo entra na corrente sangu&iacute;nea e chega a todos os &oacute;rg&atilde;os, com risco de meningite. A BCG tamb&eacute;m protege contra outras formas graves de tuberculose, como a pulmonar.

Tania lamentou a baixa cobertura no pa&iacute;s e fez um apelo &agrave; popula&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Fa&ccedil;o uma chamada para a vacina&ccedil;&atilde;o de todas as faixas et&aacute;rias de 0 a 100 anos e um pouquinho. As vacinas s&atilde;o uma forma de prote&ccedil;&atilde;o coletiva&rdquo;.

Na avalia&ccedil;&atilde;o da especialista, h&aacute; uma falha em garantir essa vacina&ccedil;&atilde;o na aten&ccedil;&atilde;o prim&aacute;ria. &ldquo;Falta uma interven&ccedil;&atilde;o do ponto de vista municipal mais efetiva&rdquo;, afirmou.

A vacina&ccedil;&atilde;o com a BCG &eacute; recomendada desde o nascimento para crian&ccedil;as que tenham peso igual ou superior a 2 quilos. De dose &uacute;nica, a BCG deve ser aplicada at&eacute; o primeiro m&ecirc;s de vida do beb&ecirc;, porque a incid&ecirc;ncia das formas mais graves da tuberculose costuma ocorrer enquanto a crian&ccedil;a ainda &eacute; bem nova. N&atilde;o h&aacute; impedimento, por&eacute;m, para que indiv&iacute;duos de qualquer idade se vacinem, embora o grau de prote&ccedil;&atilde;o seja menor.

DESABASTECIMENTO

No dia 29 de maio, v&aacute;rias entidades m&eacute;dicas enviaram carta ao Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de alertando sobre a falta de vacina BCG nos postos de sa&uacute;de do pa&iacute;s. A carta foi assinada pela SBP, Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Sa&uacute;de Coletiva (Abrasco), Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (REDE-TB), Sociedade Brasileira de Imuniza&ccedil;&otilde;es (SBIm), Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT).

Em resposta, o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de informou, por meio da Secretaria de Vigil&acirc;ncia em Sa&uacute;de, que espera normalizar a distribui&ccedil;&atilde;o das vacinas a partir de setembro. No momento, o quantitativo m&eacute;dio disponibilizado para cada estado &eacute; de 500 mil doses ao m&ecirc;s, contra 1 milh&atilde;o de doses, disponibilizadas anteriormente.

De acordo com o minist&eacute;rio, a cota de distribui&ccedil;&atilde;o da vacina BCG para os estados foi reduzida em 50% devido a dificuldades no processo de aquisi&ccedil;&atilde;o da vacina - compra, o desembara&ccedil;o alfandeg&aacute;rio e autoriza&ccedil;&atilde;o pela Anvisa para a entrada do produto no pa&iacute;s - e indisponibilidade de quantidade de doses no estoque nacional suficiente para manter a cota que vinha sendo habitualmente enviada.

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