Um homem foi condenado a morte por levar a s&eacute;rie Round 6, da Netflix, em um pendrive para a Coreia do Norte. Ele &eacute; acusado de vender o arquivo para estudantes, mas, como o servi&ccedil;o de streming e seus produtos s&atilde;o ilegais no pa&iacute;s, o adolescente que comprou foi condenado a pris&atilde;o perp&eacute;tua e os amigos que assistiram ter&atilde;o que fazer trabalho for&ccedil;ado.

Segundo informa&ccedil;&otilde;es da Radio Free Asia &agrave; CNN, autoridades descobriram sete estudantes de Ensino M&eacute;dio assistindo &agrave; produ&ccedil;&atilde;o, que se passa no pa&iacute;s vizinho, Coreia do Sul.&nbsp;O homem foi acusado de contrabando e sua senten&ccedil;a ser&aacute; executada por um pelot&atilde;o de fuzilamento.

Os outros acusados s&atilde;o sete estudantes: o que comprou a s&eacute;rie, condenado &agrave; pris&atilde;o perp&eacute;tua pelo regime autorit&aacute;rio norte-coreano, e outros seis adolescentes que ter&atilde;o de cumprir uma pena de cinco anos de trabalho for&ccedil;ado. Al&eacute;m deles, um secret&aacute;rio e um professor da escola perderam seus empregos e correm o risco de serem banidos para trabalhar em minas remotas. N&atilde;o h&aacute; informa&ccedil;&atilde;o sobre qual o delito dos &uacute;ltimos dois.

Conforme uma fonte policial an&ocirc;nima ouvida pela RFA, a investiga&ccedil;&atilde;o prosseguir&aacute; com o objetivo de identificar a origem do contrabando e punir outras pessoas envolvidas de forma direta ou indireta no incidente.

&ldquo;Outros professores est&atilde;o preocupados que isso tamb&eacute;m aconte&ccedil;a com eles, se algum de seus alunos for pego na investiga&ccedil;&atilde;o&rdquo;, afirma a fonte. Os adolescentes teriam sido pegos pela pol&iacute;cia respons&aacute;vel pela deten&ccedil;&atilde;o de telespectadores ilegais, a Surveillance Bureau Group 109.&nbsp;

LEI

Essa &eacute; a primeira vez que menores de idade s&atilde;o condenados desde que a lei de &ldquo;elimina&ccedil;&atilde;o do pensamento e cultura reacion&aacute;rios&rdquo; foi aprovada no pa&iacute;s. Formulada em 2020, ela prev&ecirc; pena de morte para quem &ldquo;assistir, manter ou distribuir m&iacute;dia de pa&iacute;ses capitalistas, principalmente da Coreia do Sul e dos Estados Unidos&rdquo;. Com isso, a perspectiva &eacute; de novas e severas condena&ccedil;&otilde;es pelo governo de Kim Jong Un.

Segundo relat&oacute;rio divulgado pelo &ldquo;Washington Post&rdquo; em 2019, o regime ditatorial da Coreia do Norte considera o K-pop sul-coreano e a m&uacute;sica pop dos Estados Unidos como amea&ccedil;as ao governo que estimulariam a fuga da popula&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s.

O relat&oacute;rio divulgou tamb&eacute;m uma pesquisa do South Korea&rsquo;s Unification Media Group, que ouviu 200 norte-coreanos refugiados na Coreia do Sul: 90% deles afirmaram consumir m&iacute;dia estrangeira quando moravam no pa&iacute;s vizinho e 75% disseram conhecer algu&eacute;m que foi punido por essa raz&atilde;o.

Atrav&eacute;s de um enredo dist&oacute;pico, a produ&ccedil;&atilde;o sul-coreana &ldquo;Round 6&rdquo; explora a situa&ccedil;&atilde;o de pobreza na Coreia do Sul, as rela&ccedil;&otilde;es com a China e com os fugitivos da Coreia do Norte.

A s&eacute;rie tamb&eacute;m foi censurada na China, mas em outubro a popula&ccedil;&atilde;o conseguiu burlar os controles governamentais e &ldquo;Round 6&rdquo; virou sensa&ccedil;&atilde;o por l&aacute; tamb&eacute;m. Lan&ccedil;ada em setembro, a s&eacute;rie &eacute; a mais assistida da hist&oacute;ria da Netflix e foi reproduzida em 142 milh&otilde;es de casas em todo o mundo.

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Homem que levou pendrive com Round 6 à Coreia do Norte será fuzilado; adolescentes que assistiram também são condenados