Em celebração ao Dia da Consciência Negra, neste domingo (19/11), às 16h, as escritoras Renata Fernandes e Ana Fátima participarão do evento “Áfricas Compartilhadas”, na Livraria LDM do Shopping Bela Vista, em Salvador.
Juntas, Renata e Ana prepararam uma tarde de histórias. Uma vai apresentar a obra da outra. Renata contará a história “Os Dengos na Moringa de Voinha”, e Ana fará a leitura do livro de Renata, “Quanta África Tem no Dia de Alguém?”. Depois, ambas seguem em um bate-papo com os convidados.
Renata Fernandes, além de outros 18 títulos, é autora de “Quanta África Tem no Dia de Alguém?”, enquanto Ana Fátima, também autora renomada de poemas e contos, além de outras 4 publicações em literatura infantojuvenil, é a autora de “Os Dengos na Moringa de Voinha”.
“Quanta África tem no dia de alguém?”, lançado pela Editora Ciranda Cultural, aborda a presença e a importância da cultura de origem africana no nosso dia-a-dia. O livro tem ainda a participação de Margareth Menezes, atual ministra da cultura, que escreveu o prefácio da publicação:
“Com brincadeira e descontração, desvendam para as crianças, de forma muito lúdica, como são tantas e bonitas as palavras africanas que compõem a nossa língua e, principalmente, dão foco às sonoridades das palavras, identificando a qual idioma ou dialeto africano cada uma delas está ligada. É muito divertido percorrer as páginas seguindo o movimento das frases, dos desenhos e das cores do ritmo da sonoridade das palavras”.
“Os Dengos na Moringa de Voinha” foi lançado pelo selo Brinque-Book da editora Companhia das Letras.
Nesse livro, o leitor passeia por lembranças cheias de afeto: o abraço de voinho, o cafuné de mainha, as cantigas de painho, o cheiro do angu feito pela tia, a dança da irmã caçula. A guardiã dessas lembranças é a moringa de Voinha, um jarro feito de barro, que simboliza a força da ancestralidade e da memória.
SERVIÇO - "Áfricas Compartilhadas", com as autoras Renata Fernandes e Ana Fátima

Onde: Livraria LDM do Shopping Bela Vista
Quando: domingo (19/11), às 16h
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Dos livros publicados por grandes editoras do pa&iacute;s entre 1965 e 2014, 70% foram escritos por homens. Nos 115 anos de exist&ecirc;ncia do pr&ecirc;mio Nobel de <a href="https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/literatura/?p=aratuon" target="_blank">Literatura</a>, somente 13 mulheres foram classificadas como vencedoras. E entre os 40 membros da Academia Brasileira de Letras, temos atualmente 5 mulheres.

Os n&uacute;meros s&atilde;o de um estudo realizado pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contempor&acirc;nea da Universidade de Bras&iacute;lia, coordenado pela professora <a href="https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-faculdades/formacao-de-professores-didatica-e-praticas-de-ensino/?p=aratuon" target="_blank">Regina Dalcastagn&egrave;</a>, tamb&eacute;m autora do livro Literatura brasileira contempor&acirc;nea: um territ&oacute;rio contestado (2012).

J&aacute; parou para pensar entre os livros lidos por voc&ecirc;, nos &uacute;ltimos meses, quantos foram escritos por mulheres? A pergunta &ndash; e resposta para isso &ndash; pode parecer algo simples &agrave; primeira vista, mas, talvez, seja um indicativo de como a disparidade de g&ecirc;nero tamb&eacute;m afeta o mercado liter&aacute;rio, como apontado nos dados citados acima.

A internet, no entanto, tem oferecido campo f&eacute;rtil para dissemina&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&otilde;es que favore&ccedil;am as obras escritas por mulheres. A hashtag #readwomen, ou #leiamulheres em portugu&ecirc;s, lan&ccedil;ada pela autora inglesa Joanna Walsh em 2014, at&eacute; hoje reverbera em coletivos femininos dentro e fora do ambiente virtual que t&ecirc;m como pauta o apoio &agrave; escritora famosas, assim como tamb&eacute;m na dissemina&ccedil;&atilde;o das obras escritas por autoras independentes.&nbsp;

&ldquo;Temos v&aacute;rios outros movimentos que vieram, pouco a pouco, despontando e furando o cerco, atrav&eacute;s da cria&ccedil;&atilde;o de novos espa&ccedil;os virtuais. Como exemplo, o Grupo Virtual Mulherio das <a href="https://www.educamaisbrasil.com.br/cursos-e-faculdades/letras/?p=aratuon" target="_blank">Letras</a> Nacional (Facebook) criado em 2017 por um grupo de mulheres escritoras e revolucion&aacute;rias&rdquo;, como exemplifica Marta Cortez&atilde;o, escritora e ativista cultural amazonense.

Radicada em Seg&oacute;via, Espanha, desde 2012, a autora articula o Mulherio das Letras Espanha, al&eacute;m de coordenar o Tert&uacute;lias Virtuais, grupo virtual para dissemina&ccedil;&atilde;o dos escritos de mulheres de diferentes pa&iacute;ses. Para ela, embora os coletivos n&atilde;o sejam a solu&ccedil;&atilde;o de todos os problemas, rendem frutos positivos para o trabalho das escritoras, principalmente as independentes.&nbsp;

&ldquo;Atrav&eacute;s de projetos de publica&ccedil;&atilde;o de colet&acirc;neas/antologias desenvolvidos por estes importantes coletivos de mulheres, um expressivo n&uacute;mero de autoras, no qual me incluo, tem logrado a publica&ccedil;&atilde;o, bem como a divulga&ccedil;&atilde;o de sua escrita. N&atilde;o &eacute; a solu&ccedil;&atilde;o de todos os problemas, mas uma atitude positiva de luta e resist&ecirc;ncia por parte de mulheres&rdquo;, explica.

Por meio do projeto Tert&uacute;lias Virtuais, cujos encontros podem ser assistidos no canal do YouTube Banzeiro Conex&otilde;es, Marta espera contribuir para o empoderamento de autoras frente &agrave;s demandas do mercado editorial. O grupo ainda n&atilde;o &eacute; um projeto editorial, mas as ideias s&atilde;o muitas e a vontade para fazer disso uma realidade &eacute; grande.

&ldquo;O objetivo geral do projeto Tert&uacute;lias Virtuais &eacute; conectar vozes e olhares do feminino a fim de compreender e analisar a &ldquo;nova&rdquo; e crescente consci&ecirc;ncia cr&iacute;tica feminino presente na po&eacute;tica de escritoras e poetas de diversos lugares do mundo que transitam divulgando seus textos nas redes sociais&rdquo;, conclui Marta.&nbsp;

LAN&Ccedil;AMENTO

Em parceria com a poeta Patricia Cacau, Marta tamb&eacute;m coordena o Projeto Enluaradas (@coletaniaenluaradas2021, no Instagram) que j&aacute; comemora o lan&ccedil;amento da primeira colet&acirc;nea de escritos femininos intitulada &ldquo;Colet&acirc;nea Enluaradas I: Se Essa Lua Fosse Nossa&rdquo;, que re&uacute;ne mais de 100 textos.

Marta e Cacau fizeram o chamado para outras autoras agora na pandemia. Como resposta, em menos de tr&ecirc;s meses, tiveram mais de 200 inscri&ccedil;&otilde;es, das quais 168 foram selecionadas para compor o livro digital, que est&aacute; dispon&iacute;vel no link <a href="https://4459198b-4a4b-4d16-ab97-8409809c8a55.usrfiles.com/ugd/445919_aa3cb27f4dd44f19a4c66b8acc177bf6.pdf" target="_blank">http://bit.ly/3mcHdkNColetaneaEnluaradas</a>. Totalmente gratuito, o e-book tem tema livre, mas todos os seus textos podem ser lidos sob a perspectiva das fases lunares.&nbsp;

O lan&ccedil;amento do e-book ocorre na pr&oacute;xima quarta-feira, 21, no canal do YouTube Banzeiro Conex&otilde;es, &agrave;s 17h30m, hor&aacute;rio de Bras&iacute;lia. O evento contar&aacute; com a presen&ccedil;a das organizadoras Marta Cortez&atilde;o e Patricia Cacau e das autoras da colet&acirc;nea Aline Galv&atilde;o e Maria Alice Bragan&ccedil;a. As demais autoras da colet&acirc;nea Enluaradas participar&atilde;o atrav&eacute;s de depoimentos feitos por v&iacute;deo. Todas falar&atilde;o sobre as etapas do projeto e dos processos criativos de cada uma para escrever.&nbsp;

&ldquo;Criamos, com a participa&ccedil;&atilde;o e interatividade das Enluaradas, uma rede de apoio que tem dado muitos frutos, resultando em parcerias entre as pr&oacute;prias autoras Enluaradas e que vem revolucionando, de forma particular e po&eacute;tica, o mundo da escrita de cada umas das participantes&rdquo;, comemora Marta Cortez&atilde;o.

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