Uma médica foi presa depois de tentar matar o ex-companheiro a tiros, em Jaraguá do Sul, cidade no norte de Santa Catarina. O crime foi registrado no domingo (11/8), data que foi celebrado o Dia dos Pais. Segundo o depoimento da vítima, que disse ser policial militar licenciado no Mato Grosso do Sul, a mulher se escondeu dentro de um armário antes de atirar.

A suspeita teria invadido o apartamento do homem e efetuou três disparos. Após a prisão, alegou legítima defesa, mas a polícia desconfia de que o crime foi planejado. O filho do casal, um menino de oito anos, estava no imóvel - alugado para passar o Dia dos Pais  e presenciou a tentativa de homicídio. O homem baleado com três disparos foi levado ao hospital, sem risco de morte.

Câmeras flagraram a mulher no corredor do edifício, com ferramentas na fechadura, na tentativa de entrar na residência antes do ex. A arma usada, segundo a polícia, era legal e tinha registro de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC).

A médica não teve o nome divulgado e foi presa em flagrante, tendo a prisão tornada preventiva. A arma usada no crime foi apreendida e a polícia segue investigando o caso.

https://www.youtube.com/watch?v=4ThaIkuX_xM

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O ex-jogador de futebol Richarlyson, multicampe&atilde;o com a camisa do S&atilde;o Paulo e atualmente comentarista do Grupo Globo, revelou pela primeira vez, publicamente, que &eacute; bissexual. Ele comentou sobre o assunto em entrevista ao podcast &quot;Nos Arm&aacute;rios dos Vesti&aacute;rios&quot; e, com isso, tornou-se o primeiro atleta a jogar a s&eacute;rie A do Campeonato Brasileiro a falar sobre o tema.

&quot;A vida inteira me perguntaram se sou gay. Eu j&aacute; me relacionei com homem e j&aacute; me relacionei com mulher tamb&eacute;m. S&oacute; que a&iacute; eu falo hoje aqui e daqui a pouco estar&aacute; estampada a not&iacute;cia: &#39;Richarlyson &eacute; bissexual&#39;. E o meme j&aacute; vem pronto. Dir&atilde;o: &#39;Nossa, mas jura? Eu nem imaginava&#39;. Cara, eu sou normal, eu tenho vontades e desejos. J&aacute; namorei homem, j&aacute; namorei mulher, mas e a&iacute;? Vai fazer o qu&ecirc;? Nada&quot;, disse.

CR&Iacute;TICA

Em determinado momento da entrevista, ele comentou a previs&atilde;o de que sairiam diversas manchetes sobre a declara&ccedil;&atilde;o, mas que o mais importante &eacute; falar sobre o combate &agrave; homofobia.

&quot;Vai pintar uma manchete que o Richarlyson falou em um podcast que &eacute; bissexual. Legal. E a&iacute; vai chover de reportagens, e o mais importante, que &eacute; pauta, n&atilde;o vai mudar, que &eacute; a quest&atilde;o da homofobia. Infelizmente, o mundo n&atilde;o est&aacute; preparado para ter essa discuss&atilde;o e lidar com naturalidade com isso&quot;, afirmou o ex-jogador.

Na &eacute;poca em que jogava, Richarlyson era constantemente alvo de ofensas homof&oacute;bicas, mesmo sem declarar a sexualidade abertamente. At&eacute; hoje, por exemplo, &eacute; comum que, em tom pejorativo, torcedores de outros times se refiram &agrave; torcida do S&atilde;o Paulo como &quot;Bambi&quot;, em refer&ecirc;ncia ao personagem da Disney que &eacute; um veado.

&#39;RESOLVI FALAR&#39;

&quot;Pelo tanto de pessoas que falam que &eacute; importante meu posicionamento, hoje eu resolvi falar: sou bissexual. Se era isso que faltava, ok. Pronto. Agora eu quero ver se realmente vai melhorar, porque &eacute; esse o meu questionamento&quot;, pontuou Richarlyson.

QUEIXA-CRIME CONTRA DIRIGENTE

Em junho de 2007,&nbsp; o ent&atilde;o drigente do Palmeiras, Jos&eacute; Cyrillo J&uacute;nior, insinuou em rede nacional que Richarlyson era gay. Na &eacute;poca, o atleta&nbsp;registrou uma queixa-crime contra o cartola, que se desculpou publicamente.

Por&eacute;m, em cima de uma revolta, outra. O juiz do caso, Manoel Maximiniano Junqueira Filho, arquivou o processo alegando que n&atilde;o seriam aceit&aacute;veis homossexuais no futebol brasileiro porque isso &quot;prejudicaria o pensamento da equipe&quot;. Na senten&ccedil;a, ele chegou a citar que futebol era &quot;coisa de macho&quot;.

&quot;Isso, sim, me deixou muito triste porque em nenhum momento eu senti que aquilo era uma coisa normal. Era uma coisa muito pejorativa. Isso foi muito ruim n&atilde;o s&oacute; para mim. Ser homossexual n&atilde;o &eacute; dem&eacute;rito para ningu&eacute;m, e no futebol n&atilde;o deveria ser um assunto t&atilde;o pol&ecirc;mico. Nunca deixei que isso atrapalhasse o que eu quero para minha vida, n&atilde;o vai ser uma frase, uma palavra, uma discuss&atilde;o ou um cara babaca que tentou de forma vulgar maltratar uma classe? Pelo amor de Deus, quanto sofrimento tem na classe LGBTQIA+?&quot;, concluiu.

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EM TEMPO

Na &uacute;ltima semana, o ativista, criador da torcida LGBTricolor, do Bahia, e&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/colunistason/onaruda" target="_blank">Colunista On, On&atilde; Rud&aacute;</a>, questionou se <a href="https://aratuon.com.br/colunistason/onaruda/lgbtqia/existe-lugar-para-pessoas-lgbtqiap-no-futebol-brasileiro" target="_blank">&quot;Existe lugar para pessoas LGBTQIAP+ no futebol brasileiro&quot;</a>. No texto, ele traz dados hist&oacute;ricos e analisa a quest&atilde;o.

<img alt="Imagem" src="https://pbs.twimg.com/media/FVVAS43WYAAuPLY?format=jpg&amp;name=small" style="width: 600px; height: 258px;" /> 
Foto: divulga&ccedil;&atilde;o/EC Bahia

&quot;Pensar a presen&ccedil;a e participa&ccedil;&atilde;o de pessoas LGBTQIAP+ no futebol &eacute; sempre bem&nbsp;complexo por conta do tipo de hist&oacute;rico e cultura nitidamente LGBTf&oacute;bicas que ainda&nbsp;circulam com muita forte dentro do esporte, n&atilde;o s&oacute; no Brasil, mas no mundo inteiro.

Entre o final da d&eacute;cada de 70, invadindo os anos 80, at&eacute; o in&iacute;cio dos anos 90, surgiram as&nbsp;primeiras manifesta&ccedil;&otilde;es potentes dentro do futebol em torno dessa comunidade. Primeiro&nbsp;com o surgimento da Torcida Coligay, do Gr&ecirc;mio, no Rio Grande do Sul, que entre muitas&nbsp;controv&eacute;rsias causadas pela m&iacute;dia,&nbsp;e por uma parcela da torcida do tricolor ga&uacute;cho, inspirou&nbsp;um movimento que impulsionou o surgimento de diversas outras not&iacute;cias como a Flagay, no&nbsp;Flamengo, Mar&eacute; Vermelha, no Inter de Santa Maria, entre&nbsp;outros.

Na arbitragem, o trio MBB&nbsp;(Margarida, Bianca e Borboleta) nomes de guerra dos &aacute;rbitros Jorge Jos&eacute; Emiliano dos&nbsp;Santos, Walter Senra e Paulino Rodrigues da Silva, respectivamente, ganhou destaque&nbsp;nacional ao assumirem publicamente a sexualidade e ganharem espa&ccedil;o na imprensa&nbsp;nacional chegando a participar de programas de audit&oacute;rio e apitando cl&aacute;ssicos importantes.

J&aacute; entre os jogadores, veio da Inglaterra a not&iacute;cia do primeiro atleta que assumiu a identidade&nbsp;sexual:&nbsp;Justin Fashanu, que viu a sua carreira e vida pessoal serem destru&iacute;das ap&oacute;s a&nbsp;revela&ccedil;&atilde;o. No Brasil, foi s&oacute; em 2010 que um jogador do time profissional assumiu a&nbsp;sexualidade. Foi o goleiro Messi, do Palmeira de Goianinha, &agrave; &eacute;poca, jogando a s&eacute;rie D do&nbsp;Brasileir&atilde;o. O arqueiro&nbsp;tamb&eacute;m foi alvo de &oacute;dio, persegui&ccedil;&atilde;o e viol&ecirc;ncias, o que fez com que&nbsp;ele parasse de dar entrevistas e falar sobre o assunto publicamente.&nbsp;

<a href="https://aratuon.com.br/colunistason/onaruda/lgbtqia/existe-lugar-para-pessoas-lgbtqiap-no-futebol-brasileiro" target="_blank">Leia o texto de On&atilde; Rud&aacute;, na &iacute;ntegra, em #ColunistasOn.</a>

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