Depois do desabamento de uma rocha que matou dez pessoas no Lago Furnas, em Capit&oacute;lio (MG), ocorrido h&aacute; uma semana, o Minist&eacute;rio do Turismo determinou que os estados realizem um levantamento dos destinos tur&iacute;sticos do pa&iacute;s que apresentam risco de incidentes geol&oacute;gicos.

A medida foi acertada durante reuni&atilde;o, por videoconfer&ecirc;ncia, do ministro do Turismo, Gilson Machado, com integrantes F&oacute;rum Nacional dos Secret&aacute;rios e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur).

Segundo o ministro, o levantamento faz parte de uma s&eacute;rie de medidas que est&atilde;o sendo tomadas pela pasta para dar mais seguran&ccedil;a &agrave; pr&aacute;tica do ecoturismo no Brasil.

&quot;Solicitamos ao F&oacute;rum Nacional dos Secret&aacute;rios e Dirigentes Estaduais de Turismo que indiquem locais a serem analisados, a fim de possibilitar uma orienta&ccedil;&atilde;o mais efetiva contra perigos que ocorrem em lagos, cavernas, c&acirc;nions, etc.&quot;, explicou. A ideia &eacute; que, ap&oacute;s esse levantamento, avalia&ccedil;&otilde;es geol&oacute;gicas sejam feitas nas &aacute;reas para estabelecer novos par&acirc;metros de preven&ccedil;&atilde;o. &nbsp;

Dias ap&oacute;s o acidente em Capit&oacute;lio, houve um deslizamento nas fal&eacute;sias da Praia de Pipa, Tibau do Sul (RN), durante uma madrugada chuvosa, sem v&iacute;timas. Pouco mais de um ano antes, em outubro de 2020, um desmoronamento no mesmo local matou tr&ecirc;s pessoas da mesma fam&iacute;lia.

Em outubro do ano passado, o desabamento de uma gruta em Altin&oacute;polis, interior de S&atilde;o Paulo, deixou nove mortos. O grupo era formado por bombeiros que faziam um treinamento de resgate.&nbsp;

SEGURAN&Ccedil;A

O Brasil possui milhares de cachoeiras, cavernas, c&acirc;nions, fal&eacute;sias, praias, trilhas em montanhas e outros destinos tur&iacute;sticos que podem apresentar risco de ocorr&ecirc;ncias geol&oacute;gicas. A ge&oacute;loga Joana Sanchez, da Universidade Federal de Goi&aacute;s (UFG), acredita que o trabalho de levantamento e avalia&ccedil;&atilde;o desses locais &eacute; fundamental para aumentar a seguran&ccedil;a.

Em nota, a Federa&ccedil;&atilde;o Brasileiro de Ge&oacute;logos (Febrageo) defendeu uma nova abordagem em &aacute;reas tur&iacute;sticas de risco para que acidentes como esse sejam evitados.

&quot;A forma j&aacute; consagrada de prevenir tais situa&ccedil;&otilde;es &eacute; pela realiza&ccedil;&atilde;o de mapeamento das &aacute;reas de risco, com o indica&ccedil;&atilde;o das &aacute;reas de risco iminente e alto, onde s&atilde;o priorizadas a&ccedil;&otilde;es controle e conten&ccedil;&atilde;o, como, por exemplo, o desmonte controlado de blocos em risco de queda ou a implanta&ccedil;&atilde;o de t&eacute;cnicas de estabiliza&ccedil;&atilde;o da encosta, que s&atilde;o corriqueiramente usadas na geotecnia&quot;.

MUDAN&Ccedil;AS LEGISLATIVAS&nbsp;

Para al&eacute;m de uma ampla avalia&ccedil;&atilde;o e monitoramento de &aacute;reas suscet&iacute;veis a riscos geol&oacute;gicos, especialistas defendem uma atualiza&ccedil;&atilde;o da legisla&ccedil;&atilde;o na pol&iacute;tica nacional de preven&ccedil;&atilde;o de desastre e de defesa civil.

Atualmente, a principal norma sobre o assunto &eacute; a Lei 12.608/2012. Ela foi aprovada um ano depois das enchentes e deslizamentos de terra ocorridos na Regi&atilde;o Serrana do Rio de Janeiro, resultando em mais de 900 mortes, e teve como foco principal a ado&ccedil;&atilde;o de medidas para &aacute;reas de risco em &aacute;reas urbanas.

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