Dezenas de &aacute;rbitros e assistentes,&nbsp;que atuam em Campeonatos Amadores da Bahia, est&atilde;o sem receber pagamento pelos jogos. Os atrasos duram desde 2019 e chegam a R$ 10 mil.

Profissionais com os quais o Aratu On conversou - e pediram an&ocirc;nimato - disseram que v&ecirc;m cobrando h&aacute; meses uma solu&ccedil;&atilde;o junto ao Sindicato Baiano dos &Aacute;rbitros de Futebol (SINBAF), dos quais s&atilde;o filiados, mas n&atilde;o t&ecirc;m tido sucesso. As d&iacute;vidas entre eles&nbsp;variam entre R$ 100 e R$ 500.&nbsp;

Entrevistado pelo Aratu On, o presidente interino do SINBAF, Raimundo Carneiro, confirmou o d&eacute;bito e disse que o atraso se deve aos problemas financeiros decorrentes do preju&iacute;zo causado pela pandemia e, consequentemente, &quot;zero arrecada&ccedil;&atilde;o&quot; no caixa da entidade.&nbsp;

&ldquo;Em momento algum o SINBAF&nbsp;se nega ou n&atilde;o admite tal situa&ccedil;&atilde;o. Devemos sim. Algo em torno de R$ 9 e R$ 10 mil para um total de 23 &aacute;rbitros (e/ou assistentes). Eu como presidente interino assumo esse d&eacute;bito, tivemos &nbsp;v&aacute;rios custos. <a href="https://aratuon.com.br/noticia/coronavirus/rui-costa-prorroga-decretos-de-restricao-social-na-bahia-e-anuncia-testagem-de-estudantes" target="_blank">Infelizmente, veio a pandemia, medidas restritivas, jogos cancelados.</a>&nbsp;Tudo isso levou alguns &aacute;rbitros n&atilde;o pagarem suas obriga&ccedil;&otilde;es e isso causou atrasos nas despesas b&aacute;sicas do sindicato como &aacute;gua, energia el&eacute;trica e tributos governamentais. Al&eacute;m dos s&aacute;larios, temos um d&eacute;bito de R$ 10 mil de IPTU e condom&iacute;nio [da sede do sindicato, localizado na Avenida Sete de Setemnbro, em Salvador]&quot;, explicou, por telefone, Raimundo Carneiro.&nbsp;

Ele assumiu o SINBAF ap&oacute;s o ent&atilde;o presidente Manoel Nunes Lopo Garrido se afastar do cargo por motivos de sa&uacute;de em agosto de 2020. O Aratu On entrou em contato com o ex-&aacute;rbitro, que fez quest&atilde;o de se posicionar quanto a um poss&iacute;vel desvio de verba do sindicato durante sua gest&atilde;o.&nbsp;

&quot;S&oacute; quero informar que temos d&iacute;vidas de menos de 10 mil que ser&aacute; sanada com associados e nunca negamos. E se dever nesse pa&iacute;s &eacute; not&iacute;cia relevante, voc&ecirc; ter&aacute; trabalho demais nesse per&iacute;odo. E a quest&atilde;o de desvios, tenho minha vida ilibada dentro e fora de campo. Se o denunciante quiser mostrar onde est&aacute; o erro ou desvio que o fa&ccedil;a. Mas que prove&quot;, ressaltou Manoel.

&quot;V&aacute;rios (&aacute;rbitros) que t&ecirc;m a receber, n&atilde;o pagaram nem as anuidades de 2019. Sabemos da situa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o s&oacute; do sindicato, mas como do associado, que uma boa parte das vezes vive do esporte amador. Tudo parado. Imagine?&nbsp;Conseguimos cestas b&aacute;sicas ano passado para uns 180 &aacute;rbitros no per&iacute;odo cr&iacute;tico da pandemia. Mas sabemos que n&atilde;o &eacute; suficiente. Raimundo (Carneiro) est&aacute; fazendo o que pode para quitar este d&eacute;bito&quot;, acrescentou.&nbsp;

AJUDA&nbsp;

De fato, ao Aratu On, o atual presidente do SINBAF revelou, por telefone, que tem conversando com a&nbsp;Associa&ccedil;&atilde;o Nacional dos &Aacute;rbitros de Futebol em busca de apoio para recuperar a entidade baiana. &quot;Conseguir um aporte financeiro, algo do tipo&quot;. Prazo? Carneiro, no entanto, n&atilde;o soube precisar. &quot;Estamos correndo atr&aacute;s&quot;.&nbsp;

Ao todo, o sindicato re&uacute;ne pouco mais de 150 &aacute;rbitros ativos. Eles atuam em Campeonatos Amadores da Bahia. O pagamento &eacute; realizado por jogo, j&aacute; a contribui&ccedil;&atilde;o ao sindicato &eacute; um valor de R$ 130 por ano.&nbsp;

DESCUMPRIMENTO DE LEI&nbsp;

No &acirc;mbito do futebol profissional, deixar de pagar pela arbitragem &eacute; um flagrante descumprimento do Estatuto do Torcedor, que determina no cap&iacute;tulo VIII que todos os envolvidos na arbitragem devem ser remunerados antes dos jogos.

Em campeonatos da CBF, por exemplo, os pagamentos acontecem logo ap&oacute;s as partidas, ainda no est&aacute;dio. O problema, al&eacute;m de afetar diretamente os profissionais que atuam nas partidas, pode acarretar em questionamentos judiciais e ainda na paralisa&ccedil;&atilde;o das competi&ccedil;&otilde;es em realiza&ccedil;&atilde;o no estado.&nbsp;

Veja o que determina o Estatuto do Torcedor quanto &agrave; remunera&ccedil;&atilde;o dos profissionais da arbitragem:&nbsp;

Art. 30. &Eacute; direito do torcedor que a arbitragem das competi&ccedil;&otilde;es desportivas seja independente, imparcial, previamente remunerada e isenta de press&otilde;es. Par&aacute;grafo &uacute;nico. A remunera&ccedil;&atilde;o do &aacute;rbitro e de seus auxiliares ser&aacute; de responsabilidade da entidade de administra&ccedil;&atilde;o do desporto ou da liga organizadora do evento esportivo.

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