Uma mulher de 52 anos foi detida por transportar uma arara-maracan&atilde;, mais conehcida como &quot;ararinha&quot;, dentro de uma bolsa de viagem, na BR-116, trecho de Vit&oacute;ria da Conquista, no sudoeste baiano. Ela&nbsp;estava em um &ocirc;nibus de viagem com&nbsp;destino &agrave; Tapiramut&aacute;,&nbsp;na sexta (16/9), quando foi abordada durante a&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;cia Rodovi&aacute;ria Federal (PRF).

Segundo informa&ccedil;&otilde;es do &oacute;rg&atilde;o, a arara-maracan&atilde;&nbsp;estava em um ambiente escuro e sem ventila&ccedil;&atilde;o adequada, e foi apreendida pela PRF. Ela ser&aacute; levada para cuidados de &oacute;rg&atilde;os ambientais.

A mulher informou aos policiais&nbsp;que cria a ararinha h&aacute; mais de 10 anos. Ela foi autuada e vai responder por crime contra o meio ambiente, mas foi liberada depois de ouvida.

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Oito ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) ser&atilde;o soltas neste s&aacute;bado (11/6), em uma &aacute;rea de preserva&ccedil;&atilde;o ambiental em Cura&ccedil;&aacute;, no interior da Bahia. A esp&eacute;cie &eacute; considerada extinta na natureza desde o ano 2000, quando desapareceu o &uacute;ltimo animal selvagem, que era acompanhado por pesquisadores.,

As aves que ser&atilde;o soltas - cinco f&ecirc;meas e tr&ecirc;s machos - fazem parte de um grupo de 52 trazidas de um criadouro da Alemanha para o Brasil, em 2020, com o objetivo de reintroduzir a esp&eacute;cie na natureza.

O coordenador do Plano de A&ccedil;&atilde;o Nacional para a Conserva&ccedil;&atilde;o da Ararinha-Azul, Antonio Eduardo Barbosa, explica que esse primeiro grupo de oito aves foi escolhido entre os mais aptos a sobreviver na natureza.

&ldquo;S&atilde;o animais sadios, que t&ecirc;m musculatura de voo, que interagem e que n&atilde;o apresentam comportamento agon&iacute;stico, isto &eacute;, que n&atilde;o brigam com outro. S&atilde;o os animais mais aptos para a soltura&rdquo;.

As ararinhas-azuis ser&atilde;o soltas com oito araras-maracan&atilde; (Primolius maracana), esp&eacute;cie com quem dividia o habitat natural e que tem h&aacute;bitos semelhantes aos seus.

Nos &uacute;ltimos dois anos, as ararinhas passaram por processo de adapta&ccedil;&atilde;o em um viveiro instalado na cidade de Cura&ccedil;&aacute;, que envolveu a redu&ccedil;&atilde;o do contato com humanos, o conv&iacute;vio com araras-maracan&atilde;, o treinamento do voo, o reconhecimento de predadores e a oferta de alimentos que ser&atilde;o encontrados na natureza.

Para esse projeto de reintrodu&ccedil;&atilde;o, foram criadas, em 2018, duas &aacute;reas de preserva&ccedil;&atilde;o nos munic&iacute;pios de Cura&ccedil;&aacute; e Juazeiro: a &Aacute;rea de Prote&ccedil;&atilde;o Ambiental (APA) da Ararinha-Azul e o Ref&uacute;gio da Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul, que, juntas, somam 120 mil hectares.

&ldquo;Ser&aacute; uma soltura branda, como chamamos. A gente abre o recinto, mas quer que as aves permane&ccedil;am ali. Ser&aacute; ofertada alimenta&ccedil;&atilde;o suplementar durante um ano, para que elas ainda visitem o recinto. Nessa fase experimental, queremos conhecer a din&acirc;mica que as aves v&atilde;o apresentar&rdquo;, explica Barbosa.

Essa primeira soltura servir&aacute; para que os pesquisadores observem o comportamento da ararinha na natureza, ou seja, os locais que visitam, o que comem etc. Os animais est&atilde;o marcados com anilhas e transmissores, que permitir&atilde;o seu rastreamento por alguns meses.

A proposta &eacute; soltar mais 12 ararinhas em dezembro deste ano, totalizando 20 aves em liberdade na caatinga. Por enquanto, n&atilde;o h&aacute; previs&atilde;o do n&uacute;mero de animais que ser&atilde;o soltos a partir de 2023, mas pelo menos parte deles continuar&aacute; no viveiro de Cura&ccedil;&aacute; como uma reserva para garantir a sobreviv&ecirc;ncia da esp&eacute;cie, a soltura de novos indiv&iacute;duos e a reposi&ccedil;&atilde;o das esperadas perdas no ambiente.

EXTIN&Ccedil;&Atilde;O

A ararinha-azul foi descoberta em 1819 e sofreu gradual processo de extin&ccedil;&atilde;o na natureza, devido a fatores como a destrui&ccedil;&atilde;o do ambiente e a captura para o com&eacute;rcio ilegal de animais silvestres.

Em 1986, a &uacute;ltima popula&ccedil;&atilde;o selvagem conhecida tinha apenas tr&ecirc;s indiv&iacute;duos. O &uacute;ltimo indiv&iacute;duo conhecido, um macho, desapareceu em 2000, decretando-se assim a extin&ccedil;&atilde;o da esp&eacute;cie na natureza.

A ararinha s&oacute; n&atilde;o desapareceu por completo porque havia cerca de 50 indiv&iacute;duos vivendo em criadouros espalhados pelo Brasil e o mundo.

Ainda na d&eacute;cada de 90, o governo brasileiro come&ccedil;ou um projeto de manejo para reprodu&ccedil;&atilde;o desses animais e a negocia&ccedil;&atilde;o do retorno, para o pa&iacute;s, de parte das aves que estavam no exterior.

O Instituto Chico Mendes de Conserva&ccedil;&atilde;o da Biodiversidade (ICMBio) criou, em 2012, um Plano de A&ccedil;&atilde;o Nacional (PAN) para aumentar a popula&ccedil;&atilde;o cativa, proteger o habitat e promover a reintrodu&ccedil;&atilde;o da ararinha-azul.

Em 2016, o criadouro alem&atilde;o Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP) e o ICMBio lan&ccedil;aram o Projeto de Reintrodu&ccedil;&atilde;o da Ararinha-azul, que permitiria a repatria&ccedil;&atilde;o dos 52 animais quatro anos depois. Hoje, a popula&ccedil;&atilde;o mundial de ararinhas &eacute; de quase 200 indiv&iacute;duos, dos quais tr&ecirc;s nasceram no viveiro de Cura&ccedil;&aacute;.

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