O Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) apresentou recurso contra a senten&ccedil;a que absolveu um piloto flagrado com 435 quilos de coca&iacute;na no aeroporto de Pen&aacute;polis (SP) em dezembro do ano passado. A decis&atilde;o determinou tamb&eacute;m a anula&ccedil;&atilde;o das provas e a liberta&ccedil;&atilde;o do r&eacute;u, que cumpria pris&atilde;o preventiva. Na decis&atilde;o, publicada na quarta-feira (4), a 2&ordf; Vara Federal de Ara&ccedil;atuba considerou que n&atilde;o havia &ldquo;fundada suspeita&rdquo; para a abordagem da aeronave onde os entorpecentes foram encontrados, o que prejudicaria a legitimidade do flagrante efetuado e a defesa do acusado.
O MPF rebate o argumento da Justi&ccedil;a Federal. Na manifesta&ccedil;&atilde;o contra a senten&ccedil;a, o procurador da Rep&uacute;blica Thales Fernando Lima elenca uma s&eacute;rie de elementos que demonstram as suspeitas existentes para a a&ccedil;&atilde;o policial realizada. As circunst&acirc;ncias comprovam que os agentes n&atilde;o fizeram a abordagem da aeronave de maneira aleat&oacute;ria, mas munidos de informa&ccedil;&otilde;es que apontavam para a ocorr&ecirc;ncia do crime de tr&aacute;fico de drogas, como ficou demonstrado ap&oacute;s a intercepta&ccedil;&atilde;o do ve&iacute;culo na pista do aeroporto.
O trabalho de intelig&ecirc;ncia teve in&iacute;cio com o recebimento de informa&ccedil;&otilde;es fornecidas por um colaborador mantido em anonimato, sinalizando que o r&eacute;u faria o transporte a&eacute;reo de uma grande quantidade de coca&iacute;na a Pen&aacute;polis. Atentos &agrave;s movimenta&ccedil;&otilde;es do piloto, as autoridades identificaram que ele cadastrou diversos planos de voo na manh&atilde; do dia 16 de dezembro, um forte ind&iacute;cio de que tentava despistar a fiscaliza&ccedil;&atilde;o sobre o verdadeiro destino. Foi ent&atilde;o que as for&ccedil;as policiais decidiram concentrar a atua&ccedil;&atilde;o na regi&atilde;o do munic&iacute;pio paulista para localizar e vistoriar a aeronave.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/5460d81e-878e-4bff-b00e-4505100b4e50.jpg?width=400&amp;height=266" alt="Justi&ccedil;a Absolve Piloto Que Transportava 435 Kg De Coca&iacute;na Em Avi&atilde;o">
Fatos registrados momentos antes da abordagem refor&ccedil;aram as suspeitas sobre as atividades do r&eacute;u. Ao chegarem ao aeroporto, os policiais notaram a fuga de um homem que deixava para tr&aacute;s o carro onde aguardava o pouso. O piloto j&aacute; havia aterrissado e, percebendo a aproxima&ccedil;&atilde;o dos agentes, tentou manobrar a aeronave para tamb&eacute;m escapar, mas sem sucesso. Ap&oacute;s a identifica&ccedil;&atilde;o da carga, ele admitiu que trazia a droga de Porto Murtinho (MS) e receberia R$ 100 mil pelo transporte.
<h3>435 kg de coca&iacute;na em avi&atilde;o</h3>
Apesar de todos os esclarecimentos sobre o contexto da opera&ccedil;&atilde;o, a 2&ordf; Vara Federal de Ara&ccedil;atuba argumentou que a &ldquo;fundada suspeita&rdquo;, exigida para esse tipo de abordagem, s&oacute; estaria configurada mediante a exist&ecirc;ncia de um procedimento formal de investiga&ccedil;&atilde;o, que n&atilde;o foi instaurado. Segundo o MPF, a justificativa usada para a absolvi&ccedil;&atilde;o do r&eacute;u peca pelo excesso de formalismo e est&aacute; desconectada da l&oacute;gica que rege o efetivo combate ao crime organizado.
&ldquo;Tais informa&ccedil;&otilde;es, embora absolutamente v&aacute;lidas e consistentes, n&atilde;o foram formalizadas previamente em um procedimento formal (como inqu&eacute;rito, termo circunstanciado ou not&iacute;cia-crime em verifica&ccedil;&atilde;o), n&atilde;o por omiss&atilde;o da autoridade policial, mas por uma raz&atilde;o inerente &agrave; pr&oacute;pria natureza dos fatos: a din&acirc;mica urgente e c&eacute;lere que caracteriza as opera&ccedil;&otilde;es de intelig&ecirc;ncia, especialmente no enfrentamento ao tr&aacute;fico internacional de drogas&rdquo;, escreveu Lima.
O procurador ressalta ainda que a introdu&ccedil;&atilde;o de quase meia tonelada de coca&iacute;na no mercado il&iacute;cito traria graves danos &agrave; sociedade. &ldquo;&Eacute; fundamental refletir seriamente: quantas vidas poderiam ser ceifadas pela dissemina&ccedil;&atilde;o desse entorpecente? Quantas fam&iacute;lias seriam desestruturadas pela depend&ecirc;ncia qu&iacute;mica? Quantos crimes secund&aacute;rios &mdash; furtos, roubos, homic&iacute;dios, viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica e a desagrega&ccedil;&atilde;o social &mdash; seriam alimentados como consequ&ecirc;ncias diretas desse carregamento de drogas?&rdquo;, ponderou. &ldquo;&Eacute; curioso, para n&atilde;o dizer tr&aacute;gico, observar que, enquanto o crime organizado se reinventa todos os dias, utilizando tecnologia de ponta, drones, criptomoedas, redes encriptadas e opera&ccedil;&otilde;es transnacionais, o Estado ainda esteja aprisionado em uma l&oacute;gica cartor&aacute;ria do s&eacute;culo XIX, segundo a qual o que n&atilde;o estiver protocolado, timbrado e carimbado simplesmente n&atilde;o existe&rdquo;, concluiu Lima.
O recurso do MPF contra a senten&ccedil;a ser&aacute; analisado pelo Tribunal Regional Federal da 3&ordf; Regi&atilde;o.&nbsp;

Uma quadrilha fortemente armada atacou tr&ecirc;s ag&ecirc;ncias banc&aacute;rias em Ara&ccedil;atuba, interior de S&atilde;o Paulo, no in&iacute;cio da madrugada desta segunda-feira (30/8).

Pelo menos tr&ecirc;s pessoas morreram, segundo a Pol&iacute;cia Civil, sendo dois moradores e um criminoso. Ainda n&atilde;o foi informada quais foram as circunst&acirc;ncias das mortes. Dois suspeitos foram presos.

A cidade de Ara&ccedil;atuba&nbsp;tem cerca de 200 mil habitantes. Ap&oacute;s o ataque &agrave;s ag&ecirc;ncias, os criminosos abordaram pedestres e motoristas e os fizeram ref&eacute;ns na cidade. Eles tamb&eacute;m cercaram bases da Pol&iacute;cia Militar e viaturas.

Em v&iacute;deos que circularam nas redes sociais, algumas v&iacute;timas aparecem em uma esp&eacute;cie de &quot;escudo humano&quot; dos criminosos e sobre carros. Outras imagens mostram eles atirando pela cidade.&nbsp;

<blockquote class="twitter-tweet">
Na fuga, os ref&eacute;ns foram amarrados nos ve&iacute;culos. Tentativa de impedir qualquer contra-ataque da pol&iacute;cia ao grupo. Deus guarde essas pessoas e todos de Ara&ccedil;atuba. Todas as ag&ecirc;ncias banc&aacute;rias do centro foram invadidas - informa&ccedil;&otilde;es preliminares. <a href="https://t.co/lu0hBlcTCu">pic.twitter.com/lu0hBlcTCu</a>
&mdash; Yuri Macri (@yurimacri) <a href="https://twitter.com/yurimacri/status/1432210171711922182?ref_src=twsrc%5Etfw">August 30, 2021</a></blockquote>
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DRONES

Para monitorar os policiais, os criminosos contaram com o aux&iacute;lio de drone. Eles tamb&eacute;m fecharam algumas entradas da cidade para evitar que equipes cheguem ao local, segundo a pol&iacute;cia. Ap&oacute;s o crime, moradores tamb&eacute;m relataram que encontraram explosivos e muni&ccedil;&otilde;es nas ruas da cidade. Lojas tamb&eacute;m ficaram danificadas.

A Pol&iacute;cia Militar isolou algumas ruas da cidade e orienta que os moradores de Ara&ccedil;atuba n&atilde;o saiam de casa at&eacute; que a situa&ccedil;&atilde;o esteja controlada, pois h&aacute; explosivos espalhados pela cidade e que podem ser acionados.&nbsp;

REPERCUSS&Atilde;O

Ainda durante a madrugada, o ataque ganhou repercuss&atilde;o nas redes sociais. No Twitter, internautas compartilharam imagens e relatos do crime. &quot;Afli&ccedil;&atilde;o total, meu Deus, oremos por todas essas pessoas que est&atilde;o sendo feitas de ref&eacute;ns nesse mega assalto aqui em Ara&ccedil;atuba&quot;, escreveu um internauta.

&quot;Est&aacute; acontecendo um assalto enorme. Ref&eacute;ns est&atilde;o sendo usados como escudo humano. Que loucura, parece um filme. Que Deus proteja a todos&quot;, disse outro.

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