Durante as celebra&ccedil;&otilde;es do 2 de Julho, nesta quarta-feira (2), a professora Analia Santana, 53, da&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/educacao/professores-municipais-realizam-paralisacao-de-72h-em-salvador">rede municipal de ensino de Salvador</a>, foi agredida por um apoiador do prefeito Bruno Reis (Uni&atilde;o Brasil), em frente &agrave; Igreja do Ros&aacute;rio dos Pretos, no Pelourinho. Imagens da agress&atilde;o foram registradas por quem passava pelo local.&nbsp;
Com mais de 25 anos de atua&ccedil;&atilde;o como educadora e integrante da irmandade religiosa da igreja, Analia participava de uma <a href="https://aratuon.com.br/politica/professores-municipais-cobram-reajuste-salarial-durante-2-de-julho">manifesta&ccedil;&atilde;o em defesa da valoriza&ccedil;&atilde;o dos profissionais da educa&ccedil;&atilde;o,</a> categoria que est&aacute; em greve h&aacute; quase dois meses.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/6ea86102-3dba-4b0d-88c8-39b7f3104425.png?width=1280&amp;height=768" alt="Professora &eacute; agredida por apoiador de Bruno Reis em ato no 2 de Julho.Foto: Arquivo Pessoal">
Segundo a pr&oacute;pria professora, o ato acontecia durante a passagem do cortejo do Caboclo pelo Largo do Pelourinho, quando membros da irmandade, muitos deles tamb&eacute;m professores da rede municipal, se posicionaram em frente &agrave; igreja com placas reivindicando o cumprimento do piso salarial da categoria. As mensagens, dirigidas ao prefeito e sua comitiva, buscavam dar visibilidade &agrave; luta da educa&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica de Salvador.
Com a chegada de Bruno Reis e da vice-prefeita Ana Paula Matos, ambos acompanhados por apoiadores vestidos de azul e seguran&ccedil;as, o clima se tornou hostil. Analia relata que foi empurrada escada abaixo por um dos homens do grupo, enquanto os manifestantes eram reprimidos de forma violenta. &ldquo;N&atilde;o eram seguran&ccedil;as, eram algozes. Eles rasgaram nossos cartazes&rdquo;, afirmou.
<h3>Assista:&nbsp;</h3>
<video controls="controls" width="300" height="150"><source src="https://adm.aratuon.com.br/assets/28075634-331b-4c93-b2cc-9652b8f7e717" type="video/mp4"></video>
A professora n&atilde;o sofreu ferimentos graves, mas destacou o simbolismo da agress&atilde;o: &ldquo;Eles tentaram derrubar um corpo, mas n&atilde;o tem como derrubar uma luta. A luta dos professores da rede municipal &eacute; leg&iacute;tima. A viol&ecirc;ncia que sofri foi a mesma que todos os professores v&ecirc;m sofrendo&rdquo;.
O estudante Tobias Muniz, 23, que tamb&eacute;m participava do ato, testemunhou a agress&atilde;o e confirmou o cen&aacute;rio de intimida&ccedil;&atilde;o. &ldquo;Eles come&ccedil;aram a tensionar o espa&ccedil;o dentro da pr&oacute;pria igreja, onde a irmandade estava legitimamente. Tentaram reprimir o direito de manifesta&ccedil;&atilde;o, chamando as pessoas de malucas. Eu mesmo fui empurrado por seguran&ccedil;as&rdquo;, relatou.
Analia lamentou o ocorrido, especialmente por ter sido alvo de viol&ecirc;ncia em um espa&ccedil;o onde, segundo ela, sempre exerceu sua f&eacute; e milit&acirc;ncia por justi&ccedil;a social. &ldquo;A gente quer educa&ccedil;&atilde;o de qualidade. N&atilde;o est&aacute;vamos fazendo nada al&eacute;m de lutar pelos nossos direitos&rdquo;, declarou &agrave; reportagem.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/249c21a5-d0fd-4d00-b19b-41ffa8f5c8db.png?width=1280&amp;height=768" alt="Suspeito de agress&atilde;o. Foto: Arquivo Pessoal">
O caso causou revolta entre os presentes e gerou forte repercuss&atilde;o nas redes sociais. At&eacute; o momento, nem o prefeito Bruno Reis, e nem sua assessoria se pronunciaram sobre o epis&oacute;dio.
<h3>Lula alfineta Bruno Reis e cobra o pagamento do piso dos professores</h3>
Durante a passagem pela Bahia para celebrar a Independ&ecirc;ncia da Bahia, nesta quarta-feira (2), <a href="https://aratuon.com.br/politica/lula-alfineta-bruno-reis-e-cobra-o-pagamento-do-piso-salarial-dos-professores">o presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva (PT),</a> que participou da festa ao lado da primeira-dama, Janja Lula Silva, e do governador da Bahia, Jer&ocirc;nimo Rodrigues (PT), demonstrou apoio aos&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/politica/professores-municipais-cobram-reajuste-salarial-durante-2-de-julho" target="_blank" rel="noopener">professores municipais da capital baiana</a>, que est&atilde;o em&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/educacao/professores-municipais-realizam-paralisacao-de-72h-em-salvador" target="_blank" rel="noopener">greve desde 6 de maio</a>.
Na caravana, Lula levantou uma placa que dizia: "Prefeito, nos devolva o Plano [de carreira] e pague o piso". Na manh&atilde; de hoje, os docentes protestaram frente &agrave; Igreja do Ros&aacute;rio dos Pretos, no Centro Hist&oacute;rico, reivindicando o<a href="https://aratuon.com.br/educacao/professores-municipais-realizam-paralisacao-de-72h-em-salvador">&nbsp;pagamento integral do piso nacional do magist&eacute;rio</a>. Veja o v&iacute;deo:
<video controls="controls" width="300" height="150"><source src="https://adm.aratuon.com.br/assets/45c21e83-baa9-4ede-a18b-55ccad741c89" type="video/mp4"></video>

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a utilizar a express&atilde;o &quot;arrobas&quot; para se referir a uma pessoa negra, nesta quinta-feira (12/5). Durante conversa com simpatizantes no cercadinho do Pal&aacute;cio da Alvorada, ele perguntou, aos risos, quanto um apoiador negro pesava. &quot;Conseguiram te levantar, p&ocirc;? Tu pesa o qu&ecirc;, mais de sete arrobas, n&atilde;o &eacute;?&rdquo;.

Em seguida, Bolsonaro lembrou&nbsp;que j&aacute; foi processado pelo crime de racismo anteriormente por ter usado a mesma express&atilde;o.&nbsp;&quot;Sabia que j&aacute; fui processado por isso? Chamei um cara de oito arrobas e&hellip;&quot;, disse&nbsp;antes de ser interrompido para tirar foto.

Em 2017, quando ainda era deputado, ele afirmou que esteve em uma comunidade quilombola e &ldquo;o afrodescendente mais leve l&aacute; pesava sete arrobas&rdquo;. O presidente ainda falou, na&nbsp;ocasi&atilde;o: &quot;N&atilde;o fazem nada, eu acho que nem pra procriador servem mais&rdquo;.

O caso foi denunciado pela Procuradoria-Geral da Rep&uacute;blica (PGR), mas rejeitado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018, por 3 votos a 2, sob argumento de que ele teria imunidade parlamentar.

Bolsonaro tamb&eacute;m chegou a ser condenado pela 26&ordf; Vara Federal do Rio a pagar uma multa de R$ 50 mil reais nesse caso, mas o Tribunal Regional Federal da 2&ordf; Regi&atilde;o (TRF-2) reverteram a decis&atilde;o em setembro de 2018. Depois de ter um primeiro recurso negado, o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) desistiu de recorrer. Em maio de 2019, o&nbsp;TRF-2 certificou o tr&acirc;nsito em julgado e o presidente ficou definitivamente livre do caso.

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Professora é agredida por apoiador de Bruno Reis em ato no 2 de Julho

Bolsonaro volta a utilizar expressão "arrobas" para se referir a peso de pessoa negra; ele já foi processado por racismo