<article>
<p style="text-align: justify;">A m&uacute;sica "Mundo Negro", composi&ccedil;&atilde;o de Paulinho Camafeu imortalizada pelo <a href="https://aratuon.com.br/cultura/se-nao-fosse-mae-hilda-nao-celebrariamos-50-anos-do-ile-diz-vovo-fundador-do-bloco-afro" target="_blank" rel="noopener">bloco afro baiano Il&ecirc; Aiy&ecirc;</a>, embalou um protesto contra o racismo em frente ao Shopping P&aacute;tio Higien&oacute;polis, em S&atilde;o Paulo, nesta quarta-feira (23). A manifesta&ccedil;&atilde;o ocorreu em resposta a um <a href="https://aratuon.com.br/interior/baiana-de-receptivo-e-vitima-de-racismo-por-turista-em-praia-do-forte" target="_blank" rel="noopener">caso de racismo</a> denunciado por dois estudantes negros, ambos com 12 anos, do Col&eacute;gio Equipe, na capital paulista, e reuniu colegas, pais e professores.</p>
<p style="text-align: justify;">Veja abaixo:</p>
<blockquote class="instagram-media" style="background: #FFF; border: 0; border-radius: 3px; box-shadow: 0 0 1px 0 rgba(0,0,0,0.5),0 1px 10px 0 rgba(0,0,0,0.15); margin: 1px; max-width: 540px; min-width: 326px; padding: 0; width: calc(100% - 2px);" data-instgrm-captioned="" data-instgrm-permalink="https://www.instagram.com/reel/DIzRdsbPgbf/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" data-instgrm-version="14">
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<p style="color: #c9c8cd; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17px; margin-bottom: 0; margin-top: 8px; overflow: hidden; padding: 8px 0 7px; text-align: center; text-overflow: ellipsis; white-space: nowrap;"><a style="color: #c9c8cd; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 17px; text-decoration: none;" href="https://www.instagram.com/reel/DIzRdsbPgbf/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" target="_blank" rel="noopener">Uma publica&ccedil;&atilde;o compartilhada por 𝐌ᴜɴᴅᴏ 𝐍ᴇɢʀᴏ (@sitemundonegro)</a></p>
</div>
</blockquote>
<p style="text-align: justify;">Os estudantes relataram ter sido v&iacute;timas de abordagem discriminat&oacute;ria por parte da equipe de seguran&ccedil;a do shopping, no &uacute;ltimo dia 16 de abril. Segundo o relato, as crian&ccedil;as foram impedidas de circular sozinhas no local, mesmo estando acompanhadas de um professor. A escola registrou uma queixa formal junto ao shopping.</p>
<p style="text-align: justify;">Uma das situa&ccedil;&otilde;es denunciadas envolveu uma funcion&aacute;ria de seguran&ccedil;a abordando uma aluna branca que estava na fila de uma lanchonete com dois colegas negros, perguntando se os meninos a estavam "incomodando". Os tr&ecirc;s s&atilde;o estudantes da mesma turma no col&eacute;gio, que possui mensalidades em torno de R$ 4 mil.</p>
<p style="text-align: justify;">Durante a manifesta&ccedil;&atilde;o, alunos, pais e professores caminharam da escola at&eacute; o shopping, portando cartazes com mensagens contra o racismo. A marcha, autorizada e acompanhada pela Pol&iacute;cia Militar, seguiu at&eacute; o interior do centro comercial, onde um professor leu um manifesto. &ldquo;Eles est&atilde;o te incomodando? Est&atilde;o pedindo alguma coisa? Essa pergunta n&atilde;o &eacute; ing&ecirc;nua. &Eacute; racismo estrutural&rdquo;, disse o texto. &ldquo;Exigimos a&ccedil;&otilde;es contra o racismo estrutural.&rdquo;</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/3eb1f1e9-66cb-4fb1-98dc-57409f05ee4d.jpg?width=1920&amp;height=1080" alt="Protesto contra o racismo reuniu estudantes, pais e professores em shopping de S&atilde;o Paulo | @danillobs_ /Danillo Santana"></p>
<p style="text-align: justify;">Em entrevista ao SBT News, uma docente que preferiu n&atilde;o se identificar afirmou que o caso &ldquo;n&atilde;o &eacute; isolado&rdquo;. &ldquo;Cada ato racista deixa marcas profundas, feridas abertas&rdquo;, declarou.</p>
<p style="text-align: justify;">O protesto foi pac&iacute;fico e chegou a interromper parcialmente o funcionamento de algumas lojas, que fecharam as portas enquanto os manifestantes ocupavam o &aacute;trio central do shopping.</p>
<p style="text-align: justify;">Julia, aluna do 5&ordm; ano, levou um cartaz feito na escola. &ldquo;Fiz um cartaz na escola e colei l&aacute; no muro, porque racismo n&atilde;o pode mais. &Eacute; horr&iacute;vel isso, a gente tem que se manifestar&rdquo;, afirmou. J&aacute; Helena, de 10 anos, declarou: &ldquo;A gente est&aacute; aqui porque a seguran&ccedil;a do shopping foi racista. Achou que um menino negro estava pedindo dinheiro para uma menina branca. E isso n&atilde;o pode acontecer. Racismo &eacute; crime.&rdquo;</p>
<p style="text-align: justify;"><img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/1a63da00-e7c0-4421-991c-83869152b88e.jpg?width=1920&amp;height=1080" alt="Comunidade de escola privada exibiu cartazes contra racismo nas ruas de Higien&oacute;polis | Foto: Marcela Guimar&atilde;es/SBT"></p>
<p style="text-align: justify;">Em nota enviada &agrave; imprensa, o Shopping P&aacute;tio Higien&oacute;polis informou que a manifesta&ccedil;&atilde;o foi pac&iacute;fica e refor&ccedil;ou &ldquo;compromisso com o respeito ao direito &agrave; livre express&atilde;o, dentro dos limites do regulamento do empreendimento&rdquo;.</p>
<p style="text-align: justify;">Ap&oacute;s o ocorrido, a fam&iacute;lia de uma das v&iacute;timas registrou boletim de ocorr&ecirc;ncia. Segundo relatos de alunos, professores e a pr&oacute;pria escola, os tr&ecirc;s estudantes haviam participado, horas antes da abordagem, de uma aula sobre letramento racial. A escola e a Ocupa&ccedil;&atilde;o Mau&aacute;, onde vive um dos estudantes, est&atilde;o organizando a&ccedil;&otilde;es em resposta ao caso.</p>
<p style="text-align: justify;">Em nota complementar, o shopping lamentou o epis&oacute;dio e afirmou estar em contato com a fam&iacute;lia da aluna envolvida. &ldquo;O comportamento adotado n&atilde;o reflete os valores do shopping e o tema est&aacute; sendo tratado com m&aacute;xima seriedade. O empreendimento possui frequente grade de treinamentos e letramento, que ser&aacute; ainda mais refor&ccedil;ada para reiterar nosso compromisso inegoci&aacute;vel com a constru&ccedil;&atilde;o de um espa&ccedil;o verdadeiramente seguro e acolhedor para todas as pessoas.&rdquo;</p>
<p style="text-align: justify;">+ <a href="https://aratuon.com.br/celebridades/apos-1-ano-suspeitos-de-racismo-contra-davi-brito-serao-ouvidos" target="_blank" rel="noopener">Ap&oacute;s 1 ano, suspeitos de racismo contra Davi Brito ser&atilde;o ouvidos</a></p>
<p style="text-align: justify;">+ <a href="https://aratuon.com.br/cidade/rede-de-hospitais-demite-funcionaria-que-cometeu-racismo-em-pet-shop-de-salvador" target="_blank" rel="noopener">Rede de hospitais demite mulher denunciada por racismo em pet shop de Salvador</a></p>
<p style="text-align: justify;"><em>Com informa&ccedil;&otilde;es do SBT News e do Site Mundo Negro</em></p>
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Comemorado nesta segunda-feira (3/7), o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial é um marco na história do Brasil. A data foi instituída em alusão à primeira lei de combate ao crime, do ano de 1951. O <strong>Aratu On</strong> mostra agora algumas leis antirracistas ao longo dos anos. <strong>Confira:</strong>

<strong>1- Lei Afonso Arinos de 1951</strong>

Primeira lei com a temática antirracista do Brasil, que surge 66 anos após a abolição da escravatura. Chamada de Lei 1.390 e homologada em 3 de julho de 1951, tornava a discriminação racial (por raça ou cor) uma contravenção penal e foi proposta pelo jurista e deputado federal Afonso Arinos. Prevendo um ano de prisão, a lei, segundo a Fundação Palmares, foi pensada após um caso de racismo com uma bailarina internacional, em um hotel de São Paulo. A afro-americana Katherine Dunham não pôde se hospedar no local por causa da cor de sua pele, no ano de 1950. Pouco veiculado no Brasil, o caso fez bastante barulho no exterior, rendendo críticas ao país verde e amarelo.

<strong>2- Combate ao racismo na Constituição de 1988</strong>

A segunda manifestação legal contra o racismo veio junto com a Constituição Federal homologada em 1988, promovendo não apenas a igualdade entre todos os indivíduos, independemente de credo ou cor, mas também o combate aos atos de discriminação.

Foi nesse momento em que a prática de racismo se tornou crime inafiançável e sem possibilidade de prescrição, em 1989, pela Lei 7.716/89, Lei do Crime Racial conhecida como Lei Caó, homenageando seu idealizador, o deputado Carlos Alberto Caó. Entre os crimes resultantes de preconceito definidos pela lei, estão: impedir ou obstar o acesso de pessoa devidamente habilitada a exercer cargos na Administração Pública direta ou indireta; negar ou obstar emprego em empresa privada; recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial; recusar ou impedir ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau. As penas variavam entre um e cinco anos de reclusão.

<strong>3- Lei 14.532 de 2023 - Injúria racial como crime de racismo</strong>

O último marco do combate antirracista foi a aprovação da Lei 14.532 de 2023, que tipifica a injúria racial como crime de racismo, além de aumentar a pena de um para três anos de reclusão. Aprovada em janeiro deste ano, ela altera outros elementos de leis anteriores, endurecendo as punições. Além disso, foram acrescidas novos contextos de penas, como racismo em atos eventos esportivos e religiosos, e também em meios digitais. A pena é entre um a cinco anos de reclusão.

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<p>O Bahia e outros seis clubes da S&eacute;rie A do Campeonato Brasileiro possuem cl&aacute;usulas em contratos para punir atitudes racistas de funcion&aacute;rios e jogadores. A informa&ccedil;&atilde;o &eacute; do site ge.globo.</p>

<p>Segundo a reportagem, al&eacute;m do Tricolor, adotaram as medidas antirracistas Bragantino, Cear&aacute;, Corinthians, Cuiab&aacute;, Internacional e Palmeiras.</p>

<p>De acordo com a mat&eacute;ria, a medida visa a conter atitudes racistas, mas tamb&eacute;m &eacute; uma forma de as equipes se protegerem juridicamente em situa&ccedil;&otilde;es de discrimina&ccedil;&atilde;o.</p>

<p>Equipes como Flamengo, Fluminense, Gr&ecirc;mio, Juventude e Santos afirmaram ter cl&aacute;usulas que preveem puni&ccedil;&atilde;o a atitudes que desrespeitem seus c&oacute;digos de conduta, mas sem especificar atos de discrimina&ccedil;&atilde;o. O Atl&eacute;tico-GO afirmou n&atilde;o ter cl&aacute;usulas nesse sentido. O Atl&eacute;tico-MG disse que n&atilde;o conseguiria participar da reportagem. Am&eacute;rica-MG, Athletico-PR, Chapecoense, Fortaleza, Sport e S&atilde;o Paulo n&atilde;o responderam &agrave;s quest&otilde;es enviadas.</p>

<p>No caso do Bahia, um dos pioneiros no quesito, a medida foi tomada ap&oacute;s a pol&ecirc;mica envolvendo o meia &Iacute;ndio Ram&iacute;rez e o volante Gerson, ex-flamengo, e atualmente no Olympique de Marseille. O ex-atleta flamenguista acusou o jogador tricolor de inj&uacute;ria racial, no Brasileir&atilde;o de 2020, o que n&atilde;o foi comprovado. Durante o processo de apura&ccedil;&atilde;o, o clube chegou a afastar Ram&iacute;rez, que, posteriormente, foi reintegrado.&nbsp;</p>

<p>Segundo o vice-presidente do Bahia, Vitor Ferraz, os contratos feitos pelo clube continham regras mais amplas, mas o caso entre Gerson e Ramirez criou um alerta.</p>

<p>&ldquo;Nos chamou a aten&ccedil;&atilde;o para implementarmos um cl&aacute;usula prevendo a possibilidade de puni&ccedil;&atilde;o mais rigorosa a qualquer funcion&aacute;rio incluindo os atletas, em caso de ado&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&otilde;es preconceituosas. Seja preconceito racial, por orienta&ccedil;&atilde;o sexual, ou religiosa. Isso totalmente de acordo com o que o Bahia acredita&rdquo;, explicou Ferraz.</p>

<p><strong><a href="https://www.aratuon.com.br/categorias/coronavirus/" target="_blank">Acompanhe&nbsp;todas as not&iacute;cias sobre o novo coronav&iacute;rus</a>.</strong></p>

<p>&zwnj;<em>Acompanhe nossas transmiss&otilde;es ao vivo e conte&uacute;dos exclusivos no&nbsp;</em><strong><i><a href="http://www.aratuon.com.br/aovivo" target="_blank">www.aratuon.com.br/aovivo</a></i></strong><em>. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.</em></p>


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