A decisão de ter filhos é um passo importante para muitos casais, que frequentemente se questionam sobre o impacto do uso de anticoncepcionais orais em sua capacidade de engravidar. Um estudo da Sociedade Espanhola de Contracepção indica que mais de 17% das mulheres na Espanha usam a pílula, enquanto no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, esse número chega a 40,6%.

Apesar das preocupações, o Dr. Javier Domingo, ginecologista e diretor do IVI Las Palmas e Tenerife, esclarece que os anticoncepcionais não são responsáveis pela diminuição da fertilidade. "É um mito acreditar que quem nunca usou métodos anticoncepcionais hormonais engravida mais facilmente. A realidade é que problemas subjacentes, e não o uso da pílula, podem causar dificuldades", afirma.

O médico destaca que o tempo de uso dos anticoncepcionais orais não impacta na capacidade de engravidar. "A idade da mulher no momento de tentar a gravidez é o fator mais relevante, assim como outras possíveis causas de infertilidade", explica.

Após a interrupção do uso, a menstruação geralmente retorna, embora a ovulação possa levar de 3 a 4 meses para se normalizar. "O uso prolongado de anticoncepcionais pode, em alguns casos, resultar em amenorreia ou fluxo menstrual reduzido durante o uso", acrescenta o especialista.

De maneira geral, a ovulação se recupera logo após a mulher deixar de lado o uso de anticoncepcionais. Uma coisa seria se ela tivesse um problema de anovulação subjacente, e isso poderia ser a causa da ausência da menstruação ou da esterilidade. Nesse caso, a ovulação precisaria ser induzida para conseguir a gravidez. "Mas em mulheres com ciclos regulares não precisam descansar um pouco do anticoncepcional. Na verdade, o risco de esquecer um simples comprimido, sem nenhum tipo de intervalo, pode levar até a uma gravidez indesejada", acrescenta a Diretora Médica do IVI Salvador, Dra. Genevieve Coelho.

Para casais que tentam engravidar, a recomendação é procurar um especialista em fertilidade após um ano de tentativas sem sucesso — ou seis meses para mulheres acima de 35 anos ou com histórico de infertilidade. "É essencial considerar tanto a saúde feminina quanto a masculina, pois a infertilidade pode afetar ambos os parceiros", aponta a Dra. Genevieve.

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