Cerca de 13% dos casos de c&acirc;ncer de mama em mulheres com mais de 30 anos poderiam ser prevenidos por meio de atividade f&iacute;sica, aleitamento materno, pela n&atilde;o exposi&ccedil;&atilde;o ao consumo de &aacute;lcool e pelo n&atilde;o excesso de peso, revelou pesquisa divulgada nesta sexta-feira (1&ordm;), na internet, pelo Instituto Nacional de C&acirc;ncer Jos&eacute; Alencar Gomes da Silva (Inca), durante cerim&ocirc;nia de lan&ccedil;amento da campanha Outubro Rosa, pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de.&nbsp;A campanha objetiva alertar as mulheres e a sociedade em geral sobre a import&acirc;ncia da preven&ccedil;&atilde;o e do diagn&oacute;stico precoce da doen&ccedil;a.

&ldquo;Os resultados mostraram que pelo menos R$ 102 milh&otilde;es gastos no Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS) poderiam ter sido evitados pela n&atilde;o exposi&ccedil;&atilde;o aos fatores de risco. Os resultados em conjunto destacam o impacto desses fatores, n&atilde;o s&oacute; sobre o n&uacute;mero de casos, mas sobre os gastos federais do SUS com o tratamento do c&acirc;ncer de mama, disse a nutricionista Maria Eduarda Melo, chefe da &Aacute;rea T&eacute;cnica de Alimenta&ccedil;&atilde;o, Nutri&ccedil;&atilde;o, Atividade F&iacute;sica e C&acirc;ncer do Inca.

No ano passado, mais de 2,3 milh&otilde;es de mulheres em todo o mundo tiveram c&acirc;ncer de mama, o tipo que mais acomete a popula&ccedil;&atilde;o feminina e mais mata. Ele representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas, segundo o Inca. No Brasil, em 2020, cerca de oito mil casos tiveram rela&ccedil;&atilde;o direta com os fatores comportamentais citados.

Em 2018, o estudo mostrou que o gasto com tratamento da doen&ccedil;a no SUS ultrapassou R$ 813 milh&otilde;es, dos quais os quatro principais fatores de risco representaram 12,6% de todo o custo, ou o equivalente a R$102,5 milh&otilde;es. A inatividade f&iacute;sica correspondeu &agrave; maior fra&ccedil;&atilde;o do valor total (4,6%), seguida pelo n&atilde;o aleitamento materno (4,4%), excesso de peso (2,5%) e consumo de bebida alco&oacute;lica (1,8%).

A preven&ccedil;&atilde;o do c&acirc;ncer de mama, de acordo com o instituto, passa pela alimenta&ccedil;&atilde;o, que deve ser &agrave; base de alimentos in natura. &ldquo;Estamos falando de frutas, legumes e verduras, arroz, feij&atilde;o, sementes. Isso deve compor a base da nossa alimenta&ccedil;&atilde;o e devemos evitar alimentos ultraprocessados, ou seja, aqueles alimentos prontos para aquecer e prontos para consumir, al&eacute;m de evitar o consumo de &aacute;lcool.

Seguindo as recomenda&ccedil;&otilde;es, fica mais f&aacute;cil manter um peso saud&aacute;vel&rdquo;. As mulheres devem tamb&eacute;m manter-se fisicamente ativas, como parte da rotina di&aacute;ria, considerando a atividade f&iacute;sica como lazer e qualidade de vida. A nutricionista ressaltou, no entanto, a import&acirc;ncia de a&ccedil;&otilde;es e pol&iacute;ticas que fortale&ccedil;am a ado&ccedil;&atilde;o e o acesso a pr&aacute;ticas mais saud&aacute;veis.

MORTALIDADE

Em 2019,o Brasil registrou 18.068 mortes por c&acirc;ncer de mama. O Inca estima que at&eacute; 2030 haver&aacute; estabilidade das taxas de mortalidade para mulheres na faixa et&aacute;ria entre 30 e 69 anos, mas a proje&ccedil;&atilde;o ainda est&aacute; bem distante da meta de 30% de redu&ccedil;&atilde;o estabelecida pela Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU). Os Objetivos do Desenvolvimento Sustent&aacute;vel preveem, at&eacute; 2030, reduzir em um ter&ccedil;o as mortes prematuras por doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas n&atilde;o transmiss&iacute;veis, entre elas, o c&acirc;ncer.

O mastologista Marcelo Bello, diretor do Hospital de C&acirc;ncer III, do Inca, especializado no tratamento do c&acirc;ncer de mama, assegurou que &ldquo;c&acirc;ncer de mama n&atilde;o &eacute; uma senten&ccedil;a de morte. N&atilde;o se deve ter medo de fazer um diagn&oacute;stico&rdquo;. Segundo o mastologista, c&acirc;ncer de mama &eacute; uma doen&ccedil;a que tem excelentes tratamentos, com excelentes resultados e chance de cura. Basta fazer o diagn&oacute;stico na hora certa. &quot;Se voc&ecirc; tem alguma coisa na sua mama, n&atilde;o tenha medo em procurar saber o que &eacute;.&rdquo;

Bello destacou que o Outubro Rosa &eacute; o m&ecirc;s dedicado ao c&acirc;ncer de mama. &ldquo;Mas a gente gosta de dizer que todos os meses deveriam ser cor de rosa, porque o c&acirc;ncer de mama n&atilde;o acontece s&oacute; em outubro. Ele acontece o tempo todo. A gente tem uma estimativa de 66 mil ou 67 mil novos casos no Brasil at&eacute; este ano&rdquo;. Destacou que essa &eacute; uma doen&ccedil;a que independente da pandemia do novo coronav&iacute;rus.

&ldquo;N&atilde;o vai deixar de existir. Ent&atilde;o, &eacute; muito importante saber que &eacute; o c&acirc;ncer mais comum na mulher, n&atilde;o s&oacute; no Brasil, mas no mundo inteiro mas, felizmente, ele tem um &oacute;timo tratamento.&rdquo;

SINTOMAS

Segundo o mastologista, &nbsp;as mulheres que percebem alguma altera&ccedil;&atilde;o na mama devem ser motivadas a procurar aux&iacute;lio m&eacute;dico e a fazer mamografia, ultrassom, bi&oacute;psia, tudo que for necess&aacute;rio para fazer um diagn&oacute;stico. &ldquo;Com o diagn&oacute;stico, iniciar o tratamento o mais r&aacute;pido poss&iacute;vel. Esse &eacute; um direito legal de todas as mulheres que t&ecirc;m c&acirc;ncer de mama: iniciar o tratamento o mais breve poss&iacute;vel e ter acesso ao diagn&oacute;stico. O Outubro Rosa serve para isso; para essa conscientiza&ccedil;&atilde;o.&rdquo;

O sintoma mais comum do c&acirc;ncer de mama &eacute; o caro&ccedil;o, o n&oacute;dulo na mama. Mas existem, outros sintomas e sinais aos quais se deve ficar atento. Um deles &eacute; o espessamento da pele da mama; outro &eacute; a sa&iacute;da espont&acirc;nea de secre&ccedil;&atilde;o por um dos mamilos, que pode ser um l&iacute;quido claro ou acompanhado de sangue. &ldquo;Isso deve ser investigado.&rdquo;

H&aacute; ainda retra&ccedil;&atilde;o da pele ou do mamilo, inguas nas axilas que n&atilde;o doem mas incomodam, abaulamento em alguma regi&atilde;o dos seios ou aumento de volume da mama. Marcelo Bello lembrou que a partir dos 50 anos, a incid&ecirc;ncia de c&acirc;ncer de mama aumenta bastante. &ldquo;Qualquer um desses sintomas, nessa faixa et&aacute;ria, tem que ser realmente investigado, com certa celeridade. Percebeu alguma coisa errada, tem que procurar um servi&ccedil;o de sa&uacute;de, para avaliar isso.&rdquo;

Mesmo em per&iacute;odo ainda de pandemia, as mulheres devem procurar um servi&ccedil;o m&eacute;dico para fazer uma mamografia diagn&oacute;stica. &ldquo;&Eacute; totalmente seguro, gra&ccedil;as ao conhecimento que a doen&ccedil;a j&aacute; proporcionou e &agrave; vacina contra a covid-19, que diminui muito a contamina&ccedil;&atilde;o. Hoje, n&atilde;o se deve mais evitar fazer esses exames, porque todos os estabelecimentos de sa&uacute;de j&aacute; sabem como lidar em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; seguran&ccedil;a quanto &agrave; covid-19&rdquo;.

SA&Uacute;DE DA MULHER

Tamb&eacute;m a Funda&ccedil;&atilde;o do C&acirc;ncer iniciou hoje (1&ordm;), junto com o Outubro Rosa, a campanha pela sa&uacute;de da mulher, devido &agrave; pandemia da covid-19. Al&eacute;m da mamografia, a funda&ccedil;&atilde;o recomenda exames preventivos do colo de &uacute;tero ou de colonoscopia para diagn&oacute;stico de c&acirc;ncer colorretal, como exemplos fundamentais para o controle da sa&uacute;de da mulher.

&quot;&Eacute; crucial lembrar a necessidade da realiza&ccedil;&atilde;o anual de mamografias para mulheres com idades entre 50 e 69 anos, como recomendado pelas diretrizes do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de. Tamb&eacute;m &eacute; importante a realiza&ccedil;&atilde;o do exame preventivo de colo de &uacute;tero e de diversos outros exames oncol&oacute;gicos, al&eacute;m das consultas preventivas e regulares que foram adiados nesta pandemia&quot;. O alerta foi dado pelo diretor-executivo da Funda&ccedil;&atilde;o do C&acirc;ncer, cirurgi&atilde;o oncol&oacute;gico Luiz Augusto Maltoni.

De acordo com o Mapa Assistencial da Sa&uacute;de Suplementar 2020, divulgado pela Ag&ecirc;ncia Nacional de Sa&uacute;de Suplementar (ANS) em julho deste ano, ocorreu queda de 17,2% no uso dos planos de sa&uacute;de. Isso significa 1,3 bilh&atilde;o a menos de consultas, exames e cirurgias realizados em rela&ccedil;&atilde;o ao ano anterior. Maltoni avaliou que isso interfere diretamente no diagn&oacute;stico de diversas enfermidades, inclusive o c&acirc;ncer, o que pode representar um avan&ccedil;o da doen&ccedil;a e implicar em maiores gastos com tratamento e redu&ccedil;&atilde;o da chance de cura.

&ldquo;Agora, com o avan&ccedil;o da campanha de vacina&ccedil;&atilde;o contra a covid-19 e a manuten&ccedil;&atilde;o das medidas de seguran&ccedil;a, como uso de m&aacute;scaras e &aacute;lcool 70, &eacute; preciso que as mulheres voltem a buscar atendimento m&eacute;dico, prevenir ou retomar seus tratamentos&quot;, disse.&nbsp;

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O estoque de leite humano do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em Salvador, passa por momentos cr&iacute;ticos desde o in&iacute;cio da pandemia de Covid-19, conforme informou a Secretaria de Sa&uacute;de da Bahia (Sesab). Para incentivar a doa&ccedil;&atilde;o, a unidade promove, a partir desta ter&ccedil;a-feira (11/5), a&ccedil;&otilde;es de incentivo.

No dia 19 de maio, quando &eacute; celebrado o Dia Mundial da Doa&ccedil;&atilde;o de Leite Humano, haver&aacute; distribui&ccedil;&atilde;o de folder informativo e orienta&ccedil;&otilde;es sobre o Banco de Leite da Maternidade Dulcineia Moinho do HGRS na recep&ccedil;&atilde;o principal, refeit&oacute;rio e atividade educativa no ambulat&oacute;rio da institui&ccedil;&atilde;o. O tema escolhido para a campanha, neste ano, &eacute; &lsquo;Doa&ccedil;&atilde;o de leite humano: a pandemia trouxe mudan&ccedil;as, a sua doa&ccedil;&atilde;o traz esperan&ccedil;a&rsquo;.

Ainda de acordo com a Sesab, a programa&ccedil;&atilde;o ir&aacute; incluir visitas &agrave;s maternidades Albert Sabin e Menandro de Farias, para a&ccedil;&otilde;es educativas e de parceria na capta&ccedil;&atilde;o de doadoras. O &oacute;rg&atilde;o de sa&uacute;de ressalta que qualquer mulher que esteja amamentando pode se tornar uma doadora, desde que esteja saud&aacute;vel e n&atilde;o tome nenhum medicamento que interfira na amamenta&ccedil;&atilde;o.

&ldquo;Doar leite materno salva vidas. Prematuros que ainda n&atilde;o podem ser alimentados pelo leite de suas m&atilde;es conseguem ficar mais saud&aacute;veis, ganhar peso e encurtar o tempo nas UTIs por conta das doadoras que se dedicam para coletar e dar o leite excedente dos seus beb&ecirc;s&rdquo;, diz a m&eacute;dica neonatologista Maria de Lourdes Leite, coordenadora do Banco de Leite Humano do HGRS e Unidade de Cuidado Intermedi&aacute;rio Neonatal Canguru (Ucinca-HGRS). A especialista tamb&eacute;m lembra que quanto mais leite &eacute; retirado da mama, seja para o seu beb&ecirc; ou para doa&ccedil;&atilde;o, mais leite ser&aacute; produzido.&nbsp;

Quem n&atilde;o amamenta tamb&eacute;m pode ajudar os bancos de leite humano com doa&ccedil;&atilde;o de potes de vidro. Os vidros devem ter tampa pl&aacute;stica, como as usadas em caf&eacute; sol&uacute;vel. N&atilde;o importa o tamanho, mas precisa ser de tampa pl&aacute;stica e ser de vidro.

Quem tiver interesse em realizar as doa&ccedil;&otilde;es, ou obter informa&ccedil;&otilde;es adicionais, podem entrar em contatos pelo telefone (71) 3117-7851 ou pelo WhatsApp (71) 98225-5493.

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