Cerca de 64% dos&nbsp;brasileiros estariam dispostos&nbsp;a pagar um pre&ccedil;o acima da m&eacute;dia por alimentos saud&aacute;veis e produzidos de forma sustent&aacute;vel. A pesquisa foi feita com base em um estudo&nbsp;do Instituto Akatu e GlobeScan e divulgada pela Ag&ecirc;ncia Brasil.&nbsp;A edi&ccedil;&atilde;o deste ano foi feita em 31 pa&iacute;ses e entrevistou mil brasileiros&nbsp;

O estudo acompanha, ano a ano, atitudes e comportamentos do consumidor relacionados a estilo de vida.&nbsp;&ldquo;A partir do momento em que a pessoa compreende o porqu&ecirc; esse produto &eacute; um pouco mais caro, se entende que isso est&aacute; por tr&aacute;s daquele atributo de sustentabilidade, ela fica mais disposta a pagar por isso. Precisa ter esse entendimento e aqui tem uma grande oportunidade para as empresas trabalharem&rdquo;, explica Bruna Tiussu, gerente de Comunica&ccedil;&atilde;o do Akatu. Ela chama aten&ccedil;&atilde;o que o ideal &eacute; que o valor desses produtos se aproximem dos convencionais, mas, para isso, h&aacute; necessidade de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas.

De acordo com a reportagem, a escolha&nbsp;por alimentos saud&aacute;veis e sustent&aacute;veis ocorre apesar da percep&ccedil;&atilde;o de quase a totalidade dos 98% dos entrevistados&nbsp;&nbsp;de que o pre&ccedil;o nos supermercados est&aacute; mais caro. No mundo, essa percep&ccedil;&atilde;o foi relatada por 92%. Na m&eacute;dia mundial, a disposi&ccedil;&atilde;o a pagar mais por alimentos saud&aacute;veis e sustent&aacute;veis foi citada por 61%.

Por outro lado, o percentual de brasileiros que se dizem dispostos a pagar mais por produtos ou marcas mais sustent&aacute;veis caiu de 60% para 55%. Na m&eacute;dia dos pa&iacute;ses, esse percentual &eacute; de 57%. Para 84%, h&aacute; o desejo de reduzir o impacto individual sobre o meio ambiente e a natureza. Na pesquisa anterior, o percentual era 86%. A m&eacute;dia mundial soma 73%.

&ldquo;A gente consegue ver que existe um gap [intervalo] entre 30 e 40 pontos percentuais de diferen&ccedil;a entre vontade, desejo, e a a&ccedil;&atilde;o de fato realizada. E tamb&eacute;m a gente v&ecirc; que existe uma predisposi&ccedil;&atilde;o um pouco maior, tanto de desejo quanto de a&ccedil;&atilde;o, quando a gente fala em sa&uacute;de em detrimento do ecologicamente mais correto&rdquo;, disse Bruna.

Enquanto 74% dos brasileiros disseram ter a inten&ccedil;&atilde;o de promover mudan&ccedil;as para um estilo de vida mais saud&aacute;vel, apenas 34% disseram ter de fato mudado algo. Em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s mudan&ccedil;as para ter um estilo de vida mais ambientalmente amig&aacute;vel, o percentual de desejo de mudan&ccedil;a alcan&ccedil;ou 59%, e 25% disseram ter feito de fato grandes mudan&ccedil;as nesse sentido.

O estudo indica que os brasileiros est&atilde;o mais preocupados com os problemas globais do que a m&eacute;dia mundial. O maior percentual de preocupa&ccedil;&atilde;o varia entre 15 e 30 pontos percentuais entre os diferentes temas abordados. Por exemplo, a pobreza extrema do mundo &eacute; alvo de aten&ccedil;&atilde;o de 90% dos brasileiros, enquanto 63%, na m&eacute;dia global, se referiram a este problema como &ldquo;muito s&eacute;rio&rdquo;.

Para os organizadores da pesquisa, isso pode estar relacionado ao fato de os brasileiros t&ecirc;m uma viv&ecirc;ncia mais direta com esses problemas. As quest&otilde;es ambientais predominam como oito dos 11 assuntos mais s&eacute;rios para os brasileiros. A polui&ccedil;&atilde;o da &aacute;gua foi destacada como &ldquo;muito s&eacute;ria&rdquo; por 84% dos entrevistados no Brasil e por 62% na m&eacute;dia mundial.

De 2020 a 2022, duas edi&ccedil;&otilde;es mais recentes da pesquisa, n&atilde;o houve altera&ccedil;&otilde;es significativas em v&aacute;rias percep&ccedil;&otilde;es, cren&ccedil;as e atitudes de uma vida saud&aacute;vel e sustent&aacute;vel. Mais de 80% disseram querer reduzir bastante o impacto que tem pessoalmente no meio ambiente. Ao mesmo tempo, o percentual de brasileiros que acreditam estar fazendo tudo o que podem para proteger o meio ambiente passou de 68% para 72%.

Mais da metade dos brasileiros (50%) disseram tamb&eacute;m que as decis&otilde;es de compra s&atilde;o muito influenciadas por marcas que impulsionam a agricultura sustent&aacute;vel e que desenvolvem programas de uso eficiente de &aacute;gua. Para 54%, a decis&atilde;o de compra &eacute; influenciada por marcas que desenvolvem programas de reciclagem/re&uacute;so de embalagens e que proporcionam ajuda humanit&aacute;ria.

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Brasileiros estão dispostos a pagar mais por alimentos saudáveis, diz pesquisa