O escritor indígena e ativista dos povos originários, Ailton Krenak, de 70 anos, foi indicado para ser o novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (5/10).

Além de Krenak, que postulou sua candidatura em agosto, outro representante indígena, Daniel Munduruku, se candidatou a uma cadeira na ABL, gerando um mal-estar entre os dois. Em entrevista à Folha, Munduruku acusou Ailton de “traição”.

Por meio da rede X (antigo Twitter), o Ministério da Cultura falou sobre a escolha do escritor para a ABL. “Com suas ideias para adiar o fim do mundo, Krenak firma a voz dos povos originários e a cultura indígena na maior instituição literária do país”.
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A Academia Brasileira de Letras se engrandece com a chegada de Ailton Krenak, primeiro indígena a ocupar uma cadeira na instituição. Com suas ideias para adiar o fim do mundo, Krenak firma a voz dos povos originários e a cultura indígena na maior instituição literária do país.
— Ministério da Cultura (@CulturaGovBr) <a href="https://twitter.com/CulturaGovBr/status/1710030696293494895?ref_src=twsrc%5Etfw">October 5, 2023</a></blockquote>
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Ailton Krenak é mineiro, da cidade de Itabirinha, e é autor de trabalhos como “Ideias Para Adiar o Fim do Mundo” e “O Amanhã Não Está à Venda”. Dentre os membros da Academia estão os baianos Gilberto Gil e Maria Bethania.

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Ambientalista e defensor dos direitos dos povos indígenas, o filósofo e escritor Ailton Krenak participa nesta sexta-feira (14/7) de conferência no auditório da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), das 17h às 19h. O evento faz parte do 18º Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada  (Abralic), que também contou com a participação da filósofa norte-americana Angela Davis, da escritora Conceição Evaristo e da ministra da Igualdade Racial Anielle Franco. A entrada no congresso é gratuita.
Em 1987, Krenak <a href="https://www.youtube.com/watch?v=TYICwl6HAKQ">discursou na Assembleia Constituinte</a> em defesa dos povos indígenas no processo de redemocratização do Brasil após a Ditadura Militar. Na ocasião, o ativista pintou o rosto com tinta preta numa simbologia do luto pelas vidas indígenas perdidas. A imagem se tornou célebre em todo o país. O escritor também participou da  fundação da ONG Núcleo de Cultura Indígena e da União dos Povos Indígenas e é doutor honoris causa pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
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Entre as obras mais famosas de Krenak estão "Ideias para adiar o fim do mundo", "O amanhã não está à venda", "A vida não é útil" e "Futuro ancestral". Nesses textos, o líder indígena questiona os impactos do colonialismo no pensamento e na forma de vida dos brasileiros. Ele também defende que os povos indígenas nunca se renderam aos invasores europeus. E explica que o colapso socioambiental causado pelo homem só pode ser evitado com a compreensão de que o ser humano não é superior aos outros seres vivos.

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