O juiz S&eacute;rgio Humberto, os advogados J&uacute;lio C&eacute;sar e Vanderlei Chilante e o empres&aacute;rio Nelson Jos&eacute; Vigolo foram denunciados pelo Minist&eacute;rio Publico da Bahia (MP-BA) por crimes de lavagem de dinheiro e corrup&ccedil;&atilde;o em esquema criminoso criado para blindar grupo econ&ocirc;mico que disputava propriedades de terras na regi&atilde;o Oeste da Bahia.

Os denunciados integraram organiza&ccedil;&atilde;o criminosa, em conjunto com uma desembargadora e o filho dela, para enfrentar grupo econ&ocirc;mico liderado pelo &ldquo;falso c&ocirc;nsul&rdquo; Adailton Maturino.

A den&uacute;ncia aponta as provas reunidas ao longo das investiga&ccedil;&otilde;es ocorridas no &acirc;mbito da Opera&ccedil;&atilde;o Faroeste. Entre as provas apontadas, est&atilde;o as obtidas por meio de intercepta&ccedil;&otilde;es telef&ocirc;nicas, a&ccedil;&otilde;es controladas, escutas ambientais, relat&oacute;rios de intelig&ecirc;ncia do Coaf, quebras de sigilos banc&aacute;rios, bem como as colabora&ccedil;&otilde;es premiadas firmadas pelos denunciados J&uacute;lio C&eacute;sar, Vanderlei Chilante e Nelson Vigolo com o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal.

O MP ent&atilde;o requereu a pris&atilde;o preventiva do juiz, al&eacute;m da perda de fun&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica e decreta&ccedil;&atilde;o de perdimento de produtos dos crimes no valor m&iacute;nimo de R$ 1,5 milh&atilde;o ap&oacute;s concluir que foi ajustado pagamento de R$ 1 milh&atilde;o ao magistrado para que ele se declarasse suspeito nos processos de interesse do Grupo Bom Jesus Agropecu&aacute;ria, com o objetivo de o juiz n&atilde;o proferir novas decis&otilde;es desfavor&aacute;veis.

O pagamento da propina ao juiz teria sido realizado em esp&eacute;cie. Segundo a den&uacute;ncia, o saque foi realizado pelo advogado J&uacute;lio C&eacute;sar da conta banc&aacute;ria de Nelson Vigolo e o dinheiro depositado, de maneira fracionada, na conta de um &ldquo;laranja&rdquo;. S&oacute; depois o valor teria sido transferido para parentes ou empresas vinculadas aos parentes do magistrado.

FAROESTE&nbsp;

A Opera&ccedil;&atilde;o Faroeste foi deflagrada pelo MPF em novembro de 2019, com a instaura&ccedil;&atilde;o do Inqu&eacute;rito 1.258/DF. O objeto inicial era a exist&ecirc;ncia de suposto esquema de venda de decis&otilde;es no Tribunal de Justi&ccedil;a da Bahia (TJBA) com o envolvimento de pelo menos quatro desembargadores.

O esquema criminoso criado por Adailton Maturino dos Santos &ndash; que passou a contar com a participa&ccedil;&atilde;o de magistrados &ndash; consistia na legaliza&ccedil;&atilde;o de terras griladas no Oeste do estado. A orcrim conta, ainda, com laranjas e empresas para dissimular os benef&iacute;cios obtidos ilicitamente. H&aacute; suspeitas de que a &aacute;rea objeto de grilagem supere os 360 mil hectares e de que o grupo envolvido na din&acirc;mica il&iacute;cita tenha movimentado cifras bilion&aacute;rias.

Com o aprofundamento das investiga&ccedil;&otilde;es e a deflagra&ccedil;&atilde;o de outras fases da Opera&ccedil;&atilde;o Faroeste pelo MPF foi descoberto tamb&eacute;m o envolvimento de integrante do alto escal&atilde;o e de servidores do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Estado da Bahia, de servidores da Secretaria de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica&nbsp;(SSP/BA) e de advogados.

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