A fome no Brasil voltou a patamares registrados pela &uacute;ltima vez nos anos 1990, de acordo com o 2&ordm; Inqu&eacute;rito Nacional sobre Inseguran&ccedil;a Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, lan&ccedil;ado nesta quarta-feira (8/6).

Atualmente 33,1 milh&otilde;es de pessoas n&atilde;o t&ecirc;m o que comer no Pa&iacute;s; 14 milh&otilde;es a mais do que no ano passado. De acordo com o Terra, a nova edi&ccedil;&atilde;o da pesquisa mostra ainda que mais da metade da popula&ccedil;&atilde;o brasileira (58,7%) convive com algum grau de inseguran&ccedil;a alimentar (leve, moderado ou grave).

Especialistas que participaram do levantamento dizem que o desmonte de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas por parte do governo, o agravamento da crise econ&ocirc;mica, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia contribu&iacute;ram para a piora do quadro.

No ano passado, o n&uacute;mero de brasileiros que n&atilde;o tinham o que comer era de 19 milh&otilde;es. Em 2018, eram 10 milh&otilde;es. A falta de acesso regular &agrave; &aacute;gua para beber e cozinhar, a chamada inseguran&ccedil;a h&iacute;drica, tamb&eacute;m &eacute; um problema para 12% da popula&ccedil;&atilde;o brasileira.

A pesquisa anterior, de 2020, mostrava que a fome no Brasil tinha voltado a patamares equivalentes aos de 2004. Este ano, o levantamento mostra que apenas quatro em cada dez domic&iacute;lios conseguem manter acesso pleno &agrave; alimenta&ccedil;&atilde;o; ou seja, s&atilde;o considerados em condi&ccedil;&atilde;o de seguran&ccedil;a alimentar.

De acordo com os pesquisadores, os n&uacute;meros atuais s&atilde;o similares aos do in&iacute;cio da d&eacute;cada de 90, quando o Brasil tinha 32 milh&otilde;es de pessoas abaixo da linha da pobreza e o soci&oacute;logo Herbert de Souza, o Betinho, lan&ccedil;ou uma campanha nacional contra a fome.

A pesquisa &eacute; realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Seguran&ccedil;a Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), com execu&ccedil;&atilde;o em campo do Instituto Vox Populi, A&ccedil;&atilde;o da Cidadania, ActionAid Brasil, Oxfam, entre outras institui&ccedil;&otilde;es.

Os dados foram coletados entre novembro de 2021 e abril de 2022, por meio de entrevistas em 12.745 domic&iacute;lios, em &aacute;reas urbanas e rurais de 577 munic&iacute;pios distribu&iacute;dos pelos 26 estados e o Distrito Federal. A pesquisa usa a Escala Brasileira de Inseguran&ccedil;a Alimentar (Ebia), a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE).

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