Suspeito de arremessar mulher do 10° andar sequestrou parente de deputado

Suspeito de arremessar mulher do 10° também acumula antecedentes por roubo e falsidade ideológica

Por Anna Caroline Santiago.

O homem suspeito de arremessar do 10º andar e matar Maria Katiane Gomes da Silva, 25, na zona sul de São Paulo, em 29 de novembro, já tinha passagens pela polícia. Alex Leandro Bispo dos Santos, 40, acumula antecedentes por roubo, falsidade ideológica e participação no sequestro, em 2003, de Roberto Calmon de Barros Barreto Filho, sobrinho do então senador paulista Eduardo Suplicy (PT).

Suspeito de arremessar mulher do 10° andar sequestrou parente de deputado.Foto: Reprodução

Na época, Alex e uma adolescente foram acusados de render a vítima sob a mira de uma arma e exigir cartão bancário e senha. Ele chegou a ser detido por seguranças de um estabelecimento comercial e acabou condenado a seis anos e quatro meses de prisão.

Morte de Maria Katiane

Imagens de câmeras de segurança mostram que Maria Katiane foi agredida pelo marido minutos antes de cair do 10º andar de um prédio no Morumbi. O caso, inicialmente tratado como queda, passou a ser investigado como feminicídio. Alex teve prisão temporária decretada e foi detido nesta terça-feira (9).

Os vídeos reforçaram a suspeita da polícia. No estacionamento do condomínio, Alex aparece empurrando, arrastando e desferindo socos contra a jovem. No elevador, ele tenta agarrar o pescoço da esposa e a puxa com força para fora do equipamento menos de dois minutos depois de entrar. Cerca de um minuto mais tarde, o suspeito retorna sozinho e se senta no chão, colocando as mãos na cabeça.

Foto: redes sociais

O casal havia voltado de uma festa por volta das 5h e começou a discutir. Em depoimento, Alex afirmou que a briga foi motivada por uma viagem de fim de ano. Ele disse que Maria Katiane se trancou no banheiro e que, após ouvir um grito e um baque, arrombou a porta e constatou que ela havia se jogado pela janela. A versão, porém, foi colocada em dúvida após a análise das imagens.

Um porteiro do condomínio disse ao SBT Manhã que viu o casal descer ao estacionamento “várias vezes” durante a madrugada e que Alex parecia tentar convencer a esposa a retornar ao apartamento. Moradores relataram que Maria Katiane morava há pouco tempo no prédio e tinha horários irregulares de entrada e saída.

Feminicídio pode ser o primeiro ato de violência

É de conhecimento público que a violência contra a mulher é um dos grandes problemas do Brasil. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública em 2024, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que 1.467 mulheres foram mortas no país em razão do gênero, o maior número registrado desde a publicação da lei que tipifica o crime, em 2015.

Na Bahia, até o dia 21 de outubro, 80 feminicídios foram contabilizados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), apenas cinco a menos que o mesmo período em 2023.

Um dos casos recentes - e de grande repercussão - aconteceu em Teixeira de Freitas, no Extremo Sul do estado, quando as irmãs Elaine e Hiane Miranda de Araújo, de 41 e 35 anos, respectivamente, foram mortas a tiros pelo ex-marido da primeira, dentro de uma loja na cidade. O alvo do ataque, inclusive, possuía medida protetiva contra o suspeito, que não teve o nome divulgado.

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