O que se sabe sobre o caso da professora morta pelo filho

Soraya Tatiana foi encontrada morta sob viaduto na Grande BH; nos primeiros dias, filho relatou desaparecimento antes de confessar o crime

Por Da Redação.

Fonte: SBT News

Depois de cinco dias de comoção e buscas por respostas, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu temporariamente, na quinta-feira (25), Matteos França Campos, de 32 anos, suspeito de matar a própria mãe, a professora Soraya Tatiana Bonfim França, de 56. O crime, segundo ele, ocorreu após uma discussão entre os dois sobre suas dívidas decorrentes de apostas online.

O corpo de Soraya foi encontrado na manhã do último domingo (20), sob um viaduto no bairro Conjunto Caieiras, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Coberta por um lençol e seminua, vestindo apenas a parte de cima da roupa, a vítima estava desaparecida desde a sexta-feira anterior.

Soraya Tatiana Bonfim França E O Filho Matteos França

Professora morta pelo filho

Em depoimento prestado à delegada Ana Paula Rodrigues de Oliveira, do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito confessou que enforcou a mãe após uma discussão.

Segundo ele, Soraya estava “cansada” do seu descontrole financeiro. Matteos trabalhava como assessor de comunicação na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese), e foi exonerado do cargo após a prisão.

“Essa prisão temporária é indispensável para a conclusão do inquérito policial. Ao final, poderão ser esclarecidas as circunstâncias desse crime de feminicídio”, disse a delegada.

Segundo Matteos, a briga começou por conta das dívidas acumuladas. No momento do conflito, ele disse ter perdido o controle emocional e enforcado a mãe. O delegado Álvaro Homero Huertas dos Santos, também do DHPP, informou que vizinhos do prédio onde mãe e filho moravam não relataram ter ouvido qualquer barulho suspeito vindo do apartamento.

O próprio suspeito relatou à polícia que usou o carro da família para levar o corpo de Soraya até o viaduto e, em seguida, retornou à residência no Bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha. De lá, pegou uma mala e seguiu viagem com amigos até a Serra do Cipó.

“Até este momento não tem nenhuma outra pessoa envolvida no crime. Ele agiu sozinho e afirma que estava atordoado com tudo isso, participava de apostas na internet. Ele alega que teve um surto”, afirmou Ana Paula.

Tentativa de despistar a polícia

No sábado (19), um dia após o assassinato, Matteos procurou uma tia e relatou o desaparecimento da mãe. Chegou a registrar um boletim de ocorrência junto à Polícia Militar, afirmando que havia tentado contato com Soraya sem sucesso e que ela não foi vista deixando o prédio.

Segundo o delegado Adriano Ricardo Mattos, as câmeras do edifício não foram adulteradas, e outras imagens de segurança recolhidas podem ajudar a reconstituir os fatos.

Ao ser questionado sobre os sinais encontrados no corpo da vítima. marcas semelhantes a queimaduras e sangue nas coxas, o delegado afirmou que, apesar da suspeita inicial de abuso sexual, essa hipótese é descartada pela equipe, mas os laudos finais da necropsia ainda são aguardados.

O advogado de defesa de Matteos, Gabriel Arruda, disse que ainda não teve acesso aos autos do inquérito nem ao depoimento do cliente. “Tivemos uma conversa muito breve com ele, coisa de um minuto. Mas estamos aqui para resguardar todos os direitos dele”, afirmou.

Velório antes da prisão do suspeito

Durante o velório e enterro de Soraya, ocorrido na terça-feira (22), Matteos chegou a conceder entrevista ao jornal Estado de Minas. Na ocasião, emocionado, descreveu a mãe como uma pessoa amorosa e afirmou: “Não consigo expressar o que estamos sentindo de outro jeito que não seja perdidos e devastados.”

Pelas redes sociais, ele prestou homenagem à mãe, afirmando que seu mundo estaria mais “triste”, “vazio” e “sufocante”. Na dedicatória, escreveu: “Dentro de mim, mãe, você continua viva, na minha voz, nas minhas escolhas, no que eu fui, sou e sempre serei (...) Você fez, é e sempre será uma linda história! Te amo para sempre.”

A PCMG segue aguardando os resultados dos laudos periciais que indicarão a causa exata da morte e se houve outros tipos de violência. Enquanto isso, a investigação busca esclarecer todos os detalhes de um crime que abalou a comunidade escolar e a população da Grande BH.

 

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