‘Não aceitem nada deles’, diz professora que quase foi envenenada em Salvador

Professora que quase foi envenenada contou a colegas que os alunos tinham medo de serem reprovados nas matérias de inglês e matemática

Por Anna Caroline Santiago.

A professora que quase foi envenenada em uma escola estadual de Salvador relatou como descobriu o plano de quatro alunos que pretendiam colocar chumbinho em um doce. Ela e outra docente eram os alvos do grupo. O caso aconteceu no Colégio Estadual Edson de Souza Carneiro, no bairro de São Caetano, na última sexta-feira (31).

Em um áudio obtido pelo Aratu On, a docente, que preferiu não se identificar, contou aos colegas de profissão que soube da tentativa após outro estudante denunciar o caso à direção. “Alguém ficou sabendo do plano e avisou ao vice-diretor, que chamou os alunos. Eles confessaram a tentativa de envenenamento”, relatou.

‘Não aceitem nada deles’, diz professora que quase foi envenenada em Salvador.Foto: Google Street View

Segundo a professora, os envolvidos são quatro estudantes de 12 anos, sendo três meninas e um menino. A docente contou que os alunos temiam ser reprovados nas disciplinas de inglês e matemática.

“Falo para que vocês fiquem atentos, em alerta, e não aceitem nada dos alunos. Infelizmente, estamos vivendo assim”, disse a professora na gravação.

Ouça o áudio completo: 

As professoras registraram queixa na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca). O caso está sendo investigado pela Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI).

Após o ocorrido, os estudantes foram afastados da escola, mas seguem realizando as atividades pedagógicas de casa, sob acompanhamento psicológico.

Por meio de nota, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) informou que acompanha o caso e adotou medidas imediatas.

“A direção da unidade escolar já se reuniu com as famílias dos estudantes e com equipes de saúde multidisciplinar, prestando assistência a toda a comunidade escolar. O caso foi registrado na Polícia Civil, que segue com as investigações.

A SEC reafirma seu compromisso com o bem-estar e a segurança de professores, funcionários e estudantes, garantindo um ambiente escolar propício à aprendizagem de qualidade para todos”, diz o comunicado.

Chumbinho. Foto: Imagem Ilustrativa

Outros casos de envenenamento na Bahia

Ibiquera

Uma mulher foi presa suspeita de matar envenenado o próprio filho, no município de Ibiquera, a 369 km de Salvador. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, ela confessou ter envenenado a criança porque ele era autista, mexia nas panelas e desarrumava a casa. Outras duas suspeitas também foram localizadas.

O corpo da criança foi encontrada numa cova rasa, em local de difícil acesso no município de Ibiquera. “A mãe alegou que havia colocado chumbinho na água e na comida da criança, no sábado (30/4), e que, no dia seguinte, por volta das 7h, teria encontrado o filho morto, e assim resolveu levá-lo para enterrar”, disse o delegado. 

Itabuna

Uma adolescente de 15 anos, que não teve o nome divulgado, foi apreendida suspeita de tentativa de homicídio qualificado após colocar veneno no pão para matar a própria mãe, uma operadora de caixa de 42 anos, no município de Itabuna, no sul da Bahia.

De acordo com a Polícia Civil, a tentativa de homicídio contra a genitora aconteceu no dia 8 de maio deste ano, no bairro Novo São Caetano, quando a adolescente colocou raticida em dois pães que a mãe comia.

Rafael Jambeiro

O pequeno Samuel Ramos Fraga, de apenas 2 anos, acabou morrendo após comer um biscoito recheado dentro da própria casa. O lanche estaria com uma substância conhecida como "chumbinho" e tinha sido colocado por um tio como uma armadilha para ratos.

As circunstâncias da morte da criança foram investigadas pela Delegacia Territorial de Rafael Jambeiro, a 159 km de Salvador.

Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.