Lamborghini de rifeiro baiano será leiloada por mais de R$ 3 milhões

O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai leiloar, no próximo dia 22 de julho, um veículo de luxo modelo Lamborghini Huracán TE, ano 2023, apreendido durante a Operação Falsas Promessas. O carro pertencia a José Roberto Santos, mais conhecido como Nanan Premiações, apontado como um dos principais nomes de um esquema criminoso de rifas ilegais nas redes sociais.

Os lances para o superesportivo começarão em R$ 3,05 milhões. Todo o valor arrecadado será destinado ao Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). O leilão será realizado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad) e organizado pela Sampaio Leilões, empresa credenciada pelo Ministério da Justiça.

Esquema milionário e vida de luxo

Nanan foi preso pela primeira vez em 5 de setembro de 2024, durante a primeira fase da operação. Na ocasião, ele já acumulava mais de um milhão de seguidores nas redes sociais, onde exibia prêmios como carros de luxo, jet skis e grandes quantias em dinheiro. Após ser solto, ele voltou a ser detido em 9 de abril deste ano, na segunda fase da operação.

A Polícia Civil da Bahia identificou Nanan e sua esposa como os principais líderes do esquema, que utilizava perfis em redes sociais para promover rifas com resultados manipulados. O casal foi preso em um condomínio de luxo na Região Metropolitana de Salvador, na Estrada do Coco.

De acordo com as investigações, o grupo criminoso operava com uma estrutura sofisticada de lavagem de dinheiro, utilizando empresas de fachada e “laranjas” para movimentar valores ilícitos. Foram descobertas ligações com policiais militares da ativa e ex-PMs, que atuavam como operadores, informantes e até como responsáveis pela proteção da organização.

Bens de luxo e bloqueio milionário

Durante a segunda fase da operação, foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva, incluindo cinco policiais militares, além de 30 mandados de busca e apreensão. As ações ocorreram em diversos municípios da Bahia, como Vera Cruz, Juazeiro, São Felipe e Nazaré, e também no estado de São Paulo.

Entre os presos estão quatro pessoas identificadas como lideranças da organização criminosa. Foram apreendidos diversos bens de alto valor, como veículos de luxo, relógios, celulares, dinheiro em espécie e notebooks. O Judiciário autorizou o bloqueio de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado, totalizando um bloqueio de R$ 680 milhões.

A polícia ainda investiga o papel exato dos policiais militares que foram alvo da operação e não descarta a possibilidade de envolvimento direto nos sorteios fraudulentos. Segundo as autoridades, os prêmios anunciados nas rifas eram frequentemente entregues a integrantes do próprio grupo, como forma de disfarçar a fraude e manter a aparência de legalidade.