Jovens negros: 73% das vítimas de mortes violentas, diz Fiocruz

De acordo com os dados, 73% das mortes de jovens por causas externas atingem a população negra (pretos e pardos)

Por Da redação.

Fonte: Antonio Souza, SBT News

Um levantamento nacional feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que os jovens ainda são as maiores vítimas de violências e acidentes no Brasil. O recorte racial mostra um cenário ainda mais preocupante: 73% das mortes de jovens por causas externas atingem a população negra (pretos e pardos). Na população geral, essa proporção é de 60%.

A Fiocruz analisou dados de notificações médico-hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) e as estatísticas do IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) relativas a 2022 e 2023 - uma iniciativa de pesquisadores da Agenda Jovem Fiocruz (AJF) e da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz).

Fotos De Jovens Negros Vítimas De Mortes Violentas   Paulo Pinto   Agência Brasil

Segundo o levantamento, a taxa de mortalidade entre jovens negros chega a 227,5 casos por 100 mil habitantes, praticamente o dobro do índice registrado entre jovens brancos e amarelos. Entre os indígenas, o número também é alarmante: 177,9 por 100 mil habitantes.

As chamadas "causas externas", que englobam acidentes e violências, respondem por 65% das mortes entre jovens, enquanto no conjunto total da população brasileira esse número é de apenas 10%. O risco é maior na faixa dos 20 a 24 anos, que registra uma taxa de 218,2 óbitos por 100 mil habitantes.

Entre os fatores que mais contribuem para a mortalidade juvenil estão agressões com armas de fogo e acidentes de motocicleta, especialmente em municípios fora das regiões metropolitanas. Além disso, o levantamento aponta que os jovens homens seguem sendo os mais vitimados por agressões fatais, com taxa de mortalidade é oito vezes maior em comparação às mulheres.

Já entre as mulheres jovens, predominam os casos de violência doméstica, com quase 35% das mortes acontecendo dentro de casa.

O estudo também indica desigualdades regionais: os maiores índices de mortalidade juvenil estão concentrados nos estados do Norte e do Nordeste, com destaque para o Amapá, onde a taxa chega a 447 óbitos por 100 mil habitantes entre jovens de 20 a 24 anos.

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