Idosa é presa suspeita de vender canetas emagrecedoras roubadas em Salvador

Uma idosa de 60 anos foi presa, na noite de quarta-feira (19), após ser flagrada comercializando canetas emagrecedoras roubadas em Salvador. A ação aconteceu durante Operação Olho Vivo, do Batalhão Apolo.

Segundo a Polícia Militar, equipes receberam a denúncia de que uma idosa estaria vendendo o material na Rua Pará. Ao chegar no local, os agentes tiveram a suspeita na porta de um imóvel carregando uma sacola com diversas unidades das canetas.

Durante a abordagem, ela afirmou que o filho fornecia os produtos sem informar a procedência e que eram responsáveis ​​pela venda e entrega. Dentro da residência, os policiais localizaram outras unidades armazenadas na geladeira.

Ao todo, foram apreendidas 27 caixas de canetas emagrecedoras, avaliadas em cerca de R$ 60 mil, além de dinheiro em espécie.

A idosa e o material apreendido foram encaminhados à Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DERRC), onde o caso foi registrado e as medidas cabíveis foram adotadas.

Roubos de canetas emagrecedoras em Salvador

A Polícia Civil da Bahia deflagrou, em junho deste ano, a primeira fase da Operação Mirakel , em Salvador. A ação tem como objetivo desarticular um grupo suspeito de roubo de canetas para emagrecimento, como Ozempic e/ou Mounjaro, conhecidos como "canetas emagrecedoras".

A operação cumpriu mandatos judiciais contra os investigados. Segundo a Polícia Civil, entre fevereiro e maio deste ano, o grupo teria invadido 23 farmácias nos bairros de Itapuã, Costa Azul, Armação, Pituba, Ondina, Barra, Graça, Cabula e Horto Florestal. O prejuízo estimado é de aproximadamente R$ 2 milhões.

O nome da operação, “Mirakel”, significa “milagre” em dinamarquês, referência ao país de origem de um dos medicamentos subtraídos. De acordo com as investigações, adolescentes foram aliciados para participar de crimes, e alguns dos suspeitos atuaram disfarçados de entregadores por aplicativo.

As diligências contaram com o apoio do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), da 7ª Delegacia Territorial do Rio Vermelho (DT/Rio Vermelho), da 1ª Delegacia Territorial (DT/Barris), do Departamento de Inteligência Policial (DIP) e da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core).

Alerta para riscos 

Nos últimos anos, as chamadas canetas emagrecedoras, como o  Ozempic e Mounjaro , ganharam destaque por prometerem resultados rápidos na luta contra a balança. Desenvolvidas originalmente para o tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade, essas terapias injetáveis ​​atuam em receptores intestinais e cerebrais, promovendo saciedade e retardando o esvaziamento gástrico. Apesar do avanço, especialistas alertam para os riscos do uso incluído.

O efeito das canetas leva à redução do consumo de alimentos e favorece o déficit calórico, mecanismo essencial para a perda de peso. Contudo, segundo a nutricionista Mayara Cardoso, coordenadora do curso de Nutrição da Estácio, entre os efeitos colaterais mais comuns estão náuseas, vômitos, constipação e alterações gástricas. 

Canetas emagrecedoras podem reduzir a duração do botox

Um novo estudo apontou uma possível relação entre o uso de agonistas do receptor GLP-1 — classe de medicamentos que inclui Ozempic e Mounjaro — e a diminuição da duração dos efeitos da toxina botulínica tipo A. Uma pesquisa, publicada no portal científico PubMed em 29 de outubro, utilizou modelagem computacional para simular o comportamento de 25 mil pacientes virtuais e estimulação de cerca de quatro semanas no tempo de ação da toxina em usuários desses medicamentos.

Os pesquisadores desenvolveram um modelo digital para avaliar as alterações metabólicas e neuromusculares provocadas pelos medicamentos que poderiam afetar o desempenho da toxina. O estudo sugeriu queda média na duração do efeito tanto em aplicações estéticas, externas ao tratamento de rugas, quanto em usos clínicos, como no manejo da enxaqueca crônica.

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