Caso Mãe Bernadete: polícia busca mandante da morte da líder quilombola
“Maquinista”, apontado como mandante da morte de Mãe Bernadete, é o único suspeito ainda foragido
Marílio dos Santos, conhecido como “Maquinista” ou “Gordo”, investigado por ser o mandante da morte da líder quilombola ialorixá Mãe Bernadete, foi alvo de uma operação de busca na última quarta-feira (8).
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A Polícia Civil esteve na residência do suspeito, localizada na zona rural de Tanquinho, município do centro-norte da Bahia. Na casa, a esposa de Marílio foi presa em flagrante por posse irregular de arma de fogo.

Até o momento, seis pessoas foram indiciadas pelo homicídio, cinco estão presas, e Marílio continua foragido, sendo o último alvo a ser capturado. Ele integra o Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), onde é representado como o "Ás de Ouros".
As buscas seguiram para um sítio pertencente ao investigado, às margens da BA-093, em Dias d’Ávila, mas ele não foi localizado. No local, foram encontrados pneus, uma motocicleta, porções de maconha, uma farda camuflada do Exército, câmeras de filmagem, caixas de munição vazias, documentos de compra e venda do imóvel e uma caderneta com anotações relacionadas ao tráfico de drogas.
A operação foi conduzida pela 1ª Delegacia Territorial de Feira de Santana, com apoio da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (CORE) e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Salvador.
Caso Mãe Bernadete
O homicídio ocorreu em 17 de agosto de 2023, na sede do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Segundo as investigações, o crime teria sido motivado pela resistência de Mãe Bernadete à atuação do tráfico de drogas em territórios quilombolas.

Conforme as investigações da ‘Operação Pacific’, realizada pela Polícia Civil com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público e da 7ª Promotoria de Justiça de Simões Filho, a líder religiosa foi atingida por 25 tiros de arma de fogo em várias partes do corpo. O crime aconteceu dentro da própria casa dela, onde estavam três de seus netos, de 12, 13 e 18 anos.
As apurações concluíram que Mãe Bernadete foi executada por ter se posicionado de maneira firme contra a expansão do tráfico de drogas na região e, especificamente, contra a construção do barraco ‘Point Pitanga City’. O ponto de venda de drogas de Marílio e Ydney foi edificado pelo grupo criminoso na barragem de Pitanga dos Palmares de forma ilegal, uma vez que o local é uma área de preservação ambiental.
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