Banco Vermelho é símbolo de combate à violência contra a mulher em Salvador
O Banco Vermelho é parte de uma campanha para mobilizar a sociedade contra as diversas formas de violência de gênero, em especial o feminicídio
Por Dinaldo dos Santos.
Um símbolo de enfrentamento à violência contra a mulher e ao feminicídio foi inaugurado na tarde desta segunda-feira (22), na Praça Thomé de Souza, no Centro Histórico de Salvador.
Como parte de uma campanha de conscientização, um Banco Vermelho foi instalado provisoriamente no local, com o objetivo de alertar e mobilizar a sociedade contra as diversas formas de violência de gênero, em especial o feminicídio.
Violência de gênero no país
Embora dados do IBGE indiquem que homens morrem mais do que mulheres no Brasil em números absolutos, o feminicídio se diferencia por sua motivação, o assassinato ocorre em razão do gênero da vítima, geralmente associado a relações de poder, controle e violência doméstica.
O aumento da sensação de insegurança no estado também se reflete em outras áreas do cotidiano. Iniciativas recentes, como o lançamento de novos recursos em aplicativos para bloqueio e recuperação de celulares roubados, surgem como resposta a um ambiente marcado por crimes frequentes. Ainda assim, especialistas alertam que medidas tecnológicas não substituem políticas estruturais de prevenção à violência e fortalecimento da rede de proteção.
Diante do cenário, organizações feministas e de direitos humanos reforçam a necessidade de investimentos contínuos em educação, acolhimento às vítimas, investigação qualificada e responsabilização dos agressores.

Banco Vermelho: símbolo contra o feminicídio
A iniciativa inédita da instalação do Banco Vermelho é da Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), com apoio da Diretoria de Serviços de Iluminação Pública (Dsip) e parceria da Uninassau Salvador e do Instituto Banco Vermelho (IBV).
A proposta consiste na instalação de um banco pintado de vermelho em áreas de grande circulação, convidando a população à reflexão, ao engajamento e à conscientização.
A ação está prevista na Lei nº 14.942/2024, que institui o projeto Banco Vermelho, prevendo ações educativas em espaços públicos e o reconhecimento de iniciativas no âmbito do Agosto Lilás.
O banco instalado traz informações de utilidade pública. No centro, a frase “Você não está sozinha” acompanha um QR Code que direciona para um site da rede de proteção à mulher.
Nas laterais, há dados sobre o feminicídio e a divulgação do Disque 180, canal nacional de denúncias de violência contra a mulher. A cor vermelha simboliza a urgência de romper o silêncio diante desses crimes e reforça que o enfrentamento à violência de gênero é uma responsabilidade coletiva.
A secretária municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude, Fernanda Lordêlo, destacou que o Banco Vermelho representa os altos índices de feminicídio no Brasil e na Bahia. Segundo ela, o equipamento será instalado em pontos estratégicos da cidade ao longo do ano. Na Praça Thomé de Souza, permanecerá até o dia 6 de janeiro.

O titular da Dsip, Ângelo Magalhães, ressaltou o uso da iluminação e de símbolos urbanos como instrumentos de conscientização social. De acordo com ele, a iniciativa reforça o compromisso do município com pautas sociais, utilizando espaços turísticos e datas simbólicas para chamar a atenção da população.
Presente em mais de 16 estados brasileiros, o Instituto Banco Vermelho já conta com mais de 200 equipamentos instalados no país e atua com ações educativas, palestras e campanhas de conscientização. Para a presidente do IBV, Andrea Rodrigues, cada banco representa um posicionamento claro contra a violência de gênero e um chamado permanente à ação.
Além do Banco Vermelho, a Prefeitura de Salvador desenvolve ações contínuas por meio do programa Alerta Salvador, coordenado pela SPMJ, que atua no fortalecimento da autonomia financeira das mulheres e no enfrentamento à violência de gênero. O município também mantém a Casa da Mulher Brasileira, que completou dois anos de funcionamento com cerca de 29 mil atendimentos realizados.
A rede de atendimento inclui ainda centros de referência especializados em diferentes regiões da capital, além do Núcleo de Enfrentamento e Prevenção ao Feminicídio (NEF), que atua com homens em cumprimento de medidas protetivas, em parceria com o Tribunal de Justiça da Bahia e a Guarda Civil Municipal.
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