Superbactérias são identificadas em hospitais de Salvador e liga sinal amarelo na Secretaria da Saúde
O risco de infecção é apenas para pacientes internados ou equipes que trabalham nas unidades de saúde. Em geral, a população não é afetada.
A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) divulgou uma nota técnica, nesta terça-feira (10/5), alertando para a presença de duas bactérias resistentes ao tratamento em hospitais de Salvador. De acordo com a pasta, entre o ano passado e este ano, pelo menos quatro unidades notificaram casos na capital baiana.
Os nomes dos hospitais, no entanto, não foram divulgados. O risco de infecção é apenas para pacientes internados ou equipes que trabalham nas unidades de saúde. Em geral, a população não é afetada.
Os nomes das cepas foram identificadas como Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. Segundo o documento, os organismos podem sobreviver em superfícies inanimadas por longos períodos. Já, em seres humanos e em outros animais, compõem a microbiota dos tratos gastrintestinal e geniturinário, além da cavidade oral.
Ainda de acordo com a nota técnica, a pandemia da Covid-19 criou condições que favorecem a disseminação. Entre eles:
- O aumento no número e no tempo de hospitalização dos pacientes;
- Pacientes graves com uso prolongado de dispositivos invasivos e assistência intensiva;
- Redução do número de profissionais de saúde e aumento da carga de trabalho;
- Dificuldades para implementação de medidas de prevenção e controle de infecções (falta de recursos humanos, escassez e uso inadequado de Equipamentos de Proteção Individual – EPI, etc.);
- Utilização excessiva e empírica de antimicrobianos de amplo espectro, em larga escala, para tratamento de infecções secundárias, fúngicas ou bacterianas
No alerta, a Sesab orienta ainda que os serviços de saúde do estado notifiquem o Núcleo Estadual de Controle de Infecção Hospitalar obrigatoriamente sobre a presença dos organismos, para que medidas de controle sejam tomadas. As recomendações são:
- Reforçar as medidas de Precaução Padrão;
- Aplicar precaução de contato em situações de surto;
- Higiene das Mãos: capacitação/educação em higiene das mãos para aplicação da estratégia multimodal recomendada pela OMS. Cabe reforçar a necessidade de auditoria interna e retorno dos resultados do monitoramento para as unidades assistenciais como forma de melhorar a adesão dos profissionais;
- Identificar prontamente pacientes já conhecidos como colonizados na admissão hospitalar através de um sistema de rastreamento;
- Implantar procedimentos padronizados de limpeza e desinfecção do ambiente com produtos à base de hipoclorito nas superfícies do quarto e álcool à 70% para equipamentos, e monitorar o desempenho para garantir a eficiência do processo;
- Se possível, dedicar equipamentos médicos para uso exclusivo de pacientes colonizados/infectados;
- Implementar Programa de Gerenciamento do Uso de Antimicrobianos;
- Realizar cultura de rotina nos pacientes com infecção;
- Realizar cultura de vigilância ativa para investigar colonização com critérios pré-definidos por grupo de pacientes;
- Manter os pacientes colonizados/infectados em quarto privativo ou coorte. Se não for possível manter todos os pacientes em quarto privativo, priorizar aqueles com maior risco de transmissão (uso de dispositivos invasivos, antibióticos etc.);
- Manter equipe exclusiva para atendimento dos pacientes colonizados/infectados.
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