Pesquisa da Uefs e Fiocruz aponta variante de Manaus em pessoas assintomáticas em Feira de Santana
Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) em parceria com a Fiocruz apontou que nas regiões de grande circulação de pessoas assintomáticas há, basicamente, uma variante "de grande preocupação", que é a variante P.1 ou 'Gama', que surgiu em Manaus. Os resultados parciais foram divulgados na última quinta-feira (17/6).
De acordo com o pesquisador do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Luiz Carlos Júnior Alcântara, "se esses indivíduos assintomáticos estão levando esse vírus sem saber, estão produzindo mais vírus em uma maior velocidade em comparativo com quem não tem a variante". Ele destaca que muitas pessoas tiram as máscaras, ou não as utilizam de forma correta e, por isso, muita gente se contamina.
Entre os resultados foram ressaltados a coleta de 1.400 amostras, forma pela qual foram detectadas as 154 pessoas infectadas pelo Covid-19 e classificadas como assintomáticas (sem sintomas). A coleta também constatou 122 genomas e uma variante predominante em 100% dos infectados, a P.1/P1.1 (variante de Manaus), que tem como característica a transmissão em 1,7 a 2,4 vezes maior do que as outras linhagens do vírus.
A pesquisa foi desenvolvida no período de 8 de abril a 18 de maio de 2021, por meio de testes para detecção do coronavírus em pessoas sem sintomas em locais de grande movimentação no município, utilizando a metodologia de sequenciamento do RNA viral para encontrar caracterizações genéticas do vírus. Segundo a Uefs, o objetivo da pesquisa é compreender os casos assintomáticos, através do reconhecimento de novas variantes do coronavírus e infectados.
Os resultados parciais da pesquisa "Vigilância Epidemiológica e Genômica da Covid-19 de indivíduos em Grandes Áreas de circulação em Feira de Santana" foram divulgados em evento na Uefs, na quinta-feira.
Para o reitor da universidade, Evandro do Nascimento, os resultados também são relevantes para definir as políticas de enfrentamento a Covid-19 em Feira de Santana.
A professora e coordenadora Núcleo de Pesquisa e Extensão em Vigilância à Saúde da Uefs, Erenilde Marques de Cerqueira, considera que "em um momento como esse, quando o mundo passa por uma crise humanitária, quanto mais pesquisas e estudos melhor". "Se conhecemos o inimigo temos como lutar contra ele. Sabendo como o vírus está circulando e quais as variantes, fica mais fácil para nós implementarmos medidas de prevenção", afirmou.
A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Fiocruz, Vigilância Epidemiológica e Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana (VE/SMFS), OPAS/OMS, Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB/SVS/MS) e o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen/BA).
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