Organização Mundial da Saúde volta atrás e decide retomar testes com cloroquina para pacientes de Covid-19
Organização Mundial da Saúde volta atrás e decide retomar testes com cloroquina para pacientes de Covid-19
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (3/6), que vai retomar os testes com a hidroxicloroquina em pacientes da Covid-19. No último dia 25, o grupo havia suspendido o ensaio clínico desse medicamento, denominado projeto Solidariedade, que agora volta a existir.
Apesar da decisão, ainda não há estudos científicos que provem haver algum benefício da cloroquina nos pacientes. Segundo o Estadão, a decisão se baseia em dados recolhidos pela própria OMS, pois o Comitê de Segurança e Monitoramento de Dados do órgão disse que, por outro lado, não há riscos evidentes no uso do medicamento.
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"Com base nos dados de mortalidade disponíveis, os membros do comitê afirmaram que não há motivos para modificar o protocolo dos testes com hidroxicloroquina. O Grupo Executivo endossou a continuidade e vai comunicar a decisão aos principais pesquisadores do Solidariedade. O comitê continuará monitorando de perto a segurança de todos os tratamentos testados no ensaio clínico", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
As pesquisas acontecem em 35 países ao redor do mundo, com o medicamento sendo ministrado para 3,5 mil infectados pelo novo coronavírus. Além da hidroxicloroquina, outras drogas estão sendo investigadas no estudo: o remdesivir (usado no tratamento do ebola), o lopinavir/ritonavir (HIV) e o interferon beta-1a (esclerose múltipla).
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“Estamos falando de um ensaio clínico, para provar a eficácia e a segurança desses medicamentos em pacientes hospitalizados. Precisamos de uma resposta clara a respeito do que funciona ou não para os pacientes. É possível que, no futuro, haja novas mudanças no ensaio. Ele é flexível, pode incluir novos protocolos, suspender outros. Baseia-se em dados científicos disponíveis em cada momento”, esclareceu a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.
Um artigo publicado na revista científica The Lancet alertando para os riscos de aumento da mortalidade para quem tomava o remédio foi usado como base para o cancelamento das pesquisas. Porém, a própria revista veio a público na terça-feira (2/6) com um “manifesto de preocupação” sobre esse estudo, dizendo que haviam “sérias dúvidas científicas” sobre a metodologia utilizada.
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