Mortes em 2021 crescem 16,9% no Brasil com Covid-19, mostra IBGE
Nos dez anos antes da pandemia, a alta média anual de óbitos no Brasil foi de 1,1%.
O número de mortes no Brasil saltou 16,9% com a pandemia de Covid-19 em 2021. O percentual foi maior que em 2020, quando houve um aumento de 15,3%. Nos dez anos antes da pandemia, a alta média anual de óbitos no Brasil foi de 1,1%.
Somente em 2021, mais de 420 mil brasileiros morreram em decorrência da doença, o dobro de 2020. Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais (SIS): uma análise das condições de vida da população brasileira 2022, divulgada nesta sexta-feira (2/12), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2020 e 2021, o Brasil teve 22,3 milhões de casos de covid-19 e mais de 600 mil óbitos causados pela doença. Foram 7,7 milhões de casos e aproximadamente 200 mil mortes em 2020 e 14,6 milhões de casos e 420 mil mortes em 2021.
Segundo a publicação, a análise da mortalidade causada pela pandemia mostrou expansão de 102,3% nos óbitos entre 2020 e 2021. A maioria das mortes ocorreu entre homens, alcançando 57,2% em 2020 e 55,5% em 2021. No segundo ano da pandemia houve uma alta de 105,2% nos óbitos entre as mulheres.
COR DA PELE
Os grupos mais acometidos em 2020 pela covid, de acordo com a SIS, foram homens pretos ou pardos (27,5%) e os homens brancos (27,2%), seguidos das mulheres brancas (21,5%) e mulheres pretas ou pardas (19,6%). Em 2021, essa distribuição foi alterada: homens brancos foram maioria (30,8%), seguidos das mulheres brancas (25,3%), homens pretos ou pardos (22,8%) e mulheres pretas ou pardas (17,8%).
Os dados mostram, ainda, os impactos da vacinação. A incidência da covid começou a diminuir a partir de meados de junho de 2021, quando a vacinação com a primeira dose atingiu 30,4% da população. A taxa de incidência apresentou tendência a queda, registrando 240,3 por 100 mil. Esse nível de vacinação também contribuiu para desacelerar a trajetória da taxa de mortalidade.
Em termos regionais, a publicação mostra que houve diferenças tanto em termos de cobertura populacional das políticas municipais, quanto em termos de número de casos, internações e óbitos relacionados à covid. Na região Sudeste, por exemplo, 90,7% da população, viviam em municípios onde o número de leitos foi ampliado para atender à demanda por internação por covid. Já na região Nordeste, esse percentual cai para 81,6%.
MENOS LEITOS
De acordo com a SIS, o número de leitos de internação no Sistema Único de Saúde (SUS) por mil habitantes caiu de 2010 a 2021, passando de 1,73 leito SUS (Sistema Único de Saúde) em 2010 para 1,47 em 2021. O menor valor foi observado em 2019: 1,42 leito. Já a taxa de leitos não-SUS por mil beneficiários de planos de saúde era de 8,93 em 2010 e foi para 4,86 leitos em 2021. “Cabe avaliar como se comportaram indicadores vinculados ao tamanho da população, pois a disponibilidade de infraestrutura e equipamentos pode estar aquém do crescimento populacional”, diz a Síntese.
A SIS reúne indicadores que ajudam em um conhecimento amplo da realidade social do Brasil. A publicação utiliza dados de estudos do IBGE, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) e a Pesquisa de Informações Básicas Municipais, além de dados de fontes externas como o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e informações de organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
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