Infectologista fala em "fim da pandemia no Brasil" ainda neste ano; "vamos entrar numa fase endêmica"
Em entrevista ao jornal O Globo, o infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz foi além e falou sobre dimiuição das medidas restritivas 'tão radicais'.
Pesquisador da Fiocruz, o infectologista Julio Croda prevê que, em breve, será possível relaxar o uso de máscaras na medida em que o País está "caminhando para o fim da pandemia". Em entrevista ao jornal O Globo, Croda foi além e falou sobre dimiuição das medidas restritivas "tão radicais".
"Eu diria que estamos caminhando para o fim da pandemia e vamos entrar numa fase endêmica, com períodos sazonais epidêmicos, como já acontece com a gripe e a dengue, por exemplo. Passar da pandemia para a endemia não significa que a gente não vai ter o impacto da Covid-19 em termos de hospitalização e óbito. Significa que esse impacto vai ser menor a ponto de não ser necessário medidas restritivas tão radicais e eventualmente até a liberação do uso de máscaras, que é uma medida protetiva individual".
O infectologista deixou claro ainda que esse avanço ocorre por causa da vacinação em todo o mundo, e não pela infecção da doença em si. "Ela foi a grande mudança de paradigma, que reduziu a letalidade da covid-19 de um número 20 vezes maior que o da influenza para duas vezes maior, nesse momento".
Julio Croda esclarece também que o que define o 'fim da pandemia' é a letalidade da doença. "Ou seja, quanto a Covid mata. Esse vírus só vai matar menos se tiver alta cobertura vacinal. As pessoas que morrem, atualmente, fazem parte de três grupos: idosos muito extremos mesmo vacinados, pessoas com muita comorbidade e pessoas não vacinadas. À medida que avançamos na vacinação, a tendência é reduzir essa letalidade. Foi assim com a influenza H1N1, quando surgiu a pandemia em 2009. Partimos de uma letalidade de 6% e isso foi reduzido para 0,1%", lembra.
Questionado pelo O Globo se esse relaxamento das medidas restritivas poderia ocorrer ainda neste ano de 2022, Croda se mostra positivo. "Com certeza. Mas isso será diferente em cada região e cada país, pois depende da cobertura vacinal, da letalidade e da dinâmica da transmissão".
"Acredito que ainda nesse primeiro semestre a gente tenha uma situação mais favorável, que seja possível de alguma forma, declarar que não estamos mais em emergência de saúde pública, por exemplo. O número de hospitalizações e óbitos é que vai determinar o impacto sobre o serviço de saúde", acrescenta Croda.
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