Greve médica a partir de 31 de julho gera embate entre Sindimed e Sesab

O Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-BA) confirmou que os profissionais que atuam sob diferentes formas de contratação em algumas unidades de Salvador entrarão em greve a partir da 0h do dia 31 de julho de 2025. A decisão, com paralisação por tempo indeterminado, foi aprovada por unanimidade em assembleia realizada no último dia 24 de julho

O movimento atinge maternidades Albert Sabin e Tsylla Balbino, no IPERBA, no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) e no Hospital Geral do Estado (HGE) entrarão em greve a partir da 0h do dia 31 de julho de 2025. Dentre as principais bandeiras está o apoio aos médicos que estão sendo desligados de vínculos celetistas com o INTS.

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Segundo o sindicato, durante o movimento grevista, haverá suspensão dos atendimentos considerados não urgentes, como os classificados com as cores verde e azul nas triagens, além da suspensão de procedimentos eletivos nas unidades afetadas. O Sindimed afirmou que está cumprindo todos os prazos legais para notificação da paralisação e convocou os colegas a respeitarem os artigos 48 e 49 do Código de Ética Médica, que vedam a substituição de colegas afastados em função de movimentos legítimos da categoria.

“Art. 48 – Assumir emprego, cargo ou função para suceder médico demitido ou afastado em represália à atitude de defesa de movimentos legítimos da categoria ou da aplicação deste Código.
Art. 49 – Assumir condutas contrárias a movimentos legítimos da categoria médica com a finalidade de obter vantagens”, diz trecho da nota.

O Sindimed afirma ainda que permanece aberto à negociação, reiterando compromisso com a valorização profissional, os pacientes e a qualidade da medicina praticada nas unidades públicas.

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Sesab critica tom da nota e garante assistência à população

Em resposta, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) repudiou a postura do sindicato e classificou a nota como “alarmista”, afirmando que ela gera desinformação e apreensão na sociedade. A pasta garantiu que não haverá descontinuidade nos atendimentos nas unidades estaduais e destacou que a assistência está sendo mantida com o apoio de empresas contratadas regularmente.

De acordo com a Sesab, parte dos médicos já migrou para novas formas de contratação sem prejuízo à continuidade dos serviços. A secretaria também informou que, em reunião ocorrida no dia 24 de julho com o Sindimed, o Ministério Público do Trabalho e a Procuradoria Geral do Estado, foram apresentadas alternativas legais para a transição dos vínculos — incluindo o credenciamento via pessoa jurídica e a abertura de novos editais com regime celetista.

A pasta reforçou que respeita o papel das entidades médicas, mas pediu responsabilidade na comunicação. Para a secretaria, mensagens como a divulgada pelo Sindimed “comprometem a relação de confiança com os pacientes e ignoram os esforços em curso para garantir uma transição transparente”.

O Governo do Estado reafirmou seu compromisso com o fortalecimento do SUS, com a valorização dos profissionais de saúde e com a continuidade do cuidado prestado à população baiana.